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Debate em Fortaleza tem troca de farpas por bolsonarismo e discurso de ódio

Os candidatos Sarto (PDT) e Capitão Wagner (PROS), durante debate na TV Verdes Mares, afiliada da Globo em Fortaleza - TV Verdes Mares
Os candidatos Sarto (PDT) e Capitão Wagner (PROS), durante debate na TV Verdes Mares, afiliada da Globo em Fortaleza Imagem: TV Verdes Mares

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

28/11/2020 01h57

Em disputa pelo cargo de prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (PROS) trocaram farpas sobre o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e discurso de ódio durante debate na noite de hoje na TV Verdes Mares, afiliada da Globo.

Sarto, que é médico, criticou atitudes de Bolsonaro e disse saber liderar grupos antagônicos, sem que haja discursos de ódio, como os presentes no bolsonarismo.

Sarto é apoiado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). Já Wagner é capitão da reserva da Polícia Militar do Ceará e declara sua afinidade com o presidente. Ele defende que Fortaleza "precisa ter contato com Brasília".

Capitão Wagner perguntou a Sarto sobre o combate às facções criminosas em Fortaleza. Mudando de assunto, Sarto criticou o fim do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, ressaltando que foi o governo Bolsonaro quem acabou com o acesso às moradias para pessoas de baixa renda.

"O governo federal acabou com o programa Minha Casa, Minha Vida. É o governo Bolsonaro! Teremos o maior programa de habitação para o município. Em conversa com o governador Camilo [Santana] (PT) ele disse: 'Sarto, se você for prefeito, a cada casa construída, vou construir uma'. No meu projeto, serão 5.000 casas construídas em Fortaleza", afirmou.

"O senhor deveria ter vindo ao debate para treinar mais as respostas, pois o senhor não respondeu sobre o que fará sobre as facções. O candidato não responde por que ele odeia Bolsonaro. É importante que o prefeito tenha acesso à Brasília", rebateu Wagner.

"O ódio não cabe em meu coração. Eu odeio o que ele [Bolsonaro] representa: a violência, a exclusão", continuou Sarto.

Na pergunta sobre transporte público, Wagner voltou a afirmar que Sarto tem "ódio" de Bolsonaro. "O eleitor volte a fita para ouvir que o candidato disse que odeia! Odeia Bolsonaro. É importante que se saiba disso. O candidato é contra a escola cívico-militar."

Sarto reagiu aos ataques afirmando que nesta semana o grupo adversário criou notícias falsas. "Poucos dias antes da eleição, começam a surgir as marmotas criando dúvidas, notícias falsas. É preciso acabar com as fake news e ter compromisso com a seriedade e a verdade. Notícias falsas não são características da nossa campanha. Bolsonaro é que apadrinha o candidato adversário", disse Sarto.

"O senhor não é a favor das escolas cívico-militares. Sou professor e reconheço que a educação é a ferramenta de transformação. De sete concursos, passei em seis e reconheço que essa sua proposta é boa e vou dar prosseguimento. Professor, conte comigo", retrucou Wagner.

"Você sabe de que lado estão os professores, e os partidos e todos e todas estão defendendo nossa candidatura por razão simples: temos capacidade de diálogo, de ouvir antagônicos, cristãos evangélicos, católicos, para somar em Fortaleza", disse Sarto.

As considerações finais dos candidatos também foram marcadas com alfinetadas sobre o bolsonarismo e o discurso de ódio.

"Conheço Fortaleza, me criei na periferia. Estudei em escola pública e entrei na medicina para cuidar da vida das pessoas. O meu adversário representa um projeto alinhado ao Bolsonaro, de exclusão e desatenção às minorias, de notícias falsas. No meu projeto, represento as conquistas já alcançadas e juntos construiremos uma Fortaleza mais inclusiva, mais humana", destacou Sarto.

Em seguida, foi a vez de Wagner. "Quero tocar seu coração para transformar essa cidade. Essa disputa e alternância de poder são importantes. Fortaleza é a capital do Nordeste, foi o primeiro lugar a libertar seus escravos. É necessário que o cidadão entenda que, para você amar, tem de falar de amor e não de ódio", disse.

Covid

Na rodada de perguntas sobre saúde, Capitão Wagner criticou os postos e unidades de saúde em Fortaleza por não funcionarem bem. Segundo ele, faltam remédios e médicos.

"Os equipamentos são importantes. São um avanço e é necessário fazer com que os equipamentos funcionem. É preciso que, ao chegar no posto de saúde, o cidadão encontre o medicamento para pressão, para diabetes, que hoje não tem. Vamos colocar as equipes do PSF (Programa de Saúde da Família) para funcionar. Vamos funcionar os equipamentos de saúde e havendo sobra, vamos construir outros", disse Wagner.

Já Sarto afirmou que vai comprar vacina contra a covid-19, caso seja eleito.

"Fortaleza precisa de espaços para atenção básica. Fortaleza tem 85% da população que utiliza o SUS [Sistema Único de Saúde] e vou universalizar esse atendimento. Vamos fazer o plano de enfrentamento à pandemia. Vou comprar a vacina contra a covid-19 assim que a Anvisa permitir. Vamos começar a vacinar pessoas do grupo de risco, idosos e gestantes, todos em casa", afirmou Sarto.

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