Topo

Leia a íntegra do último debate para governador do RJ, da TV Globo

27.set.2021 - Os candidatos ao governo do Rio Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo) no estúdio da TV Globo - Divulgação
27.set.2021 - Os candidatos ao governo do Rio Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo) no estúdio da TV Globo Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

28/09/2022 01h18

O último debate entre os candidatos a governador do Rio de Janeiro nas Eleições 2022 aconteceu nesta terça (27) e foi realizado pela TV Globo. Participaram: Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB), Rodrigo Neves (PDT) e Paulo Ganime (Novo).

O debate foi marcado pelos candidatos nacionalizando a disputa para tentar embarcar na polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que travam uma disputa acirrada no estado. Castro e Freixo, que aparecem à frente nas pesquisas, só se enfrentaram diretamente no último bloco, quando travaram um duelo de direitos de resposta.

Leia a íntegra do debate da TV Globo:

  • Primeiro bloco:

[Ana Paula Araújo]: Olá, boa noite. Bem-vindos aos Estúdios Globo pro último debate do primeiro turno entre candidatos ao Governo do Estado. É uma oportunidade pra avaliar as propostas deles antes do voto de domingo. Estão aqui conosco Marcelo Freixo, do PSB; Cláudio Castro, do PL, Paulo Ganime, do Novo, e Rodrigo Neves, do PDT. Boa noite, candidatos, nós agradecemos muitíssimo a presença de todos. O posicionamento aqui no estúdio e a ordem das perguntas foram decididos no sorteio com a presença de assessores. Os candidatos vão fazer perguntas entre si ao longo de quatro blocos. No primeiro e no terceiro, o tema é livre. No segundo e no quarto, eu vou sortear os temas aqui nessa urna. Em cada bloco, todos os candidatos têm que ser questionados uma vez. O candidato terá 30 segundos pra fazer a pergunta, e um minuto e meio para a réplica. O candidato que responder, terá quatro minutos que poderá dividir como quiser entre a resposta e a tréplica. O candidato que se sentir moralmente ofendido pode pedir direito de resposta. Eu e a produção do debate vamos analisar o pedido e anunciar a decisão assim que possível. Se o pedido for considerado procedente, o candidato ofendido vai ter um minuto pra se defender. Então vamos começar, lembrando que nesse primeiro bloco o tema é livre, e o candidato sorteado pra abrir essa rodada foi Cláudio Castro. Candidato, por favor, a quem o senhor vai perguntar?

[Cláudio Castro]: Ao candidato Rodrigo Neves. Em primeiro lugar, uma boa noite a todos, boa noite, queria agradecer muito à Rede Globo, à Ana Paula e aos candidatos, e a você que tá até essa hora nos ouvindo aí, queria perguntar, Rodrigo, a gente sabe que o emprego é um grande desafio no Brasil e no mundo inteiro, sobretudo no Rio depois da pandemia. Nós não conseguimos recuperar todos os empregos perdidos durante a pandemia. Qual é sua proposta pro desenvolvimento econômico pra que a gente possa gerar emprego e gerar renda pra esse estado?

[Rodrigo Neves]: Em primeiro lugar, boa noite, eu queria agradecer também à Globo pela organização desse encontro, agradecer aos candidatos, e sobretudo a vocês que estão acompanhando esse debate, que vai, sem dúvida alguma, refletir nas decisões do futuro do Rio de Janeiro. Cláudio, de fato, o desemprego é o maior problema do Rio de Janeiro, e não é à toa que a minha prioridade como governador será a geração de emprego e renda. O Rio de Janeiro perdeu, nos últimos anos, mais de 30% de presença no PIB brasileiro. O Rio de Janeiro perdeu 700 mil empregos com carteira assinada nos últimos anos. A nossa indústria pesqueira foi toda pra Santa Catarina. A nossa indústria farmacêutica tá indo pra Goiás. A nossa indústria do audiovisual tá indo pra São Paulo. A nossa indústria naval virou pó. E, por isso, nós precisamos de um plano de desenvolvimento pro Rio de Janeiro. Agora, nós vamos implantar, logo no início, meu amigo, minha amiga que tá me assistindo, um programa emergencial. Nós vamos criar frentes de trabalho pra recuperar escolas, CIEPs, hospitais e UPAs que completamente abandonados no estado do Rio de Janeiro. E gerar emprego pra pintores, pra marceneiros. Vamos gerar empregos pra engenheiros, pra arquitetos, pra reconstruir a infraestrutura tanto da saúde e da educação. Uma outra prioridade do meu governo vai apoiar as pequenas e microempresas, os pequenos e microempreendedores, que foram aqueles que mais sofreram com a pandemia e com a crise do Estado. Da mesma forma que eu fiz como prefeito em Niterói, nós vamos criar uma linha de financiamento de 100 mil reais pra todos os pequenos e microempreendedores do Estado do Rio de Janeiro. Em todas as regiões do Estado. Colocar a AgeRio pra funcionar, que é Agência de Financiamento ao Desenvolvimento do Estado do Rio, e que precisa financiar esse crédito pra que você que tenha uma loja de doce, de bolo, pra você motorista do Uber, pra você poder adquirir o seu carro, pra ser o motorista do seu próprio carro no Uber, pra você, pequeno empreendedor de um salão de beleza, poder desenvolver o seu negócio. É assim que a gente vai começar a dar a volta por cima e gerar emprego e renda no Rio de Janeiro.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Cláudio Castro]: Olha, Rodrigo, o Rio de Janeiro realmente tem avançado. De dois anos pra cá principalmente, sobretudo depois da pandemia, nós avançamos muito na questão da logística. A Amazon e a Magazine Luiza já vieram pra cá. Também no hub de energia, com a GNA I. Também na questão da exportação, principalmente através do porto do Açu. A gente tem conseguido fazer uma política hoje de redução da carga tributária, diminuindo o imposto, e também qualificando através das nossas Faetecs, a gente tem conseguido voltar a gerar emprego. Nós, no ano de 2020, éramos um dos últimos estados na geração de empregos através do CAGED. E no ano passado, nós fomos o terceiro colocado. Tá tudo perfeito? Claro que não tá. Mas com a credibilidade de um governo que reduz a carga tributária, que fez a maior concessão da história desse país, que é a concessão da Cedae. A concessão da Cedae nos proporcionou que o Rio tivesse um caminho inverso. Antes, as empresas iam embora daqui. E o que a gente viu, sobretudo nos últimos dois anos, foram as empresas voltando. A JUCERJA, que é aquela instituição onde toda empresa que vai se instalar tem que ir, foram nos últimos dois anos 143 mil novas empresas. Eu acredito que dando a infraestrutura correta, diminuindo impostos, e sobretudo qualificando a nossa mão de obra, a gente vai conseguir avançar cada dia mais na geração de emprego.

