Oyama: Às vésperas da eleição, caciques do Centrão se descolam de Bolsonaro

Importantes aliados do Centrão estão descolando suas imagens do presidente Jair Bolsonaro (PL) às vésperas da eleição. As informações são da colunista do UOL Thaís Oyama.

"Quando falamos com os aliados em on, eles dizem que têm certeza da vitória do Bolsonaro. Esse é o discurso oficial. Mas, entre os políticos profissionais e pragmáticos, eles estão fazendo o que sempre fizeram — cuidando da própria vida e dos seus partidos", disse Oyama, durante participação no programa O Radar das Eleições.

"É o caso de líderes do Centrão como o Marcos Pereira (Republicanos), Valdemar Costa Neto (PL) e Ciro Nogueira (PP)", afirmou a jornalista.

Relacionadas

Ciro nega ter elogiado Bolsonaro: 'Fake news do gabinete do ódio do Lula'

TSE nega pedido de Bolsonaro para que Lula exclua vídeos sobre a Lava Jato

Ipec: Lula lidera entre eleitores de SP com 43%; Bolsonaro cresce 5 pontos

Segundo Oyama, Marcos Pereira já estava afastado do governo Bolsonaro desde o início da campanha eleitoral. "Ele diz que se sente desprestigiado, que o governo não o procura para falar sobre questões evangélicas, prefere falar com o pastor Silas Malafaia. Isso não é surpresa, o desembarque dele já é tido como certo", detalhou.

"Já com Ciro Nogueira é diferente. Ele preside o PP, o partido da base do governo e é ministro da Casa Civil. Para ele, não é simples fazer essa transição. Aliados próximos dizem que Ciro Nogueira sem dúvida vai ter que passar por período de quarentena", prosseguiu.

"Por fim, Valdemar da Costa Neto. Ele está feliz da vida. Ele fez a grande jogada de trazer o presidente Bolsonaro para o partido dele e com isso trouxe muitos deputados, fez a maior bancada e quer manter isso. Costa Neto pensa em sair dessa eleição como um grande cacique do grande partido que ele imagina que será o PL."

"E diz para quem quiser ouvir: 'não estou preocupado com o resultado da eleição porque qualquer um que seja o vencedor terá que falar com o PL'", disse Oyama.

Kennedy: Inspirado nos EUA, Lula investe em peça para reduzir abstenção

Informações obtidas pelo colunista do UOL Kennedy Alencar mostram que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está focada no movimento pelo voto útil e para minimizar o número de abstenções no dia da eleição.

"A maioria dos pesquisadores diz que a abstenção é maior entre os mais pobres. Mas há estudos que apontam também que, em eleições passadas, houve abstenções relevantes no Sudeste, entre a classe média alta e as mulheres", disse Kennedy. "Entre os petistas, há o consenso de que é preciso incentivar o comparecimento das mulheres e dos mais pobres."

"Lula gravou uma peça de campanha específica para incentivar esse comparecimento. Em 2020, os Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, era muito importante para o Biden estimular o voto feminino e o voto negro", prosseguiu.

"A campanha do Lula está procurando dados recentes sobre abstenção no Brasil, estudar onde é maior e quais os motivos para tentar fazer uma campanha que aumente o comparecimento no dia da eleição", apurou o jornalista.

Carla: Bolsonaro quer ir a debate da Globo, mas mantém suspense estratégico

Integrantes da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disseram ao UOL que o presidente confirmou presença no debate do SBT e que o compromisso já está em sua agenda oficial. A apuração é da colunista Carla Araújo.

Nos últimos dias, auxiliares de Bolsonaro alinharam com os meios de comunicação os detalhes do debate na emissora paulista e avaliaram que a participação do presidente pode ser positiva para a campanha. A participação no debate da TV Globo, no entanto, é mantida em suspense.

"No debate do SBT, Bolsonaro decidiu que vai mesmo sem o Lula. No da Globo, eles vão fazer o mesmo suspense que fizeram no da Band. A tendência é que acabe indo sim", disse a jornalista.

Segundo a apuração de Carla, a decisão deve acontecer apenas nas vésperas do debate, marcado para o dia 29 de setembro.

"Aliados do Bolsonaro ficam fazendo esse enfrentamento com a Globo, mas sabem da importância desse debate. Bolsonaro está atrás nas pesquisas e precisa ir, ainda mais nas vésperas do dia da eleição", detalhou.

O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.

Quando: toda semana, às 10h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts.

Veja a íntegra do programa: