'Frio na hora de agir': o que se sabe do caso do advogado morto pelo irmão
O advogado criminalista Daniel Genessini Honesko, 35, morto pelo irmão mais velho em Cascavel (PR), já sofria ameaça há algum tempo, segundo colegas próximos. O delegado responsável pelo caso disse que o irmão, Thiago Genessini, confessou o crime.
Ele confessou que matou o irmão por causa das brigas contínuas que tinham em relação ao vício que eles [Daniel e Thiago] tinham por drogas, cocaína. O irmão foi frio na hora de agir, esperou a melhor oportunidade para atacar o outro.
Fabiano Moza, delegado, ao UOL
Brigas constantes
Daniel foi morto na noite do último domingo, em Cascavel (PR), na casa onde morava com outros dois irmãos. Segundo a Polícia Civil, após uma briga, a vítima foi até a cozinha, quando foi surpreendida pelo irmão mais velho, que atirou três vezes contra o advogado com um revólver calibre 38. O autor dos disparos foi preso na tarde de segunda-feira.
As brigas entre os dois irmãos eram constantes, informou a Polícia Civil. As ameaças eram motivadas por um desacordo comercial, depois que os irmãos tentaram montar um restaurante com comidas de fast-food em outubro do ano passado.
A gente vivia falando pra ele sair da casa, porque vivia sofrendo ameaças do irmão. Falávamos que o clima não estava legal, mas ele não conseguia.
Edson Dutra, amigo de Daniel, ao UOL
"Essas ameaças se deram por causa de uma tentativa de sociedade entre eles. Os dois montaram a cozinha para fazer as porções com comida, mas não deu certo. O Thiago teria vendido um carro para fazer essa cozinha e não viu o retorno do dinheiro", disse Dutra ao UOL.
Daniel havia perdido os pais e morava na casa da família. Quando ainda estava na faculdade, teve de lidar com a morte do pai e, há dois anos, perdeu a mãe. Ele chegou a se relacionar com uma mulher e ajudou a criar a filha dela.
Ele era um rapaz bem dedicado ao trabalho, um dos mais inteligentes da nossa turma, eu sempre busquei orientação jurídica [com ele]. Me ajudava em algumas ações, sempre foi esperto. Tenho certeza que ele não faria mal pra ninguém, amava a família e tudo isso que aconteceu foi uma tragédia.
Edson Dutra, amigo da vítima
'Disse estar arrependido', diz delegado
O suspeito do crime fugiu após os disparos e se escondeu dentro de um motel da cidade. Após a investigação, policiais conseguiram prendê-lo. Na delegacia, ele foi ouvido e confessou o crime aos investigadores do caso.
Durante o depoimento, chegou, disse estar arrependido, mas vai responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e por impossibilidade de defesa da vítima. Alegou que fez isso porque também estava sob efeito de droga, mas não justifica tal ato. Fabiano Moza, delegado, ao UOL
O atirador foi levado para a cadeia pública estadual e deve passar por audiência de custódia. A reportagem do UOL tentou contato com os familiares de Daniel, mas não teve retorno até o fechamento. Também buscou contato com a defesa de Thiago, mas o acusado segue sem defesa constituída, segundo a polícia. O texto será atualizado se houver retorno.
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