Cubano diz que foi manipulado por ex de galerista: 'Não foi por dinheiro'
O cubano Alejandro Triana Prevez rompeu o silêncio e falou pela primeira vez sobre o assassinato de Brent Sikkema - morto com 18 facadas dentro da própria casa, na zona sul do Rio de Janeiro.
O que aconteceu
Prevez confessou, explicou por que e como cometeu o crime, e voltou a apontar o mandante. "Mostro muito arrependimento com respeito a isso. Porque a minha intenção não foi matar. Foi mais dar um susto", disse, em entrevista ao Domingo Espetacular, da RecordTV.
"Basicamente, eu não o fiz por dinheiro. Eu o fiz por uma questão de que ele [Daniel Sikkema, ex-marido do galerista] começou a me manipular. Eu via o abandono que sofria o filho, como o abandono que eu sofri com o meu pai", justificou.
Presença de outra pessoa no local. Segundo o cubano, ele atingiu Sikkema com quatro facadas. Mas o laudo da perícia mostrou que o galerista sofreu 18 golpes de faca. Para Alejandro Prevez, uma outra pessoa esteve no local, deu mais 14 facadas e pegou o dinheiro que estava guardado na casa.
"A primeira, eu dei com tanto medo, que eu entrei em pânico. Quando eu dei a primeira, ele começou a se defender. Começou a dar chutes, com os seus pés no meu peito. Então, eu dei a segunda, no estômago. A terceira, a quarta foi para imobilizá-lo, porque ele não ficava quieto. Seguia dando golpes, golpes e golpes. Chegou um momento que eu comecei a chorar e depois desci", narrou.
Prevez disse que prefere ser julgado no Brasil. "Se for por preferência, prefiro ser julgado no Brasil, já que para Cuba eu não volto", frisou.
Brent Sikkema foi o "culpado" pela própria morte, segundo o cubano. "Quem mandou foi o Daniel. O instrumento fui eu. Mas quem se matou foi ele mesmo."
Cubano disse que não teve mais contato com Daniel. "Ele tentou entrar em contato comigo. Eu não entrei em contato com ele", disse.
Justiça pede extradição de ex-marido
A Justiça do Rio de Janeiro pediu a extradição dos Estados Unidos de Daniel Sikkema. O ex-marido do galerista americano Brent Sikkema é suspeito de ter encomendado o assassinato dele.
Daniel foi preso nos EUA no fim de março após tentar falsificar seu passaporte. O suspeito alegou que teria perdido o documento durante uma viagem à Europa. No entanto, os investigadores descobriram que o passaporte estava em posse dele.
Ele cumpre prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. Ele pagou fiança de US$ 1 milhão, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
Em nota, a defesa de Daniel diz que segue comprometida em "esclarecer os fatos e assegurar sua liberdade". "Estamos plenamente comprometidos em defender os direitos e a inocência do Sr. Sikkema, trabalhando incansavelmente para garantir que todos os elementos e testemunhos sejam considerados de forma criteriosa e objetiva", escreveu a advogada Fabiana Marques.
Relembre o caso
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Quero receberBrent Sikkema foi morto com 18 facadas dentro de casa, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, em janeiro. O cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, foi apontado como suspeito de ter cometido o assassinato.
Inicialmente, Prevez negou envolvimento e disse que sequer conhecia o galerista. Depois, mudou de versão, confessou o crime e apontou Daniel Sikkema, ex-marido da vítima, como o mandante. Alejandro disse à polícia que Daniel lhe prometeu 200 mil dólares (quase R$ 1 milhão, na cotação atual) para matar Brent. Ele está preso desde janeiro e aguarda o julgamento.
Casal passava por separação conturbada. Uma reportagem da Folha de São Paulo mostrou que o galerista e o ex-marido, que ficaram juntos por 15 anos, viviam brigas por divórcio milionário e pelo filho.
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