Água recua 90 m em frente ao Mercado Público, mas comércio segue fechado

A água recuou 90 metros nas últimas 48 horas em frente ao Mercado Público, no centro histórico de Porto Alegre. Mas o comércio segue sem energia elétrica e de portas fechadas no entorno.

O que aconteceu

A segunda-feira tem sido de limpeza nas ruas e nas lojas. Com uma vassoura nas mãos, o comerciante Rogério Gelatti, dono de uma lancheria, passou o dia todo retirando a sujeira deixada pela enchente. O comércio de estava debaixo d'água até ontem.

"A situação está horrível. A gente veio pra limpar e pra organizar. Assim que tiver luz, a gente abre", disse. Ali, só havia camelôs ambulantes, que repetiam: "Compro ouro, compro ouro".

O comerciante Luiz Carlos dos Santos só tem vendido botas de borracha e lanternas no centro histórico de Porto Alegre
O comerciante Luiz Carlos dos Santos só tem vendido botas de borracha e lanternas no centro histórico de Porto Alegre Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Entre eles, Leandro Alessandro Mendonça, 48, que exibia junto ao corpo também o anúncio para divulgar um estúdio de tatuagens. "Tenho que correr, não adianta, porque tenho dois pequenos em casa para sustentar. Mas ninguém quer gastar. As pessoas estão em casa, cuidando do prejuízo deixado pela empresa enchente".

Há poucos metros dali, na Galeria do Rosário, tradicional centro comercial da região, teve abertura total pela primeira vez hoje. No local, a energia elétrica só teve corte nos dois primeiros dias da enchente, segundo comerciantes.

Mas havia poucos clientes. O local era usado para a circulação, por pessoas fazendo um lanche ou comprando botas de borracha e lanterna para caminhar em meio ao alagamento.

"Só hoje, já vendi dez botas. Os clientes são os próprios lojistas, que estão fazendo a limpeza", disse Luiz Carlos dos Santos, 66, dono do estabelecimento que vende artigos esportivos e materiais de pesca e caça.

"As pessoas não estão vindo para cá porque muitas delas tiveram perdas na enchente. O local onde moro foi atingido e tem muitos funcionários aqui na mesma situação. Mas aos poucos, tudo volta ao normal", disse Jaqueline Fagundes Rodrigues, 42, funcionária de uma relojoaria na Galeria do Rosário.

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A água na avenida Voluntários da Pátria, uma das mais movimentadas do comércio no centro histórico, recuou hoje pela primeira vez. Isso permitiu que pessoas transitassem em um pequeno trecho próximo à rua Doutor Flores.

Especialista em limpeza de estabelecimentos, Marlon Cláudio de Souza está tendo um dia agitado. "Já limpei mais de dez lojas. Está tendo bastante procura".

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