HIV em transplantados gera alerta para revisão de procedimentos, diz médico
A detecção de HIV em pacientes transplantados gera alerta para a revisão de procedimentos em todos os lugares que realizam transplantes, afirmou o médico sanitarista Claudio Maierovitch durante entrevista no UOL News 2ª Edição desta sexta-feira (11).
O governo federal interditou o laboratório responsável pelos testes nos órgãos transplantados e pediu a retestagem de seu material. Pelo menos seis pacientes foram infectados por HIV após transplantes. O caso é considerado sem precedentes no Brasil.
É uma situação dramática, tanto pela condição objetiva das pessoas envolvidas, quer dizer, pessoas que adquiriram o vírus do HIV no transplante e podem, inclusive, ter transmitido para terceiros; como o que isso representa simbolicamente no sistema que vem funcionando muito bem há 30 anos, com muitas retaguardas e resguardos em relação à segurança, credenciamento, confiabilidade das filas do processo de doação e espera. Claudio Maierovitch, médico sanitarista
É uma notícia ruim e ainda bem que, por enquanto, a gente pode dizer que é uma notícia isolada. Aparentemente não se trata de algo que vem se repetindo em vários lugares. Mas é um alerta importante, inclusive, para que se revejam os procedimentos em todos os lugares em que se realizam os transplantes. Claudio Maierovitch, médico sanitarista
O médico sanitarista ressalta o rigor que as instituições e órgãos possuem na realização de um procedimento de transplante.
Há muito cuidado, a gente sabe disso, do Sistema Nacional de Transplantes, da Anvisa, das vigilâncias sanitárias dos estados em verificar a situação de quem faz transplante e quem dá retaguarda como os laboratórios. É muito estranho que um laboratório tenha sido terceirizado para algo de tanta responsabilidade, em condições que, pelas notícias que temos até agora, não é possível ainda conhecer direito. Claudio Maierovitch, médico sanitarista
[Para um transplante] Existem uma série de condições que são aferidas não só por laboratório, mas também por entrevistas aos familiares do doador. Se a pessoa tem uma infecção grave e está, por exemplo, tuberculose ativa ou com covid, essas condições podem contraindicar a utilização daquele órgão. Claudio Maierovitch, médico sanitarista
Mas existem essas [análises] de laboratório, que tem que ser devidamente credenciado, auditado, passar por inspeções da vigilância sanitária, ter sistema de controle de qualidade interno, de qualidade interlaboratorial e só podem usar materiais, os chamados kits de laboratório, que são devidamente registrados na Anvisa e tudo tem que ser absolutamente documentado. Nós que não estamos lá envolvidos, não sabemos quais foram as condições em que isso aconteceu, mas aparentemente houve alguma falha grave nesse sistema. Claudio Maierovitch, médico sanitarista
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