Stalker de médico em MG: defesa diz que mensagens comprovam relacionamento
A defesa de Kawara Welch Ramos de Medeiros, presa por perseguir um médico em Minas Gerais, afirma que registros de supostas conversas comprovam relacionamento amoroso entre os dois. Veja prints ao longo da matéria.
O que aconteceu
O UOL teve acesso às supostas conversas entre o médico e Kawara. Os prints foram utilizados pelos advogados da artista plástica em um pedido de habeas corpus apresentado à Justiça em setembro de 2022.
Alguns dos prints mostram mensagens de carinho. ''Boa tarde, quero te ver antes de você voltar para Uberlândia. Saudades demais'', teria enviado o médico à Kawara, por meio WhatsApp. Segundo os registros, os dois costumavam marcar encontros escondidos.
Outras mensagens teriam sido enviadas pela esposa do médico: ''Ele não vai falar com você, porque se ele falar eu acabo com ele e com você'', teria dito. ''Te avisei aquele dia que eu vou te matar. Ele pode não ficar comigo, mas ele não fica com você.''
Defesa de médico diz que ele e a esposa "jamais praticaram qualquer ato ilícito". "Meras conjecturas de que a vítima, esposa do médico, teria proferido ameaças em desfavor da autora, ressaltamos que todas as condutas das vítimas foram feitas em estrita obediência à lei e a moral, jamais praticaram qualquer ato ilícito", disse advogada, em nota encaminhada ao UOL.
Segundo o advogado Jean Fillipe Alves da Rocha, o médico bloqueava a jovem por medo da esposa. "Vou ter um infarto. Meu celular foi vasculhado esse final de semana. Toda mensagem, acho que vou infartar'', teria escrito o homem.
Kawara e o médico teriam conversado também por e-mail. Nas imagens, o homem pede para que a jovem não responda às mensagens: ''Não responda, por favor. Não estarei mais no consultório e vai cair no meu celular''.
O que diz a defesa do médico
Defesa diz não ter conhecimento das mensagens e diz que prints podem ser forjados. "Sem que os advogados das vítimas tenham conhecimento de seu conteúdo, para que seja verificada a sua rastreabilidade e idoneidade, nos parece bastante temerário tecer quaisquer comentários'', disse ao UOL a advogada Danielle Medeiros.
''Supostos prints de conversas existentes entre a autora e a vítima, primeiro, não excluem, notadamente, os crimes praticados'', completa.
Imperioso destacar que há elementos fortes no sentido de que a autora, ou é, ou tem auxílio de um hacker, daí prints de conversas, não reúne a mínima condição de verossimilhança e confiabilidade
Advogada Danielle Medeiros
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Quero receberDelegado afirma que Kawara acreditava no relacionamento
''Ela tinha a ilusão de que eles mantinham um relacionamento'', contou o delegado Rafael de Freitas Faria ao UOL. ''Acreditava que existia conexão de sentimentos" e isso guiou "extrema obsessão", segundo o delegado.
Delegado não vê indícios de relação, mas pontua que ''ainda que houvesse, não justificaria a perseguição''. ''Se eles tiveram, pode ser imoral porque ele era casado, mas não ilegal. Se eles tiveram algum tipo de relacionamento, a perseguição permanece, a ameaça a integridade física da vítima [também].''
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