Amigo é suspeito: o que se sabe do desaparecimento de funcionária da Apae

Cláudia Regina da Rocha Lobo, 55, secretária-executiva da diretoria da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Bauru (SP), está desaparecida há 17 dias. O caso é tratado como homicídio.

O que se sabe sobre o desaparecimento

Cláudia foi vista pela última vez saindo da Apae, no dia 6 de agosto. Imagens de câmera de segurança registraram ela deixando a sede da entidade com um envelope na mão e entrando em um carro da instituição.

Filha disse que Cláudia não se comportou diferente antes do desaparecimento. Letícia da Rocha Lobo contou que a mãe saiu de casa pouco antes das 15h sem o celular e sem a bolsa dizendo que resolveria coisas no trabalho e voltaria na sequência.

Carro foi localizado na manhã do dia seguinte, com estojo de munição e marcas de sangue. Veículo que pertence à Apae estava estacionado com as chaves no quebra-sol.

Imagens de câmeras de segurança mostram últimos registros de Cláudia antes de ela desaparecer
Imagens de câmeras de segurança mostram últimos registros de Cláudia antes de ela desaparecer Imagem: Reprodução/Imagens de câmera de segurança

Suspeito é amigo de Cláudia

Sinal de celular confirmou que o então presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho, esteve no local do desaparecimento. A Polícia Civil confirmou por meio do rastreio do celular a localização dele.

Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae
Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae Imagem: Reprodução/Facebook

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Ele lamentou o sumiço de Cláudia por meio das redes sociais da Apae. "A associação está prestando apoio à família da funcionária na esperança de seu encontro", diz trecho da nota divulgada no dia 8. A família de Cláudia contou à TV Globo que os dois eram amigos próximos.

Roberto é o principal suspeito e está preso preventivamente desde o dia 15. Arma apreendida na casa dele é do mesmo calibre do estojo de munição encontrado no carro da Apae usado por Cláudia. Ele foi afastado da instituição.

Ele afirmou ser inocente em depoimento. Roberto falou à polícia no dia 19 por uma hora e meia e respondeu todos os questionamentos, disseram os advogados.

Roberto Franceschetti Filho e Cláudia Lobo, em foto publicada por ele em novembro do ano passado
Roberto Franceschetti Filho e Cláudia Lobo, em foto publicada por ele em novembro do ano passado Imagem: Reprodução/Facebook

Ossada foi encontrada

Fragmentos de ossos humanos enterrados em um buraco foram encontrados na quarta-feira (21). A polícia achou na mesma região um óculos, que foi reconhecido por parentes como sendo de Cláudia.

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Ossada passará por exames. Material será enviado para Núcleo de Biologia, em São Paulo, para rastreio com amostras de DNA. A ossada será comparada com material genético recolhido no carro da vítima, pertences pessoais e com o da filha de Cláudia.

Defesa de Roberto disse ao UOL que não vai se manifestar. O advogado Leandro Pistelli falou que as informações sobre a ossada ainda não constam no inquérito.

Segundo suspeito é investigado

Outro funcionário da Apae, cuja identidade não foi divulgada, é investigado por suspeita de envolvimento no desaparecimento de Cláudia. A Polícia Civil pediu a prisão dele, mas o pedido foi negado pela Justiça. A Apae informou que o afastou assim que soube da possibilidade de ele estar envolvido no caso. O homem trabalhava no almoxarifado.

Polícia Civil apura possíveis irregularidades financeiras na entidade. O Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro investiga a Apae.

Atual gestão disse colaborar com as investigações. A nova presidente da instituição, Maria Amélia Moura Pini Ferro, informou que abriu uma sindicância.

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