Mãe de motorista de app que morreu em Guarulhos passa mal em velório

A mãe do motorista de aplicativo Celso Araújo Novais que morreu baleado em Guarulhos passou mal e desmaiou durante o velório do filho na noite deste domingo (10). Ela disse aos outros filhos por telefone: "Não me deixem nunca mais sozinha, nunca mais". O velório ocorreu em um cemitério de Guarulhos e reuniu dezenas de familiares.

O que aconteceu

A mãe de Celso Araújo chegou muito abalada ao local e foi consolada por amigos e familiares do motorista. Ela veio de Brasília e enfrentou uma viagem de cerca de 20 horas para se despedir do filho. "Pode chorar, põe tudo para fora", diziam amigos e parentes próximos. Ele morreu atingido pelos disparos que também mataram o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no aeroporto.

A irmã do motorista Juliana Araújo afirmou que a mãe dela e de Celso Aparecida Camilo de Araújo teve uma queda de pressão ao chegar no cemitério por volta das 19h15. Aparecida pediu que a filha fizesse uma chamada de vídeo com os outros filhos para se distrair. "Não vou permitir que ela entre na sala até recuperar um pouco as energias", disse Juliana, também muito abalada e com a voz embargada.

Os primeiros familiares começaram a chegar às 18h. Duas coroas de flores foram colocadas na sala onde o corpo estava sendo velado. "Os meus sinceros sentimentos a toda a família", dizia uma das faixas sobre a coroa de flores. Amigos e parentes próximos comentavam que foram pegos de surpresa com a notícia da morte de Celso Araújo.

Juliana Araújo Novais disse que havia marcado de passar o Natal com ele. "Ele não me esperou. A gente sempre gostava de conversar por mensagem de vídeo. Ele gostava de se exibir. Ele estava no momento mais feliz da vida dele", disse ela a uma colega de trabalho do motorista.

Familiares relatam revolta e tristeza durante a homenagem. "Revolta porque a pessoa sai para trabalhar e acontece isso. Você vê uma família dilacerada", diz Emerentina Santiago Pereira Nunes, 38, auxiliar de produção e amiga de infância do motorista.

"Fazia um ano que não nos víamos e agora recebi essa notícia", diz a amiga de infância. Emerentina conta que conheceu Celso e Simone quando estudavam na mesma escola, em Guarulhos. "Todos os nossos amigos saiam juntos, era aquela amizade bonita. Ele era uma pessoa muito alegre, coração bom. Fiquei sabendo pela minha irmã, que também é amiga dele."

Irmã se diz revoltada com o crime. A servidora pública Simone Dionízia Fernandes Novais, 41, diz estar revoltada com a falta de "atenção e respaldo". Ela disse que não foi procurada por autoridades de segurança pública e tampouco por profissionais do aeroporto para oferecer respaldo. "Ninguém me ligou nem para desejar 'meus sentimentos'".

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