[Ana Paula Araújo]: Sua tréplica, candidato.

[Rodrigo Neves]: Olha, Cláudio, de fato a gente tem visto sua propaganda muito bem produzida. De fato, essa não é a realidade que a gente vê no Rio de Janeiro. Você que está nos assistindo certamente tem um filho, um neto, um esposo que está desempregado e não está conseguindo emprego no Estado do Rio de Janeiro. Essa ilha da fantasia que o governador tenta pintar na sua campanha não é a realidade da vida das pessoas que mais precisam no Estado. Agora, voltando ao tema do emprego e da renda, nós vamos desenvolver os complexos industriais do petróleo e gás. Nós vamos garantir que a refinaria definitivamente seja concluída em Itaboraí, nós vamos retomar os investimentos da indústria naval, que já gerou mais de 150 mil empregos diretos e indiretos para os nossos trabalhadores e que infelizmente virou pó pela absoluta falta de política de projeto de desenvolvimento do Governo do Estado; mas eu quero também, meu amigo, minha amiga, dizer sobre um programa muito importante que eu fiz como prefeito, em Niterói. Nós não podemos conviver mais com três milhões de pessoas passando fome no Estado do Rio de Janeiro. Isso é inaceitável! Que três milhões de pessoas todo santo dia não tenham o café da manhã, o almoço e o jantar no Rio de Janeiro. Por isso, eu vou garantir um programa de renda básica. A partir do início do próximo ano, sobretudo para os mais pobres, para essas três milhões de pessoas, serão 500 reais por mês, da mesma forma que eu fiz em Niterói, porque a fome, como já dizia o saudoso Betinho: "Quem tem fome, tem pressa", e a renda básica vai garantir exatamente a subexistência dessas famílias.

[Ana Paula Araújo]: Candidato Rodrigo Neves continua com a palavra. Pela ordem no sorteio, é sua vez de fazer a pergunta, tema livre, a quem escolhe perguntar, candidato?

[Rodrigo Neves]: Deputado Freixo.

[Ana Paula Araújo]: Pode perguntar.

[Rodrigo Neves]: Freixo, você já é deputado há mais de 16 anos e fez muito discurso contra a influência dos banqueiros na política e nas eleições no Brasil e sempre defendeu o financiamento exclusivo, público, das campanhas. Considerando que você já recebeu mais de dois bilhões de reais de doações de banqueiros, quem você vai trair se eleito: seus novos amigos banqueiros ou seus antigos eleitores?

[Ana Paula Araújo]: Pode responder.

[Marcelo Freixo]: Boa noite a todos e todas em casa. Boa noite, Ana Paula. Queria cumprimentar você, agradecer pelo convite, pela realização desse debate, cumprimentar os demais candidatos. Excelente oportunidade. Olha, Rodrigo, na verdade a gente está vivendo um momento, no Brasil, no Rio de Janeiro, muito agudo, muito grave, uma crise de desemprego, uma crise de violência, uma crise na Saúde sem precedentes. O que a gente conseguiu no Rio de Janeiro, e que é importante, é uma união, é um diálogo, onde é possível ter uma pessoa como Armínio Fraga, é possível ter um pessoa como Marcelo Trindade, é possível ter uma pessoa que tem compromisso com o Rio de Janeiro e é possível ter os movimentos sociais, é possível ter uma liderança de favela, é possível ter os professores, é isso que o Rio precisa, foi isso que a gente conseguiu nesse momento. Para governar o Rio nesse momento, e a gente está pronto, a gente está preparado para governar o Rio, era isso que a gente precisava fazer: união. União e diálogo. Sem isso, o Rio não sai dessa crise enorme que está.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Rodrigo Neves]: Olha, Freixo, esse papo de frente ampla, de união, evidentemente não engana as pessoas. Você mesmo dizia que quem financia campanha cobra a fatura depois da eleição. Armínio Fraga, que é um representante do Sistema Financeiro Internacional já doou mais de 200 mil reais para a sua campanha. O sócio do banqueiro Daniel Dantas já doou mais de 100 mil reais para sua campanha. As famílias proprietárias do Banco Itaú já financiaram a sua campanha com mais de um milhão de reais. Essa contradição, você precisa explicar para os seus eleitores. Da mesma forma que tem outras contradições que são inexplicáveis na sua atitude, nessa campanha. Você sempre discursou em favor dos direitos humanos, mas se calou nos últimos anos diante das verdadeiras chacinas que foram praticadas pelo governador Cláudio Castro nas favelas que mataram inclusive jovens inocentes e pobres. Pessoas inocentes, inclusive crianças. Mas não é só essa contradição, Freixo. Você gostou de ser usado pela grande mídia para defender os excessos e as vaidades do juiz Moro. Você defendia que a pauta "Lula livre" não era importante, e agora pendura a sua candidatura em cima do suposto apoio do presidente Lula.

[Marcelo Freixo]: Rodrigo, que pena que você tá se isolando cada vez mais num sectarismo que nunca fez parte da sua história e que nunca fez parte da sua vida pública, te conheço há bastante tempo. E essa agressividade também não conheço. Isso não é bom no momento em que o Rio de Janeiro precisa de tanta união e de tanta paz, e de tanta possibilidade de construção de uma vida melhor pra quem assiste a gente. Eu quero me dirigir a você que tá assistindo a gente a essa hora, e tá preocupada com o Rio de Janeiro. O que a gente tá fazendo aqui? E eu quero falar isso com muita calma pro senhor e pra senhora. A gente vai viver a eleição mais importante da nossa história. Uma eleição que vai definir o que será do Rio de Janeiro e o que será do brasil. E isso tá na mão de cada um e de cada uma que vai votar. É muito importante imaginar que, de um lado, tá a continuidade de um projeto que tem cinco governadores presos, cinco! E que só nesse governo, do Witzel e do Cláudio Castro, tem cinco secretários presos. Secretário de saúde, de educação, de segurança, de emprego. Esse projeto que tem o que havia de pior no governo Sérgio Cabral, e todos eles estão no mesmo governo hoje. Essa é uma continuidade que você pode deter. Não precisa ser assim. Porque esse governo corrupto é um governo que tem consequências pra sua vida. Pra saúde, pra educação, pro transporte. Você pode mudar a história do Rio de Janeiro. Você pode transformar isso com seu voto. Eu tive um pai muito humilde, um pai que vendeu laranja com oito anos de idade. E ele me ensinou muita coisa, e ele faz muita falta hoje em dia, eu queria que ele estivesse aqui, ele me ensinou uma coisa muito nobre. Ele me dizia: "Filho, se você for honesto e se você trabalhar, você vai vencer na vida". E é assim que a gente vai governar. Com trabalho e com honestidade. Pra aquele que tá assistindo a gente, que tem a vida do dia a dia, com honestidade e com trabalho, possa vencer na vida. Eu comecei a trabalhar com 15 anos de idade. Tenho carteira assinada desde muito novo. Virei professor por um sonho que tive. E consegui ficar 20 anos em sala de aula. A coisa que mais me orgulha é quando eu encontro um ex-aluno na rua e ele me dá um abraço e diz "muito obrigado por tudo o que você fez". É sinal que a vida valeu a pena. Você pode mudar a história do Rio de Janeiro com seu voto. É muito importante entender que esta eleição, a mais importante das nossas vidas, tá na sua mão. A gente não pode permitir o que Rio continue tendo governador preso atrás de governador preso. Porque nada do que se fala aqui de emprego, de saúde, de educação, quando o governador é preso, isso tudo acabou. Você pode mudar isso. Vote no 40 pra governador, e vote em Lula pra presidência da república pra gente eliminar essa história no primeiro turno, garantir a democracia de volta, garantir a cultura, garantir o crescimento econômico, garantir o emprego, ter uma boa relação do governador com o presidente da república, e trazer a paz de volta pro Rio de Janeiro. O que tá em jogo é o que vai acontecer, em que o Rio de Janeiro o seu filho, vai viver. Na hora de votar, vote com coragem e com esperança. Pense no seu filho, no brilho dos olhos do seu filho na hora de votar pra governador.

