Nível do Guaíba volta a atingir 5 m; há previsão de ultrapassar recorde
Do UOL, em São Paulo
13/05/2024 08h26Atualizada em 13/05/2024 21h57
A cota do Guaíba às 21h desta segunda-feira (13) atingiu 5,09 metros, nível 53 centímetros a mais do que o do sábado (11), quando a água atingiu a menor altura desde o início das enchentes que deixaram mais de 140 mortos no estado. A informações são da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestruturas) e ANA (Agência Nacional de Águas).
O que aconteceu
Projeção da Defesa Civil é de que água ultrapasse os 5,5 metros. Modelos analisados pelo órgão apontam expectativa de elevação de aproximadamente 5,5 a 5,6 metros nos próximos dias, informou nota.
Nível do Guaíba será o maior da história caso previsão da Defesa Civil se concretize. No domingo (5), ápice das cheias no estado, a água chegou a 5,33 metros. Na cheia de 1941, a água bateu 4,75 metros.
Governador informou que situação no estado vai piorar. Em publicação nas redes sociais no domingo (12), Eduardo Leite (PSDB) renovou o alerta sobre risco de enchentes e apontou que a água atingiria "novos altos níveis".
Ponte que liga Nova Petrópolis e Caxias do Sul cedeu parcialmente. A ligação, na BR-116, que passa sobre o rio Caí, tem risco de desabamento após ceder neste domingo (12), informaram autoridades. O nível do rio subiu mais de quatro metros no fim de semana.
Especialistas alertaram ao risco do aumento do nível do rio
Ainda no fim de semana, a projeção de especialistas era de que o Guaíba chegasse à marca de 5,5 metros. O estudo é da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Instituto de Pesquisas Hidráulicas.
Máxima deve atingir a cidade entre esta segunda-feira (13) e a terça-feira (14). O motivo da subida do nível da água é o vento sul forte somado às chuvas que atingem a capital desde a sexta-feira (13).
Chuvas no norte do Rio Grande do Sul também influenciam no nível da água. As áreas das bacias dos rios Taquari, Cai, Sinos e Jacuí, afluentes do Guaíba, também receberam fortes chuvas e ventos de cerca de 50 km/h.
Gramado e Pelotas têm desmoronamento de rua e esvaziamento de bairros
Em Gramado, uma rua desabou após 200 milímetros de chuvas. A rua Henrique Bertoluci tinha sido esvaziada antes do desmoronamento, informou a prefeitura. Ao todo, 751 pessoas estão desalojadas e outras 223 desabrigadas no município, que registrou sete mortes desde o fim de abril.
Pelotas emitiu alerta para esvaziamento imediato de 24 áreas. Com as chuvas que atingem a cidade, a previsão é que o canal São Gonçalo ultrapasse o maior nível já registrado. A prefeitura tem um mapa de risco, que traz alerta em tempo real das regiões estão com potencial de enchente.
A cidade fica na região da Lagoa dos Patos. A região é uma das que mais preocupam com as chuvas.
Canal São Gonçalo chegou a 2,88 m na noite de domingo, mesmo nível de enchente de 1941. A previsão de especialistas da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) é que esse recorde seja ultrapassado, com a maré alta e a continuidade das chuvas.
A prefeitura tem um mapa de risco. O alerta em tempo real mostra quais regiões estão com potencial de enchente.
Mortos pelas chuvas
Número de mortos pelas chuvas no RS chegou a 147, segundo balanço da Defesa Civil divulgado às 12h desta segunda.
São 2.115.703 pessoas afetadas no estado. Também há 538.241 desalojados e 79.540 pessoas em abrigo.
Há também 806 feridos e 127 desaparecidos.