Enel diz não ter previsão para terminar reparo na rede elétrica em SP
A Enel afirmou que não tem previsão para terminar o reparo na rede elétrica na cidade de São Paulo. A empresa vem recebendo críticas em meio aos novos apagões que afetam bairros do centro da capital desde segunda (18).
O que aconteceu
Empresa diz que problemas começaram após ocorrências envolvendo a rede de distribuição subterrânea no centro da cidade. A companhia explicou que os danos foram em diferentes circuitos subterrâneos, "cuja reparação é complexa e demorada, dada as dificuldades e especificidades desse tipo de rede (galerias subterrâneas)".
Redes afetadas ficam nas regiões de Higienópolis, Santa Cecília e 25 de Março. Segundo a empresa, até às 16h desta sexta-feira (22), o serviço foi restabelecido para 97% dos clientes impactados nas regiões de Santa Cecília e República por falha ocorrida na quinta-feira (21).
Enel ainda afirmou que 600 clientes estão sem energia. A empresa alega que está mobilizando geradores de médio e grande portes para abastecer os clientes afetados. Na quinta (21), o diretor de manutenção da Enel, Darcio Dias, disse não haver previsão para o restabelecimento pleno da energia.
Companhia declara lamentar os transtornos causados aos clientes e falou que segue trabalhando nos reparos até a plena normalização do serviço. "A Enel reitera que tem empenhado todos os esforços e recursos para restaurar os parâmetros originais e a configuração das redes afetadas."
Prejuízo milionário
Comércio estima prejuízo "na casa do milhão" com falta de energia. Em nota divulgada hoje, a FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo) e o Sindilojas-SP (Sindicato do Comércio Varejista e Lojista do Comércio de São Paulo) destacam que mercados, restaurantes, farmácias e lojas estão impossibilitados de funcionar ou tendo gastos inesperados.
Ainda não há números exatos, mas estimativas são "graves". Nos cinco dias do apagão registrado no final de 2023, as entidades calcularam prejuízo de ao menos R$ 1,3 bilhão em faturamento bruto.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse ter feito o possível para responsabilizar a Enel pelas frequentes interrupções no fornecimento de energia e agora está de "mãos atadas". Nunes chamou a concessionária de "irresponsável" e citou ações da prefeitura. O prefeito disse ter entrado com duas ações contra a concessionária e enviado representações à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e ao TCU (Tribunal de Contas da União). "Nós estamos de mãos amarradas", afirmou Nunes em coletiva nesta sexta-feira, após cumprir agenda na zona sul de São Paulo.
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