Empresária é presa por suspeita de participação na morte de babá em Manaus
Uma mulher foi presa por suspeita de envolvimento na morte de Geovana Costa Martins, 20, que trabalhava como babá na casa dela.
O que aconteceu
Suspeita foi presa na noite desta quarta-feira (28). O corpo da vítima foi encontrado com sinais de espancamento no dia 20 de agosto e estava em uma área de mata na zona oeste de Manaus. A família realizou o reconhecimento no domingo (25), segundo informações da PCAM.
Geovana passou a ser aliciada para exploração sexual. A jovem trabalhava há cerca de um ano na casa, mas, conforme a investigação, a suspeita é de que a babá seria usada "como mula" para o tráfico de drogas na Europa. Posteriormente, a vítima seria explorada sexualmente naquele continente.
Empresária tem histórico de tráfico de drogas e já estava com passagem comprada para a França. "[A suspeita] tinha uma passagem comprada para a França, onde seus pais moram e, recentemente, a Geovana tinha emitido um passaporte. Ela já foi presa por tráfico, quando tentava embarcar em um avião com drogas, então, provavelmente a Geovana serviria de mula e depois teria que se prostituir fora do país também", explicou a delegada do caso, Marília Campello, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29).
A empresária negou as acusações e, em depoimento, apontou o ex-namorado de Geovana como responsável pelo assassinato, informou a delegada. O homem, que não teve a identidade divulgada, foi ouvido e, inicialmente, não há indícios de participação dele no crime, disse a delegada. Além disso, ele teria mostrado mensagens que indicam que a patroa manteria Geovana em situação de cárcere privado.
"Ela não deixava ela se relacionar nem com ele [o ex-namorado], nem com ninguém de fora, porque queria manter ela ali naquele cárcere", destacou a delegada. "A Geovana foi para lá para trabalhar como babá, depois foi aliciada pela [patroa], com uma vida de baladas e bebidas, só que, quando a vítima dizia que não queria mais, ela [a suspeita], dizia que Geovana estava devendo ela e que teria que pagar, permanecendo na casa".
Vítima pode ter sido morta após desistir de servir como "mula" da empresária. "O que a Geovana teria feito que teria desagradado? Será que ela não queria mais viajar como mula e estava com medo? Essas são perguntas que serão respondidas ao longo da investigação", explicou a delegada.
Suspeita buscava amedrontar a vítima com o argumento de que foi casada com um dos principais traficantes do Amazonas, atualmente foragido no Rio de Janeiro. "Ela [empresária] dizia que ia chamar o pessoal do tráfico para quebrar a perna, dizia que ia fazer acontecer", completou Marília, ressaltando que outras meninas eram aliciadas e exploradas pela suspeita, mas que apenas Geovana era mantida em cárcere.
A mulher segue detida no sistema prisional do Amazonas. O UOL não conseguiu localizar a defesa da empresária. O espaço segue aberto para manifestação.
Outro suspeito de participação no crime é procurado pela polícia. O homem identificado como Eduardo Gomes da Silva foi apontado pela Polícia Civil do Amazonas. A PC-AM pede a quem tiver informações sobre o paradeiro dele, que entre em contato pelo número (92) 98118-9535, disque-denúncia da DEHS, ou pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública. A identidade do informante será mantida em sigilo.
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