Conteúdo publicado há 1 mês

MT: Polícia indicia 16 envolvidos em mortes de candidata a vereadora e irmã

A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu o inquérito e indiciou 16 pessoas envolvidas nas mortes das irmãs Rayane Alves Porto, 25, candidata a vereadora em Porto Esperidião (MT), e Rithiele Alves Porto, 28.

O que aconteceu

A polícia diz que identificou todos os envolvidos no crime. Eles foram indiciados por organização criminosa, extorsão mediante sequestro qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro qualificada por lesão grave, tortura e furto. As irmãs foram torturadas e mortas a golpes de faca.

Delegado concluiu que o crime não teve motivação política. Segundo a Polícia Civil, um inquérito complementar será instaurado para apurar a responsabilização do mandante dos crimes.

Oito adultos foram indiciados e oito adolescentes responderão a atos infracionais análogos aos crimes apontados na investigação. Seis investigados foram presos e apreendidos na última quinta-feira (26), durante a Operação Circus. Outros dez foram detidos em flagrante no dia do crime.

O delegado responsável pelo inquérito, Fabrício Garcia, afirmou que a investigação demandou um amplo trabalho de campo das equipes policiais. "Foi uma investigação bastante complexa, realizada em um curto período, onde realizamos dezenas de oitivas de vítimas, testemunhas e de investigados. E as câmeras do programa Vigia Mais MT, da Secretaria de Segurança auxiliaram na identificação dos envolvidos neste crime que abalou a cidade de Porto Esperidião", disse.

Os nomes dos 16 indiciados não foram divulgados. Por isso, o UOL não conseguiu localizar a defesa deles. O espaço segue aberto para manifestação.

Torturas e mortes foram transmitidas

A sessão de tortura e as mortes das irmãs foram transmitidas por videochamada para um preso que pode ter encomendado o crime. Um dos executores permaneceu em videochamada por cerca de três horas com o suposto mandante. De acordo com o delegado Higo Rafael, a polícia ainda não pode afirmar onde o tal preso está atualmente. "Segundo os detidos, a pessoa que estava na videochamada é um preso, porém só a investigação vai apontar o local onde ele se encontra", explicou.

Mas a suspeita é de que o preso esteja detido na PCE (Penitenciária Central do Estado). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública estadual informou que isolou o suspeito. A pasta esclareceu que foi instaurado procedimento administrativo para apurar as questões relacionadas ao acesso de telefone celular de dentro da PCE.

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Enquanto as vítimas eram torturadas, os executores teriam cumprido as ordens do preso. A polícia investiga uma disputa entre facções rivais como motivação para o crime. Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos.

Não há indícios de que as vítimas tenham envolvimento com algo ilícito. As duas irmãs foram mortas a facadas após serem sequestradas na saída de uma festa no sábado (14).

O delegado informou que o irmão das vítimas e o namorado de Rithiele também foram levados ao cativeiro. Um deles contou à polícia que pulou o muro para escapar do cativeiro e conseguiu fazer a denúncia. O outro rapaz foi torturado, teve uma das orelhas e um pedaço do dedo cortado. Ele foi socorrido após agentes encontrarem o cativeiro.

Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos
Dias antes dos assassinatos, Rayane e Rithiely teriam tirado uma foto fazendo um gesto associado a um dos grupos Imagem: Reprodução

O Republicanos, partido ao qual Rayane era filiada, lamentou o crime. "Esperamos que as circunstâncias desse crime bárbaro sejam rapidamente esclarecidas pelas autoridades responsáveis, e os autores, devidamente punidos."

Vídeo mostra quando vítimas foram sequestradas

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Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que as quatro vítimas são sequestradas. As imagens mostram o grupo caminhando em uma calçada, rendidos pelo grupo de criminosos. De acordo com a polícia, eles foram obrigados a seguir para uma casa na região central da cidade.

O delegado esclareceu que as imagens foram registradas pouco antes da morte das duas irmãs. No vídeo, é possível ver Rayane e Rithiely acompanhadas do irmão e do namorado de Rithiely. A gravação também mostra alguns suspeitos de envolvimento na tortura e morte das irmãs.

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