[Ana Paula Araújo]: Candidato Freixo, sua vez agora de fazer a pergunta, que tem que ser obrigatoriamente para o candidato Paulo Ganime. Tema livre, o senhor tem 30 segundos pra fazer sua pergunta.

[Marcelo Freixo]: Ganime, boa noite. O governador Cláudio Castro, ele é acusado por uma testemunha de receber 100 mil reais no episódio que ficou conhecido como o escândalo da mochila. Aliás, você que tá assistindo, se entrar no Google, Cláudio Castro mochila, vocês vão entender, mas ele também é acusado de escândalos no CEPERJ e na saúde. E eu queria que você comentasse se o Rio de Janeiro aguenta a possibilidade de mais um governador preso.

[Ana Paula Araújo]: Por favor, sua resposta.

[Paulo Ganime]: Boa noite a todos, boa noite, Ana Paula, boa noite, candidatos, boa noite a você que tá assistindo a gente em casa, é um prazer estar aqui com vocês no momento muito decisivo pro futuro do Rio de Janeiro. Eu sou Paulo Ganime. Muitos de vocês talvez não me conheçam, eu peço pra que você entre na minha rede social, Paulo Ganime. Se tiver dificuldade em entender Ganime, que muita gente confunde, só se pensar: se anime, Paulo Ganime, e você vai me achar facilmente em todas as redes sociais. E eu quero que você se anime hoje não com a situação atual do Rio de Janeiro, não com esses escândalos de corrupção que foram relatados aqui pelo Marcelo Freixo, esses escândalos de uso absurdo do dinheiro seu, dinheiro público, dinheiro de quem paga imposto, pra alimentar esquema de funcionário fantasma, como tá sendo feito no atual governo. Isso inclusive já confirmado de ter funcionários fantasma no CEPERJ e também na UERJ, instituição que eu estudei, que eu fiz Economia, o que é uma vergonha, é uma pena que isso esteja acontecendo no Rio de Janeiro. E não só tá sendo gasto dinheiro seu que deveria estar sendo usado pra saúde, pra segurança, pra educação, pra pagar melhor os funcionários públicos, mas também porque isso tá alimentando uma máquina para essa eleição e colocando em risco a nossa democracia do Estado do Rio de Janeiro. Então isso é muito importante a gente falar e deixar muito claro. E a gente não pode ser mais conivente com isso. A gente não pode aceitar e votar naquele candidato que tem mais bandeira na rua porque tá sendo alimentado com dinheiro de fundo eleitoral e fundo partidário, e com dinheiro também desses esquemas vergonhosos e absurdos de funcionários fantasma. E aí eu falo o seguinte: eu sou o único candidato que não usa, desses que estão aqui hoje, fundo eleitoral. Eu me recuso. E aí o Marcelo Freixo pode falar: "Ah, mas você tem doação". Ele também tem, inclusive dos banqueiros, que foi falado aqui pelo candidato Rodrigo Neves. A gente recebe... tem a campanha de todos que estão aqui mais barata. Pessoas que nos apoiam: pessoas que acreditam no meu projeto e que estão cansados do que tá acontecendo no Rio de Janeiro hoje, que querem mudança, mudança pra um Rio melhor.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Marcelo Freixo]: Olha, Ganime, você tem razão, mas eu quero explicar para quem está assistindo a gente essas investigações que hoje acontecem sobre o governador Cláudio Castro. Uma delas é de uma denúncia de uma testemunha sobre fraude na Fundação Leão 13. O que é a Fundação Leão 13? Ela existe há muitas décadas. É uma fundação, gente, para tratar de quem mais precisa, dos mais pobres, aqueles que moram na rua, famílias inteiras que moram embaixo de marquise. Essas pessoas é que hora são atendidas pela Fundação Leão 13. Exatamente dali, o governador é investigado. Tem uma testemunha que diz que recebeu 20 mil dólares para passear com a família na Disney, fruto de um favorecimento de contrato na Fundação Leão 13. Além disso, tem o episódio da mochila, que ele até agora não explicou o que tinha. Ele visita um prédio, que tem uma sala comercial, de uma empresa que tinha negócios com a Fundação Leão 13, e ele sai com essa mochila. Para um repórter ele disse que foi consertar o fecho-éclair da mochila; para outro repórter, ele disse que foi ganhar chocolate. O fato é que, no dia seguinte, a operação foi lá e prendeu todo mundo do escritório. Ainda tem um inquérito no STJ (1338 - fraude na saúde), que gerou uma busca e apreensão na casa do Cláudio Castro, e foi o mesmo processo que tirou o Witzel do poder. Fraude na Saúde e fraude na Fundação Leão 13 significa tirar dinheiro de quem mais precisa, fazer a população que mais precisa não ter saúde. A corrupção mata, e é isso que a gente precisa vencer no Rio de Janeiro.

[Ana Paula Araújo]: Sua tréplica.

