AL: Professor de universidade federal denuncia alunos por racismo e assédio

O professor Tiago Zurk, que leciona na Ufal (Universidade Federal de Alagoas), denunciou alguns alunos por injúria racial e assédio após ser chamado de "vagabundo" em grupo de WhatsApp.

O que aconteceu

Zurk recebeu mensagens ofensivas em um grupo virtual com alunos do curso de saúde da Ufal. Em relato nas redes sociais, o professor explicou que participava do grupo com estudantes que defendem o fim da greve na universidade e, em uma "tentativa de diálogo", o docente afirmou ter se colocado "à disposição" para a realização de um encontro online "para conversamos sobre as divergentes posições", mas foi atacado.

Alunos expuseram o currículo do professor e o salário dele em uma tentativa de intimidação, além de proferirem insultos, segundo Zurk. "Baita de cara de vagabundo", disse um estudante não identificado. Outro diz que, caso o docente seja exonerado, ele "vai virar mendigo porque esse vagabundo não consegue fazer outra coisa".

Professor afirmou ter sido vítima de racismo e cobrou que a instituição puna os alunos envolvidos nos ataques. "Para garantir que o ideal de uma sociedade democrática e antirracista seja efetivado uma universidade pública que forma profissionais de altíssima qualidade não pode tolerar que profissionais da saúde com valores e práticas racistas sejam entregues ao mercado de trabalho sob a pena de tais práticas serem reproduzidas com outros cidadãos e pacientes", declarou.

Caso é investigado pela Polícia Federal. Em nota, o órgão informou que "as investigações estão em andamento e que, neste momento, não há mais informações".

Ufal afirmou ter políticas "claras" sobre atitudes racistas e de assédio e instaurará processo para apurar o caso. Segundo a instituição, a denúncia do professor será investigada para a aplicação de "eventuais penalidades".

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas se solidarizou com Tiago Zurk, repudiou as ofensas sofridas pelo professor e defendeu o direito dos servidores à greve. O Centro de Educação, bloco em que Zuck leciona, também repudiou o episódio, classificado como intolerável.

A Ufal aderiu à greve em abril e ainda não chegou a um consenso sobre a retomada das aulas. Como os alunos não tiveram os nomes divulgados, não foi possível localizá-los para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

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