Copan no escuro, gerador e prejuízo: centro de SP enfrenta novo apagão

Moradores e comerciantes de bairros do centro de São Paulo, como Santa Cecília, Campos Elíseos e República, enfrentam novo apagão na noite desta quinta-feira (21). A Enel, empresa responsável pelo abastecimento de energia na cidade, tem sido alvo de críticas diante dos sucessivos de blecautes.

O que aconteceu

A região central da cidade tem enfrentado quedas de energia. Lilian Gonçalves, dona de vários estabelecimentos na Santa Cecília, disse que eles estão sem luz desde a manhã de segunda-feira. O Siga La Vaca e o Bar do Nelson Gonçalves nem abriram as portas na noite desta quinta.

[Na segunda], fui obrigada a contratar um gerador para fazer um baile que tinha mais de 200 reservas. Só o gerador custou R$ 5.800. Se fosse por 12 horas, seria o dobro.
Lilian Gonçalves, empresária

Ela também tem um estacionamento na região. No início do apagão, diz que precisou contratar com urgência um gerador para que os carros pudessem deixar o local. "Prejuízo incalculável", afirma.

Copan 'apagado'

O edifício Copan, cartão-postal da cidade, na República, é um dos que ficaram sem energia. "É a primeira vez que falta luz no Copan desde que começou a faltar luz no centro. Já houve algumas instabilidades, como ficar em meia fase, que faziam um ar-condicionado deixar de funcionar, mas hoje, desde as 17h30, parou tudo, e está todo mundo esperando", afirma o diretor de carnaval Judson Sales, de 40 anos, que mora no Copan desde 2009.

Imóveis vizinhos têm luz, o que indica que o problema não é generalizado. Enquanto esperam a volta da eletricidade, há moradores reunidos na calçada em frente ao prédio. Quem andava pelo bairro, na avenida São Luís, também encontrava estabelecimentos comerciais no escuro.

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Nos Campos Elíseos, parte da rua Helvétia e da avenida Duque de Caxias estava sem energia no mesmo horário. "Tem região em que a luz volta, mas cai de novo", disse Iézio Silva, da Associação Pro Campos Elíseos Melhor.

No sábado, ruas na região da 25 de Março, também no centro de São Paulo, registraram um apagão. O problema se repetiu na segunda-feira e neste quinta, segundo Claudia Urias, da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências).

Prefeito se manifestou nas redes sociais. Ricardo Nunes (MDB) disse que a administração municipal ingressou recentemente com duas ações judiciais contra a Enel.

O Tribunal de Contas de São Paulo anunciou que vai analisar o contrato de prestação de serviços da Enel na capital. A medida foi anunciada após as recentes e frequentes interrupções no fornecimento. A Corte criou um grupo de estudo para verificar as questões contratuais e eventuais prejuízos e analisar o atendimento ao consumidor afetado.

O que diz a Enel

A Enel Distribuição São Paulo lamenta os transtornos causados aos clientes que foram impactados nos últimos dias pelas ocorrências envolvendo a rede de distribuição subterrânea da companhia. A distribuidora reitera que tem mobilizado todos os esforços e recursos para restaurar os parâmetros originais da rede afetada. O trabalho na rede subterrânea é complexo, envolve condições de temperatura e espaços confinados para acesso. A companhia está mobilizando um total de 25 geradores para abastecer os clientes impactados, enquanto segue trabalhando nos reparos da rede para normalizar integralmente o serviço.

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Quarto dia consecutivo com problemas

O centro da capital paulista sofre com problemas de energia desde a segunda-feira (18). Higienópolis, Bela Vista, Cerqueira César, Santa Cecília e Vila Buarque foram alguns dos bairros afetados pelo problema.

Hospitais chegaram a funcionar com geradores. Na Santa Casa de Misericórdia, procedimentos eletivos foram suspensos por causa da falta de energia. Em alguns bairros, moradores e comerciantes ficaram 45 horas sem luz.

* Com informações de Estadão Conteúdo

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