Pegou 337 anos: Maníaco do Corcel deixava vítimas nuas e enterrou uma viva

O soldador José Antônio Miranda da Silva, de 51 anos, ficou conhecido no interior de São Paulo como "Maníaco do Corcel", após cometer uma série de crimes violentos, sempre iniciados a bordo de seu carro. Em sua ficha policial, há estupros em série, roubos, tentativas de homicídios e homicídios, que lhe renderam uma condenação de 337 anos de prisão no último mês.

Crimes, soltura e novos ataques

A trajetória criminosa do Maníaco do Corcel se estende por décadas e é marcada por um padrão cruel e metódico de abordagem às vítimas - sempre mulheres.

Sua primeira condenação ocorreu em 1996, quando ficou conhecido pelo modus operandi que lhe rendeu o apelido: utilizava um veículo Ford Corcel para atrair vítimas, geralmente mulheres que caminhavam pelas ruas sozinhas, sob o pretexto de oferecer carona.

Na época, o soldador foi condenado a 60 anos de prisão por três estupros e três assassinatos. Por ser réu primário, ele cumpriu pena de 20 anos, ou seja, um terço dela, entre 1997 e 2017 e depois ganhou a liberdade.

Imagem ilustrativa de um Corcel
Imagem ilustrativa de um Corcel Imagem: Reprodução / Reginaldo de Campinas

No ano seguinte, ele voltou a agir em cidades do noroeste paulista, como Monte Aprazível (SP), Uchoa (SP) e São José do Rio Preto (SP), com os mesmos argumentos para atrair as vítimas e convencê-las a entrar em seu carro.

Dessa vez, ele já não tinha mais um Corcel e usava um Corsa branco para praticar seus crimes.

Segundo a Polícia Civil, entre os anos de 2018 e 2020, quando foi novamente preso, o soldador cometeu 21 crimes contra 14 mulheres. Uma das vítimas chegou a ser enterrada viva pelo homem.

O crime aconteceu em março de 2022, na cidade de Uchoa (SP). Na ocasião, uma mulher de 22 anos relatou à polícia que foi abordada por José Antônio após o homem parar e pedir informações.

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Ela foi levada para um canavial onde foi agredida, estuprada e enterrada viva em uma cova rasa. A mulher conseguiu cavar a cova com as mãos e sair do local. Após caminhar pelo canavial, nua, ela encontrou um casal de idosos que chamou a Polícia Militar. A jovem chegou a ficar internada.

Como o Maníaco do Corcel agia

José Antônio Miranda da Silva já havia sido condenado em 1996
José Antônio Miranda da Silva já havia sido condenado em 1996 Imagem: Reprodução/ Facebook

O soldador se aproximava das mulheres até ganhar a confiança delas e oferecia carona. Depois essas vítimas eram levadas para a área rural, onde eram agredidas com socos e tapas e enforcadas com cintos e cordas, além de terem os pés ou mãos amarrados.

Com as vítimas desacordadas, o criminoso abusava sexualmente delas e roubava os seus pertences, deixando-as nuas. Em algumas ocasiões, o homem tentou colocar fogo nos corpos das vítimas.

Segundo o processo, para conseguirem escapar, algumas mulheres se fingiram de mortas até o homem deixar o local. Outras desmaiaram devido às agressões, o que fez com que o soldador deixasse o local por acreditar que elas estavam mortas.

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A maioria das vítimas, segundo as investigações, não era escolhida ao acaso. José Antônio buscava àquelas que apresentavam algum tipo de vulnerabilidade social, como usuárias de drogas e garotas de programa, que não possuíam vínculos com as famílias e, assim, seus desaparecimentos não seriam notados de imediato.

Condenações

Mesmo condenado, José Antônio nega os crimes. Em julgamento ocorrido neste mês em São José do Rio Preto (SP), ele foi condenado a 337 anos de prisão por dois homicídios, sete tentativas de homicídio, sete estupros e cinco roubos, que teriam ocorrido entre 2018 e 2020.

O soldador está preso na cadeia de Lucélia (SP) há cinco anos. Em 2022, já havia sido condenado por homicídio, estupro e ocultação de cadáver, por um crime ocorrido em Monte Aprazível (SP).

Sobre a condenação mais recente, a defesa de José Antônio afirma que vai recorrer e pedir a anulação do júri popular.

"Vi várias nulidades, como jurado dormindo antes de começar o júri e o juiz conversando com o jurado. A sala secreta, onde ocorre a votação, mudou de lugar repentinamente e não se pode trocar a sala de votação de última hora. Houve essas irregularidades que vou apontar na apelação e recorrer", disse Emerson Bertolini, advogado de defesa do soldador, ao UOL.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Versão anterior do texto informava que o veículo Corsa é da Ford. No entanto, o modelo era produzido pela Chevrolet. A informação foi corrigida.

59 comentários

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Adilton Jose Luna de Andrade

Pra que esse custo. Pena de morte!! 

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Léo Nascimento

Passou da hora de ter pena de morte no Brasil.

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Fernando Menoncello Fernandes

Pena de morte seria muito simples! Capa e corta as mãos! 

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