Empresário que alegou roubo de 100 armas é preso por comunicar falso crime
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta segunda-feira (19), quatro pessoas envolvidas no roubo de armas de fogo de uma loja de Ceilândia, em junho deste ano, além do próprio dono do estabelecimento, que foi detido por falsa comunicação de crime.
O que aconteceu
Roubo aconteceu em 9 de junho e, na ocasião, foi noticiado que aproximadamente 100 armas, inclusive fuzis, haviam sido levadas. Agora, a PCDF atualizou os números e informou que o dono da loja havia comunicado à polícia que os ladrões teriam roubado 76 equipamentos do local, mas, no decorrer das investigações, foi descoberto que o empresário é suspeito de vender algumas dessas armas de forma ilícita.
Polícia passou a investigar o caso após o proprietário da loja registrar boletim de ocorrência. Os investigadores descobriram que um grupo havia alugado um imóvel adjacente ao estabelecimento que vende as armas e utilizou documentos falsos para realizar o crime.
Os membros desse grupo alugaram o imóvel em maio e cavaram buracos na parede para a subtração do arsenal. Hoje, a polícia prendeu quatro membros desse grupo, sendo uma mulher de 33 anos, e três homens de 35, 39 e 68 anos — apenas o indivíduo de 39 anos possui antecedentes criminais por crimes que envolvem atentado a vida e ao patrimônio.
Dono da loja é suspeito de manipular o curso das investigações ao registrar número falsos de armas supostamente roubadas. Segundo a PCDF, a fraude processual foi identificada e, mesmo com a tentativa de enganar a polícia por parte do empresário, foi confirmado que o furto de armas de fato ocorreu, mas em menor escala que o relatado pelo proprietário do estabelecimento.
Polícia não revelou exatamente quantas armas foram subtraídas pelo grupo, nem se elas foram recuperadas. Ainda conforme a investigação, ficou comprovado que o empresário comercializava armas de fogo de forma irregular e, posteriormente, ele declarava essas armas como se tivessem sido roubadas. Não foi especificado se essa venda irregular era para alguma facção criminosa, nem há quanto tempo o empresário fazia esse tipo de comércio ilegal.
Armas de fogo, munições e acessórios em posse do empresário foram apreendidas. Conforme a PCDF, a apreensão é para evitar que esses produtos sejam comercializados ilegalmente. Polícia também informou que, até o momento, não foram identificados vínculos entre o grupo criminoso que realizou o furto e o empresário.
Os investigados responderão por crimes de falsificação de documentos, uso de documentos falsos, furto qualificado, comércio ilegal de armas de fogo e associação criminosa. As penas previstas variam de 1 a 12 anos de reclusão. O UOL não conseguiu localizar a defesa do empresário. Os membros do grupo criminoso não tiveram os nomes revelados. Em ambos os casos, o espaço segue aberto para manifestação.
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