Conteúdo publicado há 7 meses

Onda de 2 metros de altura atingiu região de Bento Gonçalves, diz prefeito

O prefeito de Bento Gonçalves (RS), Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), declarou nesta quinta-feira (2) que uma onda de aproximadamente dois metros de altura atingiu a comunidade Linha Alcântara, no município. A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, se rompeu parcialmente hoje.

O que aconteceu

Prefeito diz que onda já era prevista. Siqueira ressaltou que, apesar da onda ter passado pela localidade da Linha Alcântara, ela não chegou na rodovia ERS-431, também no município. As águas estariam se deslocando em direção às cidades de São Valentim do Sul e Santa Tereza. Ele não deixou claro se a onda atingiu a comunidade após o rompimento parcial.

Gestor municipal explicou que população que vive às margens do Rio das Antas, em Bento Gonçalves, foi avisada sobre risco na quarta-feira. Na noite de quarta-feira (1º), segundo Siqueira, parte da população foi levada para um ponto mais alto da região por questão de segurança.

Siqueira declarou que a prefeitura tenta obter toda a informação possível no momento. O gestor falou que uma equipe irá voltar para a comunidade nesta tarde para conseguir mais informações sobre a situação atual, principalmente das regiões sem comunicação, e também resgatar outras pessoas que estão ainda em regiões mais baixas.

Há regiões do município que estão sem acesso, diz gestor. Siqueira também esclareceu que é necessário passar por desmoronamentos, barreiras e outros empecilhos para chegar até os moradores desses locais.

"A gente está vivendo um caos. Desmoronamento em todas as estradas, famílias e casas foram soterradas aqui na nossa região. Não é algo simples o que está acontecendo na serra gaúcha, é uma grande tragédia nunca vista antes. A gente precisa de auxílio do governo federal e precisamos de equipamentos de alta tecnologia", disse Siqueira à CNN Brasil.

Rompimento parcial de barragem

A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves (RS), rompeu parcialmente na tarde desta quinta-feira (2). A informação foi confirmada pelo governo do Rio Grande do Sul. Fortes chuvas que atingem o estado desde 24 de abril já deixaram pelo menos 29 mortos. Outras 60 pessoas estão desaparecidas.

Moradores devem deixar áreas imediatamente e subir para locais pelo menos seis metros acima do nível dos rios. A informação foi dada pelo vice-governador Gabriel Souza em vídeo publicado nas redes sociais. A ombreira direita da barragem foi rompida, mas a expectativa é de que a vazão da água ocasione o rompimento total, alertou.

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Água deve descer pela bacia do Rio Taquari-Antas, informou o governador Eduardo Leite. O governador afirmou que o efeito não deve ser de devastação na região, mas disse que alertas foram emitidos à população para evitar novas ocorrências. Locais foram evacuados, informou Leite.

Moradores dos municípios de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado receberam ordens expressas para deixar áreas de risco. A Defesa Civil afirmou que trabalha na retirada de famílias de áreas de risco.

Condições climáticas atrapalham resgates na região. Segundo Eduardo Leite, não há possibilidade meteorológica para que os helicópteros de resgate façam socorro de vítimas na área no momento.

Saiam das zonas abaixo da cota [de seis metros]. A situação é gravíssima, muito séria. Precisamos que todos, imediatamente, sigam essa orientação sob pena de perdermos muitas vidas.
Gabriel Souza, vice-governador do Rio Grande do Sul

Estado de calamidade pública

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública no estado. Chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3 — "caracterizados por danos e prejuízos elevados". O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial na noite de quarta-feira (1º).

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O decreto tem um prazo de 180 dias. "A situação de anormalidade declarada em âmbito estadual por este Decreto, não obsta o início ou o prosseguimento da declaração em âmbito local pelos Municípios, que poderão avaliadas e homologadas pelo Estado", diz o texto.

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 147 municípios foram afetados. Também foram registrados 12 feridos, 9.993 desalojados e 4.599 pessoas acolhidas em abrigos públicos.

Hospital de campanha do Exército em Lajeado. O Ministério da Defesa anunciou construção de hospital com 40 leitos de enfermaria. Segundo a pasta, a unidade também vai ter dois consultórios e o transporte de toda a estrutura para a construção será feito nesta quinta-feira (2) em um avião da FAB.

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