MPF pede paralisação de explosão de rochas após morte de mergulhador no PR
O Ministério Público Federal recomendou que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) suspenda a autorização do trabalho de explosão de rochas no litoral do Paraná. Um acidente durante o procedimento provocou a morte de um mergulhador no último domingo (3).
O que aconteceu
O MPF pede a suspensão até que a apuração sobre a morte do mergulhador seja concluída. No documento, a recomendação é de que a Diretoria de Licenciamento do Ibama determine a imediata suspensão de todos os efeitos da licença de instalação na região da Baía de Paranaguá (PR).
O pedido foi feito após um acidente deixar um mergulhador morto e outro ferido. Os dois homens trabalhavam na derrocagem e foram levados ao hospital pelos colegas, mas o mergulhador Felipe Calazans não resistiu. Ele deixa a companheira e uma filha pequena.
Já é possível concluir falhas técnicas e de segurança na derrocagem, segundo o MPF. Ainda no início das apurações, é possível constatar que o procedimento apresenta uso de instrumento inadequado, método indevido e despejo de produto químico no meio ambiente.
O Ministério Público diz que não localizou a autorização do Ibama para a explosão de rochas. O MPF afirma que não encontrou qual o procedimento adotado, que teria contribuído com a fatalidade, e que cobrou explicações do órgão licenciador.
Relembre o caso
Felipe Calazans e um colega trabalhavam na detonação de rochas. O serviço estava sendo realizado no fundo do mar, como parte de um projeto para a ampliação do canal portuário em que passam os navios.
Vítima estava longe da superfície quando ocorreu uma explosão inesperada durante o processo para a detonação das rochas. Um colega de Felipe, que estaria próximo à superfície no momento da explosão, também se feriu, segundo o Meio-Dia Paraná, da RPC, afiliada da TV Globo. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas não interveio na ocorrência.
Colegas de trabalho resgataram a dupla e levaram até o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá. O óbito de Felipe foi constatado na unidade de saúde enquanto o colega dele sobreviveu. Como o nome do sobrevivente não foi divulgado, a reportagem não conseguiu obter informações sobre o estado de saúde dele.
Polícia Civil apura o caso. A corporação informou que também realiza diligências para estabelecer a dinâmica do fato.
Empresa que administra o TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) lamenta a morte e diz se solidarizar com a família da vítima. A companhia declarou já ter prestado o auxílio necessário para os órgãos competentes investigarem as causas do acidente. Eles também informaram que o procedimento de detonação é realizado pela DTA Engenharia, "empresa extremamente experiente, que passou por processo de licitação e realizou este tipo de serviço em diversos outros portos".
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