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Suspeito de hackear TSE estava em prisão domiciliar, diz polícia portuguesa

Grupo de Zambrius reivindicou autoria de ataque a sistemas do TSE no primeiro turno de eleições - Divulgação
Grupo de Zambrius reivindicou autoria de ataque a sistemas do TSE no primeiro turno de eleições Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

28/11/2020 17h26

Um dos responsáveis pelo ataque aos sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o hacker português Tomás Bonifácio Pedroso, estava em prisão domiciliar e deve se apresentar à justiça do país europeu nas próximas 48 horas para depoimento.

A informação foi divulgada hoje pelo inspetor Rogério Bravo, chefe de combate ao cibercrime da Polícia Judiciária portuguesa. Zambrius, como é conhecido o hacker, tem 19 anos e estava em detido em casa desde março, com uma tornozeleira eletrônica, após efetuar um ataque aos sistemas de uma empresa de energia elétrica local.

"A prisão domiciliar foi decretada (na ocasião), mas depois, com a pandemia, houve uma espécie de um abuso das condições que haviam sido impostas", disse Bravo em coletiva.

"Portanto, terá que se apresentar em novo interrogatório judicial para se apreciar o que aconteceu e o que de fato pode ser imputado", acrescentou.

Zambrius, preso pelas autoridades portuguesas em parceria com a Polícia Federal brasileira, já havia reivindicado nas redes sociais o ataque aos sistemas do TSE no primeiro turno das eleições municipais de 2020 no Brasil.

Em sua condenação do primeiro semestre, Zambrius foi proibido pela justiça portuguesa a ter acesso a computadores. O ataque, no entanto, teria ocorrido através de um smartphone.

Hackers de Brasil e Portugal

A prisão em Portugal faz parte de uma investigação da PF a respeito da possível participação de dois grupos de hackers nos ataques ao TSE. Um dos grupos, o NDA (Noias do Amazonas), seria formado por brasileiros; o outro, o CyberTeam, seria composto por integrantes de Brasil e Portugal.

Três homens, com idades entre 19 e 35 anos, foram identificados e detidos hoje em operações da PF nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Em Portugal, Tomás Bonifácio Pedroso foi o detido.

O grupo lusitano tem participado, segundo investigação da PF, de ataques digitais a órgãos públicos de Brasil e Portugal pelo menos desde 2016, inclusive com apoio de hackers brasileiros.