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Goiás: Caiado falta, e adversários ressuscitam críticas à velha política

Colaboração para o UOL

25/08/2022 21h55

Sem a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que tenta a reeleição e lidera as pesquisas, candidatos ao governo do estado criticaram o que chamaram de velha política durante primeiro debate entre os postulantes do cargo. O evento foi realizado pelo UOL em parceria com o Portal 6.

Caiado não compareceu, apesar de ter confirmado participação. A campanha alegou que ele teve um "compromisso inadiável" em Brasília. A organização deixou sua bancada vazia.

Sua ausência o transformou em alvo preferencial dos ataques. Muitos opositores falaram em "falta de coragem" para aparecer no debate, "corrido com medo", "candidato fantasma" e "promessas descumpridas".

O debate reuniu os cinco concorrentes à frente das pesquisas de intenção de voto e foi mediado pelo jornalista Rafael Tomazeti, editor-executivo do Portal 6, com a participação dos jornalistas Eduardo Militão, do UOL, e Pedro Hara, do Portal 6.

Nióbio, mentiras e padrinhos

Houve troca de farpas constante entre os candidatos. Edigar Diniz (Novo) atacou Major Vitor Hugo (PL) dizendo que ele fez pouco durante seu mandato como deputado federal e teve atuação "de vereador". O bolsonarista rebateu: "Não tem respaldo para falar de mim. Só fala mentiras e falácias".

Vitor Hugo afirmou que, como líder do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, atuou para aprovar o auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. Ele tentou se associar a feitos do governo federal para impulsionar sua campanha. Até de nióbio chegou a falar, ecoando Bolsonaro. "O único candidato de Bolsonaro aqui sou eu", reforçou.

"Fazendo aos moldes do que o presidente fez, vamos recobrar a credibilidade para os investidores voltarem para cá", afirmou o deputado federal. Foi alvo fácil para a psolista Cíntia Dias: "Se formos fazer o mesmo modelo de Bolsonaro, vamos destruir mais um pouquinho do estado. A gente não fortalece tirando o emprego, causando miséria, adoecendo".

Ao responder sobre preservação do meio ambiente, o Major Vitor Hugo afirmou que os "produtores rurais são quem mais preserva". "Não podemos ir em encontro contra o interesse do agronegócio em Goiás. Temos de preservar a mola da economia."

Ex-prefeito de Aparecida de Goiânia (GO), Gustavo Mendanha (Patriota) aproveitou o debate para exaltar a sua gestão à frente da prefeitura. A candidata do PSOL disse que Mendanha só fala "do que não fez".

Diniz disse que "não faz alianças espúrias" e que "não faz cabide de emprego".

O candidato do Novo tentou se apoiar na gestão de Romeu Zema, governador de Minas Gerais e único eleito pela sigla em 2018.

Tanto Wolmir Amado (PT) quanto Cíntia Dias (PSOL) usaram as considerações finais para falar que vão dar palanque para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi o único momento em que foi citado o ex-presidente e líder nas pesquisas presidenciais. No mesmo momento, ele era sabatinado no Jornal Nacional, da TV Globo.

Caiado lidera pesquisa do Ipec

Pesquisa do Ipec (antigo Ibope) divulgada hoje (25) mostra o governador Ronaldo Caiado na liderança, com 48% das intenções de voto. Mesmo com a margem de erro, ele venceria a eleição no primeiro turno.

Em pesquisa estimulada, Gustavo Mendanha (Patriota) teve 21% das intenções de voto. Major Vitor Hugo (PL) recebeu 4%, e Professora Helga (PCB), 2%.

Os candidatos Cíntia Dias (PSOL), Edigar Diniz (Novo), Vinícius Paixão (PCO) e Professor Pantaleão (UP) tiveram 1% cada um. Wolmir Amado (PT) não pontuou na pesquisa.

Eleitores que afirmaram que vão votar branco ou nulo foram 11%. Entrevistados que disseram não saber ou não responderam somaram 10%.

A pesquisa do Ipec ouviu 800 pessoas entre os dias 22 e 24 deste mês em 35 municípios de Goiás. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Foi registrada sob o número GO-02234/2022.