Greve da CPTM em SP: Ferroviários não vão parar na quarta

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil decidiu na noite desta terça-feira (25) não fazer greve na quarta-feira (26). A paralisação estava prevista para ocorrer nas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

O que aconteceu

Greve estava prevista para começar às 0h de quarta. No lugar da greve, por três votos de diferença, foi aprovada uma cláusula de paz para protesto pacífico dos funcionários das três linhas, com a retiradas dos uniformes e uso de camisetas pretas, informou ao UOL Fernando Ricardo Santos da Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as bases das linhas 11, 12 e 13 da CPTM.

A cláusula de paz começará às 00h e terminará no dia 28, data em que ocorrerá o leilão das três linhas. O diretor reforçou que os funcionários da linha seguem em "estado de greve" e haverá conversas com os trabalhadores até sexta-feira (28). Uma paralisação futura ainda não está descartada, segundo o diretor.

Além das três linhas da CPTM, o Metrô também funcionará normalmente. A informação foi confirmada Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, nesta noite.

Mais de 4,6 milhões de pessoas residem nas regiões atendidas pelas três linhas. As linhas a serem leiloadas conectam a região central da capital paulista à zona leste e cidades como Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.

Reclamações

Os ferroviários indicaram greve em manifestação contra a privatização de três linhas da CPTM. O sindicato reclama da "falta de diálogo" do governo com a categoria, que receia planos de demissão em massa de servidores e a piora no serviço de transporte prestado à população, ainda segundo Costa.

Queremos que o governo seja democrático e ao menos aceite dialogar antes de bater o martelo sobre a privatização. Ele nem sabe se a população aprova isso. (...) A greve foi chamada porque não há um diálogo mínimo do governo Tarcísio com os trabalhadores e os usuários das linhas. Fernando Ricardo Santos da Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil

A abertura do leilão para receber as propostas de concessão ocorre na próxima sexta-feira (28). Uma sessão pública está programada para ocorrer na sede da B3, a Bolsa de Valores, no centro histórico da cidade de São Paulo.

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Procurado, governo de São Paulo não retornou. O UOL procurou a gestão com pedidos de posicionamento sobre o protesto dos ferroviários e o leilão, mas não teve resposta. O espaço segue aberto a manifestações.

Gestão estadual estima o investimento total de R$ 14,3 bilhões ao longo de 25 anos de concessão. Segundo a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), três grupos estudam a administração das três linhas, além de grandes operadoras do setor ferroviário (leia mais aqui).

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