'Queimava demais', diz jovem atacada com soda cáustica no Paraná

Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, jovem atacada com soda cáustica em Jacarezinho, no interior do Paraná, recebeu alta do hospital e disse se sentir aliviada com a recuperação em casa.

O que aconteceu

Isabelly recebeu alta no sábado (8), 18 dias após o ataque. Ela chegou a ficar intubada e em coma induzido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após sofrer lesões graves dentro da boca. Parte do peito dela também foi atingido.

Eu só senti a dor, porque atingiu meu olho. Queimava demais, parecia que estava pegando fogo. Eu só saí e pedi socorro. Cheguei no hospital, e depois do hospital, eu não lembro de mais nada. Estou me recuperando em casa, aos poucos, mas só de estar em casa, já é um alívio
Isabelly, em entrevista à RPC, afiliada da Globo

Nas redes sociais, Isabelly também publicou o primeiro vídeo com agradecimento às mensagens e orações.

Muita gente perguntando se ficou alguma lesão. Gente, não vai ficar nenhuma lesão. Só a minha boca aqui machucou bastante, ó. Por dentro, ela queimou todinha. Queimou os seios também. Meu cabelo! Meu cabelo queimou tudo, ó. Ficou curtinho agora. Mas cabelo cresce, né? Mas graças a Deus eu tô bem. Eu quero agradecer a todo mundo que mandou mensagem, todo mundo que orou, todo mundo. Muito obrigada. Estou me recuperando em casa já. Isabelly Aparecida

Isabelly também pediu por justiça. "Não foi nenhum sustinho, não. Porque o sustinho não é desse jeito, gente. Sustinho não vai pra UTI, não, tá? Sustinho não fica entubado, tá? Então, eu peço a justiça, que a justiça seja feita."

"Hoje eu estou me tratando em casa, tomando antibiótico forte, sem poder estar no sol, me cuidando, né?! E então, assim, eu vejo que não foi só um susto, foi uma tentativa de homicídio mesmo", concluiu.

Médicos tinham receio de que soda cáustica poderia ter afetado órgãos internos de Isabelly, o que não aconteceu. A informação foi confirmada pela mãe dela, Regiane Ferreira, no programa Encontro da TV Globo.

Dois dias após o ataque, uma mulher identificada como Débora Custódio confessou o crime e alegou ciúmes da vítima. Ela relatou à polícia que Isabelly teria se relacionado com um ex-namorado dela.

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Como a polícia localizou a suspeita

Diligências foram feitas com ajuda de imagens de câmeras de segurança. Imagens do dia 22 de maio mostram Isabelly na rua após sair da academia. Ela é atacada por uma pessoa usando uma peruca loira.

Um dia após o crime, familiares da suspeita prestaram queixa sobre o desaparecimento dela. "Relataram que ela tinha desaparecido, não retornava para casa desde o dia dos fatos, que não era comum, porque ela era muito zelosa com os filhos", explicou a delegada Caroline Fernandes.

Buscas começaram a casa da suspeita. No local, a polícia encontrou as roupas e a peruca usadas no dia do crime. "A avó [da suspeita] foi questionada e disse que tinha duas perucas em casa. Mas notou que uma havia sido levada pela neta, justamente na manhã que antecedeu o crime".

Mulher estava escondida em matagal desde o dia do crime. A Polícia Militar disse que ela foi encontrada após pedir socorro no pátio de um hotel do município e apresentou uma história incoerente, contando aos militares que era perseguida por homens.

Suspeita disse aos policiais que substância jogada na vítima era mistura de soda cáustica com água. Ela apontou aos policiais onde comprou a substância.

MP ofereceu denúncia contra Débora Custódio por tentativa de homicídio qualificado. Os advogados dela, Jean Campos e Laís Vieira, consideraram que a representação é "exagerada" e "movida por comoção social". Eles dizem que a denúncia "carece de elementos essenciais para uma adequada representação do ocorrido" após análise dos fatos e circunstâncias.

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