[Paulo Ganime]: A corrupção realmente mata. Não só a corrupção do Governo do Rio de Janeiro, mas também a corrupção do brasil. E o Freixo está falando muito do Cláudio Castro, com razão, mas a gente não pode esquecer que, primeiro, tem que lembrar quem é o marketeiro dele da campanha atual. O marketeiro dele foi acusado também. A gente tem delação premiada em que ele teve que fazer delação premiada para se safar de condenação por caixa dois, esse é o marketeiro do Marcelo Freixo. E o Marcelo Freixo também está ligado com quem? Com alguém que foi condenado por corrupção, por envolvimento no maior esquema de corrupção do Brasil, se você não está sabendo do que eu estou falando, estou falando muito bem e muito claramente do ex-presidente, ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva. Então, não dá aqui para falar aqui de moral, de ética, de correção, ligado com pessoas que não são corretas e éticas. Aí, o Marcelo Freixo, na próxima pergunta, vai falar o seguinte: "Paulo, mas você está sendo muito agressivo". Ele falou nos últimos dois debates. Gente, não dá para ser passivo no Estado do Rio de Janeiro, em que todos os últimos governadores foram presos acusados de corrupção, e o quinto, o sexto deles, ele sofreu impeachment, que é o governador que foi quem colocou no lugar, hoje, Cláudio Castro como governador, e a gente está falando aqui de todos eles envolvidos com os mesmos grupos políticos de alguma forma, você pode ligar, os três candidatos aos mesmos grupos políticos de César Maia, Eduardo Paes, Rodrigo Maia, Sérgio Cabral, Picciani, todos esses estão envolvidos nos mesmos grupos políticos que colocaram o Rio de Janeiro no buraco. A gente tem que mudar isso. Vocês têm opção. Está na hora de a gente mudar a realidade do Rio de Janeiro. É possível mudar! A gente tem aí uma reta final importantíssima nessa campanha, em que você, eleitor, tem um poder muito grande, o poder do voto; e a gente não pode aceitar mais do mesmo, vamos para a mudança, vamos ter esperança e confiança em um Rio de Janeiro melhor.

[Ana Paula Araújo]: O candidato Cláudio Castro pediu direito de resposta por ter sido citado na pergunta do candidato Marcelo Freixo. Foi concedido o direito de resposta, o senhor tem um minuto.

[Cláudio Castro]: Boa noite. Eu vou dizer por que foi concedido. Há uma campanha aqui que foi a campanha mais condenada na história do Tribunal Regional Eleitoral por mentir, por enganar, que é a campanha do candidato Marcelo Freixo. Ele teve 16 condenações, ele é condenado pelo TRE. Ele é condenado porque mentiu. O CEPERJ não é nada disso, a gente vai explicar. Realmente delações existem. Aquela indústria de delação que você viu, o Freixo é curioso, o marqueteiro dele é envolvido em delação, o pessoal que apoia ele é envolvido em delação, mas ele fala. Sabe qual é a minha diferença, gente? Eu estou processando todos os delatores, sabe por quê? Para que eles apresentem as provas. E já tem três anos isso. Três anos e ninguém apresenta prova nenhuma contra mim. Pensa bem, há 15 dias de começar o processo eleitoral, alguém volta para falar algo que já tinha falado? O povo não é bobo, Freixo. Campanha limpa, por favor. Nada de sujeira. Você é o mais condenado dessa eleição.

[Ana Paula Araújo]: Agora o candidato Paulo Ganime quem pergunta, necessariamente, para o candidato Cláudio Castro.

[Paulo Ganime]: Candidato Cláudio Castro, já foram pelo menos três delações envolvendo o seu nome, uma delas, inclusive, mais uma vez, por receber propina, com direito a vídeo com mochila nas costas, ligadas à Fundação Leão 13, mesma Fundação que fez com que o seu Secretário de Educação tenha sido preso por envolvimento em corrupção na Fundação Leão 13, e o senhor fala de "indústria da delação". A minha pergunta é: o senhor acredita que Luiz Inácio Lula da Silva também é vítima de uma indústria da delação?

[Cláudio Castro]: Paulo, deixa eu falar uma coisa, a gente está entrando na casa do cidadão hoje. O cidadão hoje queria saber o que você vai fazer para corrigir os problemas dele. O cidadão queria saber como a vida dele vai melhorar. Esse é o quarto debate, já tiveram entrevistas, eu respondi sobre tudo isso, você já sabe, você já ouviu. Essa agressividade, eu não estou lendo pesquisa, mas levou hoje o Marcelo Freixo a aumentar a rejeição, a diminuir. Vamos falar de Rio de Janeiro! O que a gente tem que fazer são os programas sociais. Esses sim, a gente pode falar de programas social, Paulo. Não sei se você gosta muito de programa social, mas o programa social é importantíssimo para aquela pessoa que mais precisa. Eu já respondi tudo isso sempre. Eu garanto: não há governo sem credibilidade que tenha feito a maior concessão da história desse Brasil e que esteja trazendo empresa para cá e que esteja trazendo emprego, credibilidade só quem é honesto que tem.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Paulo Ganime]: Eu não entendi, candidato. O senhor tá falando que já respondeu várias vezes. Então o espectador que tá assistindo a gente em casa não tem direito a saber a resposta se ele não assistiu antes as suas respostas? É isso que o senhor tá dizendo? Não tem coragem de falar pro espectador o que pensa sobre o tema? Por quê? Porque não tem coragem de dizer que o candidato à presidência da república, ex-presidente da república, foi devidamente condenado e indevidamente descondenado pelo STG? Que é minha opinião. E o eleitor quer saber isso, sim. A gente tá falando de debates, de propostas, sim, mas o eleitor quer saber quem vai ser o governador do Rio de Janeiro e o que ele pensa sobre temas importantes pro Brasil. Até porque o STF impacta o Rio de Janeiro também. Ou o senhor não lembra que foi o STF, por um pedido do partido do PSB, que impediu operações dentro das comunidades no Rio de Janeiro fazendo com que a milícia crescesse cada vez mais, também por inoperância do seu governo? Ou o senhor também não acha que o STF, muitas vezes, prejudica a opinião daquele que quer dar a sua opinião livremente e coloca a censura em prática? O eleitor quer saber. O eleitor quer saber de que lado o senhor está, isso é importante falar. Deixar muito claro o posicionamento. E o senhor falou recentemente, já que quer falar sobre suas falas anteriores, que não acha que o Lula é tão perigoso assim pro Brasil. Discordando, inclusive, do Bolsonaro nesse ponto. Então, assim, o que é? Você acha ou não acha que o Lula é condenado ou descondenado injustamente?

