Geração Z, boomer, silenciosa: por que existem esses nomes e como elas são

Baby boomers, geração Y, Z ou alpha. Você faz parte de qual geração e por que elas ganharam esses nomes?

O que são as gerações?

Cada geração tem diferentes características relacionadas ao modo de vida e estilo de trabalho. Elas abrangem um grupo de pessoas que nasceu em determinada época. As definições de onde começam e onde terminam as gerações podem variar, de acordo com pesquisadores.

O conceito é antigo e objeto de estudo na sociologia. "As gerações sociais são um tema antigo na sociologia e o trabalho de Karl Mannheim, chamado 'O problema das gerações' é considerado a pedra angular", explica Miguel Brunet, professor de sociologia do Ifro (Instituto Federal de Rondônia) e doutorando em sociologia e antropologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Em 1928, o austríaco propôs uma análise do que seriam as gerações, no sentido da sociologia. Ele as define não apenas em termos demográficos e históricos, mas de acordo tanto com a condição de classe quanto com a conexão geracional --a identidade que aquela geração constrói em torno daquilo que está vivendo na sua situação socioeconômica.
Miguel Brunet, pesquisador

Fora da sociologia, no final da Segunda Guerra Mundial começou-se a falar de gerações no âmbito empresarial. "Foi criada uma divisão baseada no interesse corporativo, para entender o perfil dos colaboradores e compradores. Essa divisão começa com a geração dos baby boomers. Nessa época, os Estados Unidos viviam um estado de bem-estar social e o capitalismo estava atingindo altas taxas de lucro."

Por que baby boomers?

Essa geração (1946-64*) ganhou esse nome porque nasceram no pós-guerra, quando os casais começaram a ter muitos filhos. As famílias, que perderam muitos membros na guerra, voltaram a ser numerosas.

Quando cresceram, os membros dessa geração tinham muito sucesso profissional e entravam nas empresas para ficar a vida toda, só indo embora quando se aposentavam.

Na geração dos baby boomers, era comum o homem sair para trabalhar e a mulher ficar em casa cuidando do lar. Eles não valorizavam tanto o lazer e nem se importavam em fazer trabalhos repetitivos sob um comando mais rígido.

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Silenciosa

Houve uma geração antes dela que ficou conhecida como Silent Generation (geração silenciosa, de 1928 a 1945). Formada pelos nascidos entre as duas guerras mundiais, essa geração é feita de pessoas que viveram muitos traumas e que não conseguem externalizar seus sentimentos.

Geração X

A próxima geração depois dos baby boomers era considerada uma incógnita (não se sabia o que esperar dos nascidos a partir de 1965). Por isso, ganhou o nome de X, segundo Brunet. A geração compreende os nascidos entre 1965 e 1980.

Os membros desta geração vivenciaram a Guerra Fria, viram a luta por novos movimentos sociais e direitos políticos. Nesta época as mulheres passaram a lutar para ingressar no mercado de trabalho.

Diferentemente da geração anterior, essa já não encontra as mesmas boas condições financeiras e de vida que seus pais.

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Essa crise rompe as hipóteses de um eterno progresso social na nossa sociedade. Para a geração X, a ideia de crescer profissionalmente na mesma empresa, fazendo trabalhos repetitivos e só sair de lá aposentado não faz mais sentido. Mas eles prezam por tirar o diploma universitário, chegar a cargos de alto escalão e são mais competitivos do que a geração anterior.

Y, Z e alpha

Geração alpha é nativa digital e completamente adaptada à tecnologia
Geração alpha é nativa digital e completamente adaptada à tecnologia Imagem: iStock

Os próximos nomes das gerações seguem sem muito critério, na direção do alfabeto.

A geração Y (1981-1996), que também é conhecida como millennials, é formada por pessoas que nasceram próximo à virada do milênio. Formar uma família e ter estabilidade profissional deixam de ser prioridades para essa geração, que também valoriza mais o lazer do que o trabalho.

Caracterizada principalmente pela questão da internet e o avanço dos meios de comunicação, a geração Y não busca ter uma carreira imediata e valoriza mais o lazer do que o trabalho. É ligada mais ao capitalismo flexível, não se apega a ter um local fixo de trabalho e nem a trabalhar a vida toda na mesma empresa. Eles querem ter alcançar maiores resultados financeiros com menos esforço, são imediatistas e multitarefas. São mais sensíveis a causas sociais, ao ambientalismo e ao feminismo.

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A geração Z (1997-2012), formada por nativos digitais, desfruta de uma época em que a internet está consolidada. Brunet explica que essa geração não se preocupa em ter uma carreira e acaba trabalhando muitas vezes como freelancer.

Eles enxergam nos recursos tecnológicos possibilidades de novos negócios, tendem a se tornar empreendedores e trabalhar em startups. São totalmente imersos nas redes sociais e começam a pensar em profissões não tradicionais, como influenciadores e youtubers.

Na sequência, aparece a geração alpha, identificada pela primeira letra do alfabeto grego. "São pessoas que já nascem com smartphone na mão e com as redes sociais naturalizadas. Essa geração, assim como a geração Z, se comunica, se informa e socializa por meio da internet. A forma de trabalho dessa geração só vai ser conhecida em alguns anos", explica o especialista.

Cada vez mais as novas gerações estão preocupadas com o legado ambiental que vão deixar para quem vier depois delas. Quem é das gerações Z e alpha convive com problemas ambientais, como praias impróprias para banho, que não eram comuns para a geração Y, por exemplo. Eles têm ótimas condições tecnológicas, mas com condições climáticas pioradas.

* As datas são as sugeridas pelo Pew Research Center, grupo americano de pesquisas demográficas

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