Conteúdo publicado há 8 meses

Sergipe suspende uso de reconhecimento facial após abordagem errada da PM

Fábio Mitidieri (PSD), governador de Sergipe, suspendeu o uso da tecnologia de reconhecimento facial feito pela PM (Polícia Militar).

O que aconteceu

Suspensão ocorreu após relato de abordagem errada feita por policiais a torcedor em jogo de futebol. O político lamentou o episódio e determinou na segunda-feira (15) o cancelamento imediato da ferramenta. Segundo o governo, fato semelhante já havia acontecido no Pré-Caju, uma das micaretas mais populares do Brasil.

Lamento a falha na ferramenta de reconhecimento facial ocorrida durante final do Campeonato Sergipano. Reconhecemos a importância da tecnologia para a segurança pública e, devido ao ocorrido, determinei a suspensão do uso do sistema até que novo protocolo seja implantado. Fábio Mitidieri, em seu perfil, nas redes sociais

"Esta é uma ferramenta tecnológica nova, que ajuda a combater o crime, porém, levando em conta o episódio que também tivemos no Pré Caju, entendemos que seria melhor a suspensão", acrescentou.

Denúncia foi feita por personal trainer e torcedor nas redes sociais. Ele foi até o estádio acompanhar à final do campeonato sergipano, entre Confiança e Sergipe, no último sábado (13). (Assista ao vídeo abaixo)

No intervalo da partida, o rapaz de 23 anos relata ter sido abordado por agentes militares. João Antônio Trindade foi conduzido pelos policiais para uma sala, revistado e questionado. Outra pessoa filmou a ação, enquanto o jovem era levado pelos policiais.

Trindade publicou essas imagens nas redes com o seguinte desabafo. "Parece um delinquente, um foragido, mas esse aí sendo conduzido pela polícia sou eu", iniciou.

Deu o intervalo do jogo e eu me sentei para mexer no celular. Cinco minutos depois, cinco policiais vieram e eu dei passagem para um lado. Eles vieram em minha direção mais ainda, até que o primeiro pegou no meu braço e disse para eu não reagir, me 'convidando' a acompanhá-los com as mãos para trás, como mostra no vídeo. Fiquei altamente constrangido, tentando esconder o meu rosto. Não sabia o que fazer, pois estava a torcida do Confiança inteira me olhando (conhecidos e desconhecidos).
João Antônio Trindade, em relato que viralizou nas redes sociais

"Ao descer as escadas, já no gramado, o policial perguntou o meu nome. Quando falei, percebi um pouco de surpresa e falei que, se não fosse o João Antônio que eles estavam procurando... ele me respondeu que 'iríamos ver já já'. Me levaram para uma sala e, antes de entrar, ele disse para sentar e colocar a mão no joelho. A sala estava cheia e fui levado para uma espécie de auditório", prosseguiu.

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Perguntaram o meu nome: 'a última chance de você dizer a verdade, pois você foi reconhecido por um sistema de reconhecimento facial que dificilmente erra'.
Disse o nome novamente, dei a carteira, ele viu o RG, perguntou nome, nome da mãe, abri minha CNH digital, disse o meu endereço completo, data de nascimento e CPF. Quando viram no sistema deles e confirmaram que foi engano, pediram desculpas, disseram que era procedimento padrão, que outro torcedor nesse mesmo dia foi pego de forma correta e me liberaram.
João Gabriel Lima

O UOL também entrou em contato com a assessoria da PMSE (Polícia Militar do Estado de Sergipe) e aguarda o posicionamento.

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