[Cláudio Castro]: Paulo, em primeiro lugar que quem é do partido do presidente Bolsonaro aqui sou eu. Essa sua tática, desculpa, triste, de querer entrar num voto que não acredita em nada que o Partido Novo defende, isso é muito triste aqui. O que eu falei foi que já se perdeu tempo demais falando sobre isso. Eu já falei: eu sequer sou réu em nada. Gente, eu não sou réu. Não tem uma denúncia contra mim há mais de três anos. Eu tô no governo há dois anos. Não tem uma denúncia. A pessoa vai lá, ela fala o que ela quer, mas ela tem que provar, Paulo, ela tem que provar, sim. A questão do ex-presidente Lula, ele foi condenado em várias instâncias, sim. Agora, nós aqui, no Rio de Janeiro, nós respeitamos as instituições. Eu já falei várias vezes: aqui eu não falo de decisão judicial. Aqui eu falo do povo do Rio de Janeiro. Sabe do que eu falo, Paulo? Eu falo de 73 mil crianças que tinham aula no núcleo de esporte. Inclusive, oito mil delas deficientes. E que por causa de um erro administrativo, que foi utilizado, gente, de uma maneira covarde pelos adversários, essas oito mil crianças, Paulo, não têm mais atendimento hoje. Não é só isso, não. Pessoas que os fazedores de cultura... Você lembra dos programas da Cultura? Hoje não existem mais. Você que estava atrás de um emprego e tinha a Casa do Trabalhador, já não pode mais ir lá. Isso porque, infelizmente, gente, os meus adversários, eles pegaram um erro administrativo que eu já tô corrigindo, quem procurou o Ministério Público fui eu. Eu procurei o Ministério Público, eu propus um termo de ajustamento de conduta que é pra gente arrumar a casa. Só que eles quiseram ter ganho eleitoral e tentar criar disso uma fraude. O que eu tô falando é o seguinte: o Rio... Eu vou te contar uma outra coisa: eu sou o único governador em quase sete anos que tive as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas por unanimidade. Pelos conselheiros e pelo corpo técnico. Eu sou o governador que tô conseguindo trazer empresas pra cá. Ah, mas o Magazine Luiza, BRF, Peugeot, Citroën e Volkswagen dobraram o investimento. ArcelorMittal, mais um bi 300 de investimento. O CAGED, gente, é um dado, que ele vê vaga que fechou e vagas que abriu. O nosso saldo, em dois anos, é de 258 mil novas vagas de emprego. O turismo voltando. O imposto de bares e restaurantes, eu diminuí 25%. Imposto da gasolina eu baixei, imposto das telecomunicações eu baixei, imposto do arroz e do feijão eu zerei! Isso é o que a gente tá falando da sua vida que tá sendo impactada. Infelizmente, o Ganime não veio aqui fazer debate. Ele só tá pensando na pesquisa eleitoral, que, aliás, ele tá bem mal.

[Ana Paula Araújo]: Obrigada, candidatos. Assim terminamos o primeiro bloco do nosso debate. No próximo, tem sorteio de temas pras perguntas. Nós voltamos em instantes. Até já.

  • Segundo bloco

[Ana Paula Araújo]: Estamos de volta com o debate para Governador do Rio de Janeiro.

Neste bloco as perguntas serão sobre temas que eu vou sortear aqui nessa urna. Novamente, cada candidato pergunta e responde uma vez. O candidato sorteado para abrir essa rodada foi Paulo Ganime. Vamos ver então qual será o tema, candidato. O tema é "Corrupção". A quem você escolhe fazer a pergunta?

[Paulo Ganime]: Eu quero fazer a pergunta para o candidato Cláudio Castro.

[Ana Paula Araújo]: Por favor.

[Paulo Ganime]: Candidato Cláudio Castro, mais um vez, a gente retoma o tema do CEPERJ, o tema dos seus secretários tanto de administração penitenciária, que foi preso acusado de estar fazendo negociação com traficantes, seu secretário de Polícia Civil preso acusado de fazer negociação, de trabalhar para a milícia, jogo do bicho. Queria que falasse sobre corrupção no seu governo, que é algo que vem sendo a tônica no seu governo.

[Cláudio Castro]: Vamos lá, quando eu falo que a gente tem que ter cuidado com esse tipo de coisa é exatamente por causa disso. O Secretário de Administração Penitenciária realmente teve um problema, mas depois a própria Justiça trancou todas as ações dele. A gente tem que tomar cuidado para não fazer prejulgamento das pessoas. Deixa a Justiça cuidar disso. Mas vamos falar sim: "Eu entendo, Paulo, que uma das coisas mais importantes é o uso da tecnologia, do Governo Digital, para que a gente possa, sim, melhorar todos os sistemas do Estado". E o Rio de Janeiro hoje é um dos poucos estados do país que usa o sistema eletrônico de informação, que é inclusive um sistema que ele faz com que tudo, a imprensa tenha acesso, o Ministério Público tenha acesso, e todos os órgãos de controle. São 27 mil documentos hoje que qualquer cidadão, a imprensa, inclusive, é livre para ter acesso. Isso eu acho que é uma grande prova de compromisso, e também o Governo Digital, onde o Estado do Rio de Janeiro ganhou agora um prêmio. O nosso Proderj acabou de ser premiado como o governo do estado? a plataforma que mais evoluiu nos serviços digitais. Quanto mais digital for o serviço, menos a gente vai ter problemas de corrupção, com certeza.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Paulo Ganime]: Candidato, a CGU fez um ranking que colocou, Minas Gerais, do governador Romeu Zema, do meu partido, como primeiro lugar nesse ranking em termos de transparência. O Rio de Janeiro, em 22°, se não me engano, em termos de transparência. O CLP também tem o ranking de transparência em que o Rio de Janeiro é o 16°, enquanto Minas Gerais é o segundo lugar. O senhor falou de Governo Digital, fico feliz que queira implantar o Governo Digital porque sou coautor do projeto de Governo Digital, que foi aprovado na Câmara, hoje é lei, que facilita a digitalização dos serviços, não só para o combate à corrupção, mas também serviços que podem dar mobilidade, acessibilidade para o cidadão fazer com que ele tenha acesso a serviços distantes. Principalmente para o morador do interior do Rio que às vezes tem dificuldade de vir para a capital, também para senhora, pessoa com deficiência, que tem dificuldade de locomoção, que pode fazer quase tudo agora digitalmente. Agora, a gente também não acredita que dá para ter transparência e combate à corrupção só com tecnologia. Tem que ter as pessoas certas nos lugares certos. E ao longo do governo Witzel/Cabral tivemos 5 secretários que foram presos, envolvidos com corrupção. O Secretário de Educação, que eu já mencionei, Secretário de Administração, Secretário da Polícia Civil, Secretário da Administração Penitenciária, e, agora, mais alguns escândalos envolvendo o seu governo por conta dessa CEPERJ. Então, é muito importante que o público entenda que não tem transparência no seu governo, e a corrupção é algo sério no seu governo.

