'Tinha um pouco de esperança', diz sobrinha de última vítima confirmada

Rafaela diz que os familiares recebera informações de colegas que estavam com ele na sala de embarque. "Já tínhamos algumas informações, mas quando recebemos a informação oficial é que a ficha caiu ou está caindo ainda", diz.

Companhia aérea encontrou em contato com a família de Constantino na tarde da sexta-feira, diz sobrinha. "Ontem a tarde a companhia começou a ligar para os familiares de todos os passageiros que tinham feito check-in e ligaram para a esposa do meu tio e perguntaram se ele tinha pego o voo", lembra. "Ela não conseguiu responder mais nada e passou o contato com a minha mãe, que não tinha visto internet nem nada."

Psicóloga da empresa informou a família sobre a morte. "Minha mãe disse que ele estava com o voo confirmado para hoje e passou o contato do meu tio para a psicóloga da empresa. Esse foi o primeiro contato da empresa."

Passageiro queria visitar Foz do Iguaçu

Sobrinha diz que tio tinha intenção de visitar a cidade de Foz do Iguaçu. Mas como estava sozinho em uma viagem a trabalho decidiu pegar um voo até São Paulo e da capital paulista retornar para Natal, no Rio Grande do Norte.

Constantino estava numa convenção de uma das empresas próximo de Cascavel, no Paraná. "Era uma viagem anual, uma convenção que acontece todo ano, ele estava tranquilo, disse que queria ir para Foz para aproveitar a oportunidade de visitar e descansar", disse a sobrinha.

Tio era "pilar da casa", segundo sobrinha. "Nosso contato era diário. Era ele quem sustentava emocionalmente, financeiramente, a família. Era uma pessoa muito inteligente, conversava sobre todos os assuntos, apoiava a família, todos os sobrinhos"

Familiares de Constantino estão em São Paulo para reconhecer o corpo. Segundo Rafaela, os familiares do representante comercial saíram de Natal às 3h da sexta-feira (9) a caminho de São Paulo. "Estávamos ontem todos reunidos para ter mais informações."

Última vítima confirmada

Morte de Constantino Thé Maia foi confirmada na manhã deste sábado (10) pela companhia aérea. Inicialmente, nome dele não estava na lista de passageiros divulgada pela Voepass. O erro ocorreu por causa de uma "questão técnica", justificou a empresa.

Familiares do potiguar viajaram até São Paulo. Em publicação nas redes sociais, a irmã de Constantino afirmou que a família estava apreensiva com a incerteza sobre a presença dele na aeronave e disse que eles foram chamados à capital paulista para acompanhar os desdobramentos do caso.

Governadora lamentou morte. Em publicação nas redes sociais, Fátima Bezerra (PT) disse que a notícia foi "recebida com tristeza". O homem era irmão de um policial militar potiguar, segundo o governo do RN.

Constantino era gestor de venda e tinha viajado a trabalho para Cascavel (PR). Ele estava em uma convenção do Grupo Ghelplus, que publicou uma nota nas redes sociais lamentando o acidente e informando que "um colaborador e representantes comerciais" estavam entre as vítimas.

Companhia lamentou número de vítimas voltar a ser 62. "Com pesar, a Voepass lamenta informar que o número de vítimas do acidente ocorrido na sexta-feira, dia 09 de agosto, do voo 2283, proveniente de Cascavel com destino ao aeroporto de Guarulhos, é de 62 pessoas." A companhia disse também que presta atendimento e suporte à família de Constantino.

Voepass disse que presta "apoio irrestrito às famílias das vítimas". A empresa disse que o apoio consiste em "prover não só estrutura operacional, mas também conforto e solidariedade, além de contribuir com as investigações das autoridades competentes."

Em respeito à identidade do passageiro e de sua família, a Voepass decidiu confirmar a informação de que Constantino estava a bordo do voo 2283 somente quando não houvesse dúvidas.
Voepass, companhia aérea em nota

Resgate não tem previsão de encerramento

Trabalhos de resgate e identificação seguem "de forma ininterrupta" desde a noite da sexta-feira (9). Segundo o governo de São Paulo, até o momento, 21 corpos foram resgatados — dois identificados por meio de exame

Corpos foram encaminhados para IML central. O governo informou que a unidade está temporariamente fechada para atendimento exclusivo às vítimas do acidente aéreo em Vinhedo. Demais ocorrências da Capital estão sendo atendidas nas outras unidades do IML.

Gabinete de crise faz reuniões a cada duas horas com representantes das forças de segurança. Fazem parte do órgão, equipes de segurança do estado, integrantes do Ministério de Portos e Aeroportos, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Governo do Estado do Paraná.

Apoio às famílias de vítimas

Acomodações em um hotel de São Paulo foram disponibilizadas às famílias das vítimas. Equipes de assistentes sociais e psicólogos estão no local para prestar apoio. Familiares podem apresentar documentos médicos, odontológicos e radiológicos das vítimas para na identificação dos corpos.

Estado de São Paulo decretou luto oficial de três dias em homenagem às 62 vítimas que estavam no voo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se deslocou até o local do acidente na tarde da sexta-feira (9).

Como ocorreu o acidente

Avião decolou às 11h50 e pousaria às 13h45, segundo o FlightAware. O modelo ATR-72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha capacidade para 68 passageiros.

Aeronave despencou quase 4 mil metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

58 passageiros e 4 tripulantes estavam em avião que caiu nesta sexta-feira (9) em Vinhedo. A lista com os nomes foi divulgada pela empresa responsável pelo voo, a Voepass (confira a lista completa abaixo). A aeronave tinha capacidade para 68 pessoas.

Aeroporto de Cascavel está em contato com famílias de possíveis vítimas. Em nota, o Aeroporto Regional de Cascavel informou que a Voepass é o único órgão que tem informações oficiais sobre o caso. Já a companhia disse ter acionado todos os meios para apoiar os envolvidos e que "não há confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo".

Casas foram atingidas após a queda do avião da Voepass. A informação foi confirmada pela Defesa Civil de São Paulo, que enviou uma equipe ao local. O Corpo de Bombeiros mandou sete equipes e confirmou que a queda ocorreu na rua João Edueta. Em imagens gravadas por moradores da região do Distrito Industrial, é possível ver o momento em que a aeronave despenca.