Pai é preso suspeito de abuso sexual contra a filha de 17 anos em UTI em SP

Um homem foi preso por suspeita de abusar sexualmente da filha de 17 anos, que estava internada na UTI de um hospital em São Bernardo do Campo (SP). O caso foi divulgado inicialmente pelo programa Profissão Repórter, da TV Globo, e confirmado ao UOL pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. A defesa do suspeito nega a acusação.

O que aconteceu

Caso foi registrado no 2° Distrito Policial como estupro de vulnerável. Funcionários que trabalham no hospital desconfiaram de lesões que apareceram em partes íntimas da jovem, que estava internada há cerca de 40 dias.

Uma câmera escondida foi colocada no quarto. Na gravação, o homem aparece apalpando os seios e outras partes do corpo da jovem. As imagens foram levadas para a polícia.

Exame de corpo de delito confirmou abuso, disse delegada. "Tivemos a constatação, realmente, através do exame de corpo de delito, que é o documento mais importante, onde realmente se constatou o abuso sexual, as lesões provenientes desse abuso que esse pai cometia", declarou em entrevista ao programa Profissão Repórter, da TV Globo.

Pai foi preso no dia 14 de maio. Na ocasião, policiais civis do 2° DP realizaram diligências e prenderam o homem —que não teve a sua identidade divulgada— após ser constatado que ele cometeu abusos sexuais contra a filha. Um computador também foi apreendido. O homem permaneceu à disposição da Justiça.

Alguém completamente vulnerável sendo abusada por alguém que devia guardá-la. São casos que nos tocam demais. Faz parte. Somos humanos. O depoimento de cada um dos funcionários envolvidos, aliados às imagens que eles nos forneceram foi o crucial para que a gente deliberasse a primeira instauração de inquérito policial e, segundo, para representar ao Poder Judiciário pela prisão temporária desse indivíduo. Delegada Kelly Cristina Sacchetto, delegada seccional, em entrevista à TV Globo

Duas enfermeiras denunciam

A jovem foi internada em abril. Enfermeiras que também conversaram com o programa relataram que, antes da internação, a menina era considerada saudável, com apenas problemas de asma.

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Ela teria tido uma parada cardiorrespiratória depois de usar cigarro eletrônico ou narguilé em uma festa. Houve sequelas graves. "Passado algum tempo, ela precisou descer para a UTI novamente, com um quadro de taquicardia, hipertensão agitada, chorosa... E a equipe achando que seria algo referente à doença e o estado dela", afirmou uma das enfermeiras.

E observamos que, durante o tempo que ela ficava com o pai, era o momento que realmente ela se agitava mais, ela tinha taquicardia e a equipe toda ficou em alerta, porque a gente não queria acreditar que era o que realmente a gente estava vendo ali. Era uma situação de abuso. Enfermeira que denunciou o caso

Defesa de suspeito nega acusação

Gravações foram realizadas clandestinamente, diz defesa. Em nota enviada ao UOL, o advogado Daniel Wallace, que faz a defesa do acusado, disse que as imagens foram feitas sem autorização judicial e que, portanto, elas não confirmam a prática do crime com exatidão.

Inicialmente, é fundamental reafirmar que o Sr. E. G. de F. nega veementemente a acusação que lhe está sendo imputada. As gravações que foram realizadas clandestinamente, sem autorização judicial, não confirmam, com exatidão, a prática do crime, razão pela qual deve ser respeitado o direito constitucional do Acusado de ser considerado inocente até que se prove o contrário, Evitando-se, assim, a emissão equivocada de juízo de valores. Daniel Wallace, em comunicado enviado ao UOL

Leia a nota da defesa na íntegra

Na qualidade de Advogados do Acusado E. G. de F. ao qual está sendo imputada a prática do crime de estupro de vulnerável, cometido em face de sua filha I. S. de F., vimos esclarecer alguns pontos importantes sobre o caso.

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Inicialmente, é fundamental reafirmar que o Sr. E. G. de F. nega veementemente a acusação que lhe está sendo imputada.

As gravações que foram realizadas clandestinamente, sem autorização judicial, não confirmam, com exatidão, a prática do crime, razão pela qual deve ser respeitado o direito constitucional do Acusado de ser considerado inocente até que se prove o contrário, Evitando-se, assim, a emissão equivocada de juízo de valores.

Qualquer opinião condenatória é muito precoce, pois o processo ainda se encontra em fase de produção probatória, aguardando a realização de Audiência de Instrução, Debates e Julgamento. Estamos plenamente confiantes de que a verdade virá à tona durante o curso do processo judicial.

Um apelo se faz necessário, neste momento, que a imprensa e o público em geral ajam com responsabilidade e cautela, evitando-se a emissão precipitada e equivocada de juízo de valores, e respeitando a privacidade de todos os envolvidos,

Reiteramos nosso compromisso com a justiça, com a observância da ética e da verdade. Agradecemos pela compreensão e pela oportunidade de esclarecer nossa posição.

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