[Ana Paula Araújo]: Por favor.

[Cláudio Castro]: Olha, gente, eu sou responsável por aquele que eu nomeio. Isso só quem já governou alguma coisa, só quem realmente já meteu a mão na massa que sabe disso. Eu sou responsável pelo que eu coloco. O que outra pessoa colocou é responsabilidade dela. Mas vamos continuar aqui. No meu segundo mês de governo, sabe o que eu fiz com a fila do SER? A fila do SER é aquela fila da Saúde, que o Ministério Público nunca tinha sido acesso a ela. Eu dei acesso. Hoje o Ministério Público olha a fila por dentro. Quando aconteceu um problema, como o do CEPERJ, eu fui dialogar com o Ministério Público. A questão, quem governa pode ter problema sim, são muitos funcionários. O que nós temos que fazer é o combate sério, o combate duro, e isso o meu governo está fazendo. Eu montei, de cara, uma comissão que inclusive apresentou resultados antes do prazo, e eu cumpri todas as determinações dela. Mas eu queria fazer um compromisso com você que está com saudade do esporte na praça, você que está com saudade da cultura, nós vamos voltar todos os programas. E na questão do Governo Digital, Paulo, ele é fundamental sim. Ele é fundamental porque hoje, no meu governo, por exemplo, licenças ambientais são digitais, licenças de eventos são digitais, você que empreende, sabe a importância disso. Antigamente uma licença ambiental de baixo impacto levava de seis a oito meses. Hoje, gente, leva três dias só. E isso é tirar a possibilidade de qualquer servidor poder fazer corrupção. O servidor sabe que o trabalho dele é 100% digital e que a pessoa vai ter direito a isso. São mais de 1.300 serviços que serão totalmente digitais até o final do ano. Fora isso, o pessoal fala muito aqui das agências, acabei de abrir um concurso para a Agência de Transportes, depois de mais de quinze anos. Abri concurso também para a Agenersa, para que a gente possa realmente fiscalizar melhor. Nós temos, sim, que melhorar a fiscalização.

Inclusive, eu comprei 21 mil câmeras corporais, e não é só para a Polícia, não, mas é também para o agente da lei seca, para o agente da fazenda, e de tantos outros, na hora de fazer a fiscalização, tanto o agente quanto o cidadão, ele vai poder saber o que foi feito, isso é compromisso. Fora o Pacto RJ, que a plataforma mais completa e mais transparente do Brasil, olha lá: "Pacto RJ".

[Ana Paula Araújo]: Agora o candidato Cláudio Castro quem pergunta. O tema, candidato, será desemprego. A quem o senhor escolhe fazer a pergunta?

[Cláudio Castro]: Eu escolho pro candidato Rodrigo Neves.

[Ana Paula Araújo]: Por favor.

[Cláudio Castro]: Rodrigo, continuando o nosso diálogo sobre desemprego, a gente sabe o quanto a indústria pode ser importante nesse processo. Você fala sempre e já falou aqui que a nossa desindustrialização foi um dos grandes... foi uma das coisas que mais prejudicou o governo e o estado do Rio. O que você pretende fazer, sobretudo naquela área ali do porto do Açu, naquela área do norte fluminense, pra combater o desemprego?

[rodrigo neves]: Olha, Cláudio, de fato, o Rio de Janeiro foi o estado que mais sofreu com a desindustrialização do país, e como eu disse, a indústria pesqueira foi pra Santa Catarina, a indústria farmacêutica foi pra Goiás. Nós éramos o segundo estado em empregos na indústria, hoje somos o sexto estado em empregos na indústria. A nossa indústria naval, que é uma vocação histórica do Rio, perdeu milhares de empregos. Uma indústria que poderia gerar rapidamente 150 mil empregos diretos e indiretos. Infelizmente, o seu governo nada fez pra que o Rio de Janeiro pudesse se reindustrializar, gerar emprego e renda pra sua população. Em relação ao norte fluminense, o porto do Açu é, de fato, um dos portos mais importantes do Brasil e da América do Sul. Mas, infelizmente, ele não tem desenvolvido toda a sua capacidade logística pra gerar emprego pros trabalhadores do norte e noroeste fluminense porque o seu governo, Cláudio Castro, infelizmente nada faz. O seu governo não funciona para o povo. Funciona para os políticos.

[Cláudio Castro]: Candidato, deixa eu falar uma coisa. O Pacto RJ, quase 70% dele foi um projeto que eu ganhei da Firjan, do canteiro de obras, onde a Firjan colocou pro governo que se fizesse aquelas obras, aumentaria o potencial da indústria. E nós estamos fazendo infraestrutura no Brasil inteiro. Inclusive, a Ponte da Integração, você que é de São João da Barra, você tá esperando por essa ponte há 40 anos, e ela vai ser entregue dia 31 de maio do ano que vem. Você de Porto Real já tá vendo a obra da outra ponte, que foi um pedido do cluster automotivo. Você de Volta Redonda tá vendo o quanto o estado tá evoluindo. Nosso estado, hoje, é um canteiro de obras. Mas não é só isso, não. Fizemos também o polo metal mecânico, que é uma lei que diminui o imposto da indústria e que faz com que outras indústrias possam vir pra cá. Não é à toa que ArcelorMittal, não é à toa que CSN e outras grandes indústrias voltaram a procurar o Rio de Janeiro. E voltaram porque hoje é um estado investe em infraestrutura, um estado que faz, que monta cada dia mais Faetecs, hoje são 122 Faetecs com 75 mil alunos dando qualificação profissional, e, sobretudo, um estado que reduz imposto na prática, com coragem. Reduzindo o imposto, como eu disse, do arroz, do feijão, mas da gasolina, da energia e das telecomunicações, só assim a gente vai conseguir ser atrativo de verdade.

