Atleta da USP diz que foi alvo de homofobia durante jogo contra o Mackenzie

Um atleta da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP diz que foi vítima de homofobia durante uma partida de vôlei contra estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O jogo aconteceu no último sábado (1º) durante o JUCA (Jogos Universitários de Comunicações e Artes), realizado em Boituva (SP).

O que aconteceu

Um torcedor teria proferido ofensas e xingamentos homofóbicos ao atleta. O torcedor teria chamado o jogador de "viado (sic), *uzão e arrombado", segundo o time de vôlei da ECA. Os insultos aconteciam principalmente durante o saque, quando o atleta se aproximava da arquibancada.

Jogo foi paralisado e técnico do Mackenzie pediu para que o torcedor parasse. O capitão da ECA paralisou a partida e comunicou o árbitro sobre o ocorrido. Neste momento, o técnico do Mackenzie se dirigiu à arquibancada e pediu para que o torcedor se acalmasse, de acordo com a ECA.

Pessoas que estavam na torcida do Mackenzie ofenderam a vítima de forma generalizada. Um vídeo gravado pela ECA e obtido pelo UOL mostra que, durante a pausa técnica, a torcida gritou "vai tomar no *u" de forma unânime e citou nominalmente o atleta.

ECA acusa representante do Mackenzie de negligência. O time diz que a vítima contatou os representantes do jogo para relatar os xingamentos, inclusive o vice-presidente da atlética do Mackenzie. "Em primeiro momento, ele escolheu não ajudar a vítima, se fazendo de desentendido e isento", diz a equipe da ECA. Após a paralisação da partida, o representante passou a agir, mas "mal se esforçou para conter as ofensas", acrescentou.

Equipe pede que a comissão organizadora expulse os envolvidos. A ECA acusou a entidade de ser conveniente com a homofobia por apenas descontar pontos do Mackenzie na competição e não decretar punições mais severas. O time de vôlei pediu que a LAACA (Liga das Atléticas Acadêmicas de Comunicações e Artes) expulse o torcedor, o representante do Mackenzie e a torcida da faculdade rival.

Em nota apagada, Mackenzie diz que "repudia qualquer crime, especialmente aqueles motivados por preconceito". A atlética publicou em uma rede social que não conseguiu identificar o autor dos xingamentos e negou negligência, pois o representante conversou e ficou à disposição da vítima.

A organizadora dos jogos informou que está tomando medidas cabíveis. A LAACA diz que "já está atendendo a vítima e tomando as medidas cabíveis e justas para o caso".

O UOL tenta contato com a atlética que representa o Mackenzie e com o atleta. O espaço segue aberto para manifestação dos envolvidos. A reportagem também procurou a Polícia Civil para verificar se foi registrado um boletim de ocorrência, mas ainda não houve resposta.

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