'Tem de tudo, um mistério': como é a feira de Acari, que Paes mandou fechar
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), decretou o fechamento da feira de Acari, zona norte da cidade, ontem. A feira não tem autorização da prefeitura para funcionar e é conhecida por vender produtos abaixo dos preços do mercado.
O que tem na feira?
Há TVs, fardos de refrigerante vendidos a R$ 15, biscoitos a R$ 1, nuggets, linguiça, peito de peru, presunto, carne-seca, frango, margarina e outros alimentos frutos de roubos de carga.
Um vídeo que circulava nas redes sociais em dezembro do ano passado mostrava um homem vendendo televisões pela metade do preço. Na imagem, é possível ver ao menos seis aparelhos apoiados em estruturas de madeira. O tamanho dos aparelhos varia de 60 a 40 polegadas —todos estão embalados.
A feira funciona no bairro de Acari desde os anos 1970 e é conhecida por oferecer produtos baratos —por isso, foi apelidada de "roubatudo".
Feira foi citada em música de Jorge Ben Jor, de 1992. A W/Brasil diz, em seus versos: "Deu no New York Times / A feira de Acari é um sucesso / Tem de tudo/ É um mistério".
Controlado pelo crime organizado, diz prefeitura
A SEOP (Secretaria de Ordem Pública), da Prefeitura do Rio, alega que o local é controlado pelo crime organizado.
A Secretaria de Ordem Pública faz o ordenamento das feiras na cidade. Especificamente nessa de Acari, porém, há influência direta do crime organizado, tornando-se primordial uma ação das forças policiais no local.
SEOP, em nota encaminhada ao UOL, em dezembro
Polícia Civil já investigava feira
Os agentes apuram a origem dos produtos, bem como a relação de criminosos com o comércio. A Polícia Civil tem investigações em curso com o objetivo de identificar os envolvidos e de desmantelar os grupos criminosos atuantes nas regiões com maior incidência de roubos de cargas e de venda de mercadorias roubadas. Diligências seguem para identificar e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos em atividades delituosas.
Polícia Civil do RJ, em nota enviada ao UOL, em dezembro
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