[Rodrigo Neves]: Olha, Cláudio, a gente ouve você falar e parece que a gente tá vivendo em Marte, numa ilha da fantasia. Porque você fica aqui falando de números, mas você, amigo ou amiga que tá nos assistindo nesse debate, sabe que tá muito difícil conseguir emprego no Rio de Janeiro. Sabe que a vida tá muito dura, muito difícil. Os preços não param de subir. Nós temos três milhões de pessoas passando fome. E o Cláudio Castro fica falando aqui um monte de número que parece que está em outro estado e governando outro estado. Quando eu vejo o abandono do Hospital da Mãe em São Gonçalo, quando eu vejo o abandono do Piscinão de São Gonçalo, quando eu vejo o abandono do Caio Martins em Niterói, quando eu vejo lá a refinaria de Itaboraí parada. Quando eu vejo a RJ-116 de Friburgo com entulho, gente, no meio da rua, há dois anos, comprometendo o escoamento da produção do pequeno agricultor da região serrana do estado de Nova Friburgo, eu fico imaginando em qual estado que o Cláudio Castro vive. Agora, eu quero falar pra você, meu amigo do norte fluminense: meu pai nasceu em Campos e foi pra Niterói. Eu conheço a cidade de Campos, o norte e o noroeste do estado. Nós vamos fazer a RJ-244, que o governo Cláudio Castro tá aí há quatro anos e não fez. A RJ-244 vai permitir que a produção chegue no porto do Açu. O porto do Açu tem um potencial extraordinário, poderia estar gerando milhares de empregos, mas o governo Cláudio Castro foi incapaz de tirar uma estrada de 40 quilômetros do papel. Hoje, as cargas têm que passar por dentro da cidade de Campos porque o governo foi incapaz de fazer a RJ-244. Eu sei como fazer. Em Niterói, eu tirei projetos do papel esperados há décadas pela população de Niterói. Nós vamos tirar a RJ-244 do papel pra que o porto do Açu possa ser o maior porto de logística do Brasil e da América do Sul. Quero também destacar uma coisa muito importante pro noroeste fluminense: Itaperuna até hoje não tem um hospital, um hospital pra atender a população do noroeste fluminense. Eu vou tirar do papel o hospital da região noroeste fluminense, em Itaperuna, porque não é possível os moradores do noroeste fluminense terem que vir pra aqui, pra capital, pra região metropolitana, pra serem atendidos aqui na saúde na região metropolitana. Uma outra coisa importante que eu queria destacar diz respeito ao Complexo Industrial da Saúde. Gente, não há nenhum outro estado que possa liderar com a Fiocruz, com a Coppe da UFRJ, o complexo industrial de serviços de saúde no Brasil. Nós vamos fazer isso porque nós vamos governar com boa gestão e com compromisso com o povo no estado do Rio.

[Ana Paula Araújo]: Agora é a vez do candidato Rodrigo Neves fazer a pergunta, necessariamente, ao candidato Marcelo Freixo. E o tema, candidato, será "Recuperação fiscal". O senhor terá 30 segundos, o tema é "Recuperação fiscal", pode fazer a sua pergunta ao candidato Marcelo Freixo.

[Rodrigo Neves]: Deputado Freixo, o Rio de Janeiro está há quase cinco anos em um acordo de recuperação fiscal e deixou de pagar sete bilhões de reais, em média, por ano, ao Governo Federal, sem o qual inclusive não estaria pagando médicos, professores, servidores públicos do Estado. Qual sua visão sobre o acordo de recuperação fiscal?

[Marcelo Freixo]: Obrigado, Rodrigo. Olha, primeiro que nenhum de nós pode ter qualquer dúvida sobre a necessidade da responsabilidade fiscal. Temos que ter. Então, assim que a gente assumiu o governo, eu garanto a todos que nós vamos ter responsabilidade fiscal, nós vamos cumprir os acordos, e, certamente, o Presidente da República será outro, será o Presidente Lula, e terá muito mais sensibilidade no Rio de Janeiro no que diz respeito à necessidade de crescimento do Rio, Rodrigo. E aí é importante dizer uma coisa: a única saída que tem para o Rio de Janeiro é voltar a crescer. Mas voltar a crescer com números reais, não com uma propaganda enganosa. Nós acabamos de ver em Xerém, por exemplo, a Marcopolo, uma empresa de décadas na baixada, ir embora, assim como várias empresas. A gente precisa de um governo que tenha credibilidade, que o investidor tenha certeza de que o governador não vai ser preso, que ele não está sendo investigado no STJ, que ele não está pendurado, que ele não vai ser réu a qualquer momento para poder ser preso, como todos os outros anteriores foram. Então, é muito importante que a gente possa ter credibilidade para gerar previsibilidade, para gerar investimentos, para trazer empregos de volta. E isso sem dúvida, rodrigo, vai facilitar muito a responsabilidade fiscal, que tem que ser acompanhada de responsabilidade social.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Rodrigo Neves]: Freixo, você tem razão, de fato, o acordo de recuperação fiscal é muito importante. E eu entendo de gestão fiscal porque quando eu assumi a prefeitura de Niterói, em 2013. Niterói estava devendo mais de um bilhão de reais de dívidas de curto prazo e era a 58ª no ranking de gestão fiscal. Depois de oito anos, eu entreguei a prefeitura com sua dívida líquida completamente paga e com mais de um bilhão e 500 milhões de reais em caixa para o meu sucessor. Nenhuma outra prefeitura do Brasil entregou com mais de um bilhão e 500 milhões de reais, como eu entreguei ao seu sucessor a prefeitura saneada e com dinheiro em caixa. Niterói, na minha gestão, evoluiu de 58° para o primeiro lugar em gestão fiscal. Agora, Freixo, o problema é que durante esses cinco anos do acordo de recuperação fiscal, o Estado não fez o seu dever de casa. A arrecadação própria, do Governo do Estado no governo Witzel/Cláudio Castro, praticamente se manteve a mesma. Nada foi feito para incrementar receita, seja modernizando a capacidade de arrecadação do Estado, e nós vamos modernizar a arrecadação do Estado, incrementar receita própria do Estado, seja incrementando atividade econômica, ampliando, portanto, a capacidade de arrecadar, ampliando a atividade econômica na cidade. E isso é muito grave para as atuais e futuras gerações de cariocas e fluminenses.

[Marcelo Freixo]: Você tem razão, Rodrigo. Eu quero dizer que a gente precisa diversificar a economia do Rio de Janeiro. E hoje o que acontece é uma crise de credibilidade muito grande.

