Conteúdo publicado há 27 dias

Três pessoas morrem baleadas em tiroteio e 3 ficam feridas no Rio

Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas durante uma operação da Polícia Militar no Complexo de Israel, no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (24).

O que aconteceu

Paulo Roberto de Souza, 60, foi baleado na cabeça quando estava em um ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic). O veículo trafegava na Avenida Brasil, sob fogo cruzado, quando uma bala atravessou uma das janelas e atingiu o homem. Ele não resistiu ao ferimento e chegou morto ao Hospital Municipal Dr Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias (RJ), informou a prefeitura.

O segundo morto foi Renato Oliveira, 48, que também estava no ônibus da linha 493. Ele foi levado ao Hospital Federal de Bonsucesso após ser baleado, mas não resistiu.

O terceiro foi Geneilson Eustaque Ribeiro, 49. Ele também foi baleado na cabeça. Primeiramente foi levado ao Hospital Municipal Dr Moacyr e, em estado gravíssimo, foi transferido ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde morreu após passar por uma cirurgia no crânio.

Amigo lamentou a morte de Paulo. ''Uma pessoa honesta, trabalhadora, família, amigo, sai cedo para trabalhar e acontece isso. Infelizmente Rio de Janeiro está isso aí, uma guerra'', falou Júlio Cesar à GloboNews.

Outros três ficaram feridos. Alayde dos Santos Mendes, 24, deu entrada em Duque de Caxias com perfuração na coxa, mas já recebeu alta. Um deles foi ferido no antebraço e já recebeu alta, enquanto o outro segue internado no Hospital Federal do Bonsucesso após ser atingido na região dos glúteos, segundo o Ministério da Saúde.

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A operação da Polícia Militar no Complexo de Israel, na zona norte do Rio, mirava uma quadrilha de roubo de cargas. A ação, conduzida por três batalhões da PM, tinha como foco as favelas Cidade Alta - reduto da facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro) e QG do chefe do grupo, o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, vulgo Peixão -, Pica Pau e Cinco Bocas. A reportagem enviou perguntas sobre a efetividade da operação à Secretaria de Segurança Pública, mas a pasta repassou os questionamentos à PM, que não respondeu até esta publicação.

Tiroteio teria começado após traficantes reagirem à presença policial. A porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudia Moraes, falou à TV Globo que é provável que a operação acabe antes do previsto devido à forte resistência dos suspeitos.

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Impactos na região

Durante o tiroteio intenso, pessoas precisaram se refugiar na mureta divisória da Avenida Brasil. Imagens mostram a população abaixada. Motoristas ficaram presos no engarrafamento e acidentes de trânsito foram registrados. Uma linha de trem ficou parcialmente paralisada.

A Avenida Brasil foi interditada. Pelas redes sociais, o Centro de Operações Rio pediu para população evitar o local, que está temporariamente interditado nos dois sentidos. A recomendação é que a Linha Vermelha seja usada como alternativa.

Cidade voltou para o estágio 1 às 11h. Segundo a prefeitura, em uma escala que vai até o nível 5, isso significa que já está normal. Desde às 9h, estava em nível 2, com risco de ocorrência de alto impacto devido ao transtorno em uma das principais vias da capital.

O ramal Saracuruna havia suspendido a circulação entre as estações da Penha e de Caxias. Às 10h, as estações Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigário Geral foram reabertas às 10h, informou a SuperVia.

O Rio Ônibus afirmou que 35 linhas de ônibus foram afetadas. Todas as linhas que têm como destino o centro da cidade estão prejudicadas.

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Até o momento, 16 escolas municipais foram impactadas. Três nas comunidades de Cinco Bocas e Pica-Pau, cinco em Vigário Geral e oito na Parada de Lucas e na Cidade Alta.

Unidades de saúde foram fechadas. Os centros municipais de saúde Iraci Lopes e José Breves dos Santos, e as clínicas da família Heitor dos Prazeres e Joãozinho Trinta não estão funcionando nesta manhã.

Comissão de Direitos Humanos da Alerj acompanha

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) informou, em nota, acompanhar os impactos da operação. A comissão disse que ação não teve "o devido planejamento" e que "afeta negativamente a população de diversas localidades".

"Questionamos: o avanço da facção criminosa na região não foi percebido pelos gestores da segurança pública? Quais os resultados positivos de uma estratégia baseada exclusivamente no confronto?", indaga a comissão na nota.

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), presidente da comissão, afirmou que o Rio está "novamente diante de uma tragédia anunciada". "Esses confrontos acabam sempre recaindo sobre a população, principalmente os trabalhadores, que vivem cercados pela violência. A vida de pessoas inocentes, que deveriam ser protegidas pelo Estado, continua sendo interrompida de forma brutal", disse a deputada.

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