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Ciro pede ao TSE que torne Bolsonaro inelegível por reunião com diplomatas

Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PL) - Reprodução
Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Reprodução

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

19/08/2022 16h48

Candidato à Presidência da República, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) protocolou hoje no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido de declaração de inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A ação foi distribuída ao ministro Mauro Campbell, que deverá seguir parecer do MPE (Ministério Público Eleitoral) antes de tomar uma decisão.

A manifestação ocorre após reunião transmitida pela EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) em que Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que os ministros da Corte Eleitoral buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedirem que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas. Bolsonaro é um proponente do voto impresso e tem feito reiterados ataques às urnas eletrônicas, muitos dos quais foram refutados por especialistas em segurança digital e órgãos oficiais, como a PF (Polícia Federal).

"É inegável que o senhor Jair Messias Bolsonaro aproveitou-se do evento para difundir a gravação do discurso com finalidade eleitoral, indissociável ao pleito de 2022. Isso porque o ataque à Justiça Eleitoral e ao sistema eletrônico de votação faz parte da sua estratégia de campanha eleitoral, de modo que há nítida veiculação de atos abusivos em desfavor da integridade do sistema eleitoral, através de fake news, o que consubstancia-se em um fato de extrema gravidade, apto a ser apurado na ambiência desta ação", diz Walber Agra, advogado que representa Ciro junto a tribunais superiores.

Em nota ao UOL, a Presidência da República disse que Bolsonaro manteve encontro com chefes de missões diplomáticas no Brasil para intercâmbio de ideias sobre o processo eleitoral.

"O presidente sublinhou aos representantes do corpo diplomático que sua própria carreira política é um resultado do sistema democrático. Lembrou seu período de mais de 30 anos como representante eleito, em trajetória iniciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, passando pela Câmara dos Deputados e culminando com sua eleição à Presidência da República em 2018, com mais de 57 milhões de votos válidos, em campanha realizada com mínimo financiamento público", destacou.