Gelo e queimadas no mesmo país: o que explica e qual a previsão do tempo

Nos últimos dias, o centro-sul do Brasil, o que inclui São Paulo e o Distrito Federal, sofreram com vários incidentes de queimadas, piorando a qualidade do ar e o desmatamento na região. Ao mesmo tempo, as temperaturas estão baixando, a ponto de nevar em alguns lugares, e já há previsão de alta para os próximos dias. O que explica esses fenômenos tão díspares e como vai ficar o tempo nos próximos dias?

O que aconteceu

Apenas o estado de São Paulo registrou 3.175 focos de incêndio desde o início de agosto, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Esse é o maior número já registrado desde 1998.

Tempo quente e seco favoreceu queimadas. Inicialmente, uma massa de ar seco e quente atuou no Centro do Brasil, e favoreceu temperaturas muito altas ainda no Sul e no Norte do Brasil, com marcas perto e acima de 40ºC. Esse cenário junto ao tempo seco, comum do inverno, favoreceu o espalhamento de incêndios, segundo a Metsul. Inclusive, a frente fria ajudou a espalhar ventos e incêndios para mais cidades em São Paulo, fazendo com que o céu ficasse alaranjado em alguns locais no fim de semana.

Gelo e queimadas no mesmo país. Se no Centro Sul havia queimadas, no sábado (24) começou a nevar em partes de Santa Catarina. De acordo com a Metsul, o ar frio de agosto é comum, podendo causar neves em regiões do Sul do país, sobretudo no fim do mês, em que há histórico de nevadas tanto em Santa Catarina como no Rio Grande do Sul. Agora, os incêndios e queimadas no Pantanal, em São Paulo e na Amazônia não são comuns e parecem ter origem humana. Só o clima não explica a quantidade enorme de fogo, explica a empresa de meteorologia.

Chuva traz alívio para São Paulo, mas pode haver efeito rebote. Semana começa fria no estado e na cidade de São Paulo, e isso tem ajudado a conter a quantidade de focos de incêndio, segundo a Climatempo.

O instituto, no entanto, alerta que a situação pode se complicar nos próximos dias: a previsão é de que até o fim da primeira quinzena de setembro o calor aumente rapidamente e não tem previsão de chuvas, criando condições favoráveis para o aumento no número de focos de incêndio.

Frio na maioria das regiões, altas temperaturas no Centro-Oeste e chuva no Norte e Nordeste. No Sul, previsão é de frio, com possibilidade geada em regiões do interior do Rio Grande do Sul, devido a uma chegada de massa de ar frio, segundo a Metsul. Paraná e Santa Catarina devem ter frio na semana, mas com sol durante o dia.

No Sudeste, a previsão é de frio nos primeiros dias da semana, seguido de um aumento de temperatura na quinta-feira. No Rio de Janeiro, início da semana contará com chuva ao longo do dia. De resto, as principais capitais da região começam a ter máximas entre 26ºC e 28ºC na quinta, segundo o Inmet. Em São Paulo, a partir de quinta espera-se uma máxima de 27°C, enquanto a mínima será de 11°C.

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Única região com previsão de máximas temperaturas altas durante toda a semana é o Centro-Oeste, com possibilidade de até 38ºC em Cuiabá. O mesmo padrão é repetido no Distrito Federal, Campo Grande e Goiânia: pela manhã frio e uma tarde quente.

As regiões Norte e Nordeste contarão com fortes chuvas antecipadas por grande calor. Em Manaus, por exemplo, a temperatura máxima pode chegar a 39ºC. Roraima e o norte do Pará também devem ser acometidos por precipitações. No Nordeste, a chuva vai ser mais concentrada na Bahia e em Sergipe.

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