Loja que recusou fazer convites de casal gay diz que 'nunca pediu fama'
O ateliê que recusou fazer os convites de casamento gay se pronunciou dizendo não ter pedido ''fama'' e relatou ameaças recebidas após a repercussão do caso.
O que aconteceu
O Jurgenfeld Ateliê disse que não pediu por ''tanta fama assim, seja positiva ou negativa''. O casal que administra a loja se pronunciou por meio de texto nesta quinta-feira (25) nas redes sociais. Eles também desativaram a opção dos comentários na publicação.
A loja relatou que não imaginava tudo o que aconteceu, mas que acredita ter ''um propósito de Deus para todas as coisas''. Eles disseram terem honrado os fundamentos de Cristo ao recusar fazer os convites do casal homossexual, e ''isso é motivo de alegria''.
Os empreendedores registraram um boletim de ocorrência contra ameaças. ''Agradecemos a Polícia Civil de Pederneiras que foi extremamente gentil e atenciosa ao registrar o boletim de ocorrência, bem como averiguar os fatos para instaurar um inquérito contra todos os números e perfis que nos mandaram mensagem de ameaça nesses dois dias.''
Deputados, senadores e advogados entraram em contato em defesa da loja. O vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) em apoio à loja foi mencionado pelos donos, que agradeceram. A loja conta que providências legais estão sendo tomadas.
Entenda o caso
O casal gay solicitou um orçamento de convites com o ateliê por meio do WhatsApp. Ao UOL, o promotor de eventos Henrique Nascimento, 29, contou que o atendimento corria bem até ele citar o nome dos noivos, dois homens. Ele e Wagner Soares, 38, estão juntos há oito anos e sete meses e já são casados, mas planejam realizar a festa para celebrar a união em setembro do ano que vem.
Loja informou que não poderia fazer "convites homossexuais". Na conversa, após Henrique enviar referências de modelos de convites, o ateliê recomendou que o casal procurasse outra empresa. "Peço desculpas por isso, mas nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade", escreveu a responsável pela empresa.
Henrique e Wagner registraram um boletim de ocorrência por homofobia. Registro junto a Polícia Civil foi realizado na madrugada desta quarta-feira (24) no 73° DP (Jaçanã). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que já contatou as vítimas e investiga o crime de discriminação.
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