Testemunhas desconfiaram de mensagens de celular de empresário morto
Pelo menos três pessoas ouvidas pela polícia sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond afirmam que receberam mensagens atípicas do número do empresário. A polícia desconfia que as mensagens tenham sido enviadas pela namorada da vítima e principal suspeita do crime, Júlia Andrade Cathermol Pimenta. Ela está foragida.
O que aconteceu
Testemunhas desconfiaram de mensagens. Segundo o delegado Marcos Buss, responsável pela investigação, o depoimento de testemunhas que afirmam que estranharam a forma de falar nas mensagens do número do empresário reforçou a suspeita sobre Júlia.
Há imagens de câmera de segurança do elevador que mostram Júlia com dois celulares na mão. A polícia desconfia que um deles seja o do empresário morto. Ela teria mandado mensagens para amigos da vítima se passando por ele depois que ele já estava morto.
Uma das testemunhas relatou cobrança. A mensagem pedia o adiantamento da prestação de um terreno que a vítima teria vendido para ela, o que causou estranheza.
Júlia passou a ser suspeita durante depoimento. De acordo com o delegado Marcos Buss, quando a namorada de Luiz Marcelo Antônio Ormond foi prestar depoimento, a investigação ainda não trabalhava com a hipótese de homicídio, mas ainda assim de morte suspeita. Durante a oitiva, Júlia passou a ser considerada suspeita, e um mandado de prisão foi solicitado à Justiça em seguida.
O caso
Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia. Ele havia sido visto pela última vez no dia 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que Luiz e Júlia deixam a piscina e entram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato e ela uma cerveja. Em determinado momento, eles se beijam.
O corpo do empresário foi encontrado no sofá do apartamento. O imóvel fica localizado no Engenho Novo, na zona norte do Rio. Conforme o laudo do Instituto Médico Legal, o homem morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva.
A suspeita teria reclamado do mau cheiro do corpo, segundo mulher presa por envolvimento no crime, e que se apresenta como cigana. informação foi repassada à polícia em depoimento pela cigana Suyaney Breschak, presa ontem por supostamente ter ajudado Julia a se desfazer dos bens do namorado.
Mulher chegou a dizer que havia "um urubu na janela". Julia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. Corpo foi encontrado após vizinhos se incomodarem com cheiro forte, e acionarem a polícia.
Uma cigana foi presa na terça-feira (28), suspeita de envolvimento no crime. Suyane Breschak foi detida em Cabo Frio (RJ) e transferida para a capital. Ela é suspeita de ajudar Júlia a vender alguns bens do empresário.
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