Motim, decapitação e suástica: quem são os fugitivos de presídio federal

Deibson Cabral Nascimento, 33, e Rogério da Silva Mendonça, 35, que escaparam ontem do presídio federal de Mossoró (RN), na primeira fuga do país em uma unidade de segurança máxima, são acusados de participar de uma rebelião que deixou cinco presos mortos em uma unidade prisional do Acre, em 2023.

Motim e corpos decapitados

Rebelião motivou transferência para presídio de segurança máxima. Os 14 detentos acusados de participar de um motim ocorrido no fim de julho de 2023, no presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco (AC), foram transferidos para presídios de segurança máxima a pedido do Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Acre.

Identificação com o auxílio de drones. A identificação dos responsáveis pela rebelião no Acre foi feita com o auxílio de áudios, vídeos e por imagens feitas por drone durante o motim. Entre eles, estavam Deibson e Rogério que fugiram ontem do presídio federal de Mossoró (RN).

Inspeção no presídio desencadeou motim. A rebelião começou em meio a uma inspeção em um dos pavilhões do presídio. Após render um policial penal e um faxineiro, o grupo acessou o depósito de armas usadas pelos próprios agentes do presídio para invadir pavilhões e assassinar outros cinco detentos.

Corpos decapitados indicam acerto de contas. Três dos cinco detentos mortos no motim foram decapitados, o que indica um acerto de contas de presos ligados ao Comando Vermelho com grupos rivais. Segundo investigações à época, os detentos assassinados eram líderes do Bonde dos Treze. As duas facções disputam território em ao menos dez cidades do Acre, segundo estudo divulgado em novembro de 2023 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Rebelião durou mais de 24 horas. Depois de cometerem os assassinatos, os amotinados negociaram a rendição e entregaram as armas para a entrada das forças de segurança no presídio.

Outro lado: o UOL tenta contato com as defesas de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça.

Um dos fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça tem tatuagem de suástica em uma das mãos
Um dos fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), Rogério da Silva Mendonça tem tatuagem de suástica em uma das mãos Imagem: Reprodução
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'Matadores do CV'

Fugitivos de presídio de Mossoró são "matadores do CV". Fontes nas forças de segurança ouvidas pelo UOL indicam que Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, os fugitivos da penitenciária federal acusados de participação no motim, são conhecidos por serem encarregados de assassinatos no "tribunal do crime" do Comando Vermelho do Acre.

Deibson cumpria pena de 33 anos por assalto a mão armada. Conhecido como Tatu, também responde a processos por tráfico de drogas.

Rogério tem suástica tatuada na mão e condenação de cinco anos por tráfico. O fugitivo, conhecido como Martelo, também responde a processos por homicídio qualificado, roubo e violência doméstica.

Como estão as buscas

O Ministério da Justiça anunciou ontem o afastamento da direção da Penitenciária Federal em Mossoró. O ministro Ricardo Lewandowski também determinou intervenção federal no presídio.

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Agentes fazem buscas para localizá-los. Policiais federais deram início a uma operação para localizar o paradeiro dos fugitivos. A Polícia Militar do RN disse ter sido acionada às 8h de quarta-feira (14) para participar das buscas. Cães farejaram lençóis e roupas dos fugitivos para participar da operação.

Mais policiamento nas estradas nas divisas com outros dois estados e uso de aeronaves. A Secretaria de Segurança Pública do RN intensificou as ações nas estradas na divisa com Paraíba e Ceará e também faz voos para auxiliar nas buscas.

Estamos desde o início prestando apoio aos órgãos federais. É muito importante que as ações ocorram rapidamente para que os fugitivos não consigam ir muito longe.
Helton Edi Xavier da Silva, secretário de Administração Penitenciária do RN

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