Você hoje tem o governo atual gastando 400 milhões em propaganda. Isso não é compatível com a responsabilidade fiscal que a gente tem que ter. E além disso, os grandes escândalos de corrupção, que ferem a responsabilidade fiscal de qualquer lugar. 260 milhões retirados de áreas estratégicas, como 50 milhões da Educação, para pagar o bolsa bandido, para pagar, enfim, corrupção de cabo eleitoral, como foi noticiado por toda a imprensa, não é compatível com responsabilidade fiscal. Então, o que a gente percebe, hoje, é a necessidade de um governo que tenha transparência, que tenha qualidade do gasto, que traga novos investimentos e que possa investir com qualidade no servidor público e fazer com que a gente possa ter mais recurso no turismo, que a gente possa ter mais recursos através da cultura na economia criativa, que a gente possa ter mais recursos através de tudo o que o Rio de Janeiro oferece. Quem não quer investir no Rio de Janeiro, tão potente? Então é muito importante que isso venha com credibilidade para gerar previsibilidade e investimentos. Por isso eu vou aumentar o salário-mínimo. Isso é muito importante para gerar riqueza, para gerar emprego, para gerar crescimento. Aumentar o salário-mínimo regional para 1.585 reais, fazer a casa do empreendedor. Fazer a geração de emprego e dialogar com o Governo Federal para trazer mais investimento e recuperar a indústria naval. E quero deixar esse tempo final, Rodrigo, para fazer um esclarecimento importante. Você me conhece há muitos anos. Eu tenho 16 anos de vida pública. Nunca tive uma única investigação ou denúncia, isso é muito caro para mim, e eu sei que é para você também. Então quando, no bloco anterior, o candidato diz: "Você tem muitas coisas no TRE", ele está falando de propaganda eleitoral, de tirar de televisão propaganda eleitoral. Isso não pode ser misturado com denúncia de corrupção. Isso é uma inverdade muito grande. O governador atual, ele é investigado por fraude na Saúde - está no STJ -, isso é uma informação, não é nada pessoal contra o Cláudio Castro, mas a denúncia de fraude na Saúde está no STJ, a denúncia de fraude na CEPERJ está na PGR, a denúncia da Fundação Leão 13 está no STJ. Pode virar réu a qualquer momento. E lamentavelmente a gente tem uma realidade hoje que quem está nos assistindo precisa saber. Há uma possibilidade, sim, de a gente ter um governador preso novamente. E essa é uma crise sem precedentes. Já temos cinco governadores presos. O Rio não aguenta ter um sexto. A gente precisa dizer a verdade, precisa ter respeito a quem está em casa assistindo a gente. É isso que a gente está buscando fazer aqui. Te agradeço a pergunta, Rodrigo, e acho que a gente tem que deixar de aprofundar o conteúdo, mas sem deixar de dizer a verdade para quem está assistindo a gente.

[Ana Paula Araújo]: O candidato Cláudio Castro foi citado, pediu direito de resposta, mas o direito foi negado, candidato. Agora o candidato Marcelo Freixo quem pergunta ao candidato Paulo Ganime, e o tema será meio ambiente. 30 segundos pra sua pergunta, candidato.

[Marcelo Freixo]: Ganime, ninguém precisa falar aqui da importância do meio ambiente no século XXI no mundo de hoje, e o Rio de Janeiro hoje vive com problemas muito graves em relação à questão ambiental.

Como é que você olha pro meio ambiente no que diz respeito à perspectiva de desenvolvimento, e não só preservação? Como pensar no crescimento econômico olhando pro meio ambiente? Como entender o meio ambiente como parceiro de um lugar como o Rio de Janeiro, tão potente nesse sentido, dialogando com o século XXI?

[Paulo Ganime]: Bom, essa pergunta é ótima, até porque o meu vice, Hélio Secco, que tá aqui comigo hoje no estúdio, é especialista em meio ambiente. Biólogo, com mestrado e doutorado na pauta ambiental. Antes dele ser até meu vice, foi ele que compôs, liderou o meu plano de governo na pauta ambiental justamente com esse objetivo de tratar o meio ambiente como recurso importantíssimo pro estado do Rio de Janeiro. Pro meio ambiente ganhar e pra população ganhar. E o meio ambiente, ele não fala só de recursos naturais que pensam no desenvolvimento econômico. Mas também pensa na vida, na saúde. Quando a gente fala, por exemplo, de saneamento básico. A gente falou do marco legal do saneamento, por exemplo, que eu defendi lá na Câmara dos Deputados, apoiei, votei a favor, enquanto que você, infelizmente, votou contra o marco legal do saneamento, né, não sei por que, porque isso traz mais investimento pra parte de saneamento básico. Hoje a gente sabe que a população do Brasil, do Rio de Janeiro, metade não tem esgoto tratado. Metade, 25% não recebe água tratada em casa. E é graças ao marco legal do saneamento, que eu fui um dos maiores defensores na Câmara, que a gente vai poder avançar agora. Infelizmente aqui no Rio o uso do marco legal do saneamento, que foi o que garantiu também a venda da Cedae, esse recurso da sociedade tá sendo muito mal usado pelo governador Cláudio castro, né, pra fazer funcionários fantasmas, investimentos de fachada que a gente sabe que estão acontecendo no Rio de Janeiro, alguns importantes, sim, tem que falar a verdade, mas muitos deles são só maquiagem. Agora, voltando a essa questão da pauta ambiental, a gente precisa falar como propulsão do desenvolvimento econômico, sim. E a gente tem aqui no Rio um grande ativo, que é o gás natural, e mais uma vez o gás natural, a gente aprovou lá na Câmara a lei do gás, que eu fui o autor do requerimento de urgência como deputado federal pra aprovação da lei do gás, que é um ponto importantíssimo, porque o gás é a energia de transição da energia fóssil pras energias renováveis, que o Rio também tem potencial enorme nessas energias renováveis, e além do gás, eu fui autor do requerimento de urgência, votei favorável, e, Marcelo Freixo, você mais uma vez votou contra a lei do gás, que além de trazer energia barata, gás natural pro Rio de Janeiro, gera também impacto na indústria de fertilizante, que é superimportante pro pequeno agricultor que paga caro no fertilizante no Rio de Janeiro. E aí falando do pequeno agricultor, o pequeno agricultor pode fazer serviços ambientais, preservando parte da sua mata e fazendo com que a gente ganhe recursos pra ele e pro Rio de Janeiro também.

[Marcelo Freixo]: Olha, ganime, deixa eu te contar uma coisa: tem uma coisa importante da gente esclarecer quem tá assistindo a gente. A Petrobras fez um acordo com o ministério público e deu ao governo do Rio de Janeiro, ao governo atual, Cláudio Castro e Witzel, 400 milhões, 400 milhões pro reflorestamento de uma área muito importante da região metropolitana em função da Baía da Guanabara. São cinco mil hectares. Isso é maior do que o Parque Nacional da Tijuca. Não foi plantado um hectare sequer. Um hectare sequer. Então isso é uma desqualificação, isso é uma despreocupação com o meio ambiente enorme. Em relação ao saneamento, você tem razão. Agora, a gente tem que fortalecer, e eu sei que você defende isso, Ganime, tem que fortalecer agência reguladora. Temos que fazer a agência reguladora ter técnica, ser independente, não pode ter as indicações políticas que tem hoje, feitas pelo governo Cláudio Castro. Então é muito importante que essa agência reguladora possa atuar com independência e com firmeza. E eu tô defendendo que o Rio Metrópole possa ter um acompanhamento das metas de saneamento, é uma instituição que pode nos contribuir pra isso e trabalhar junto com a agência. E, além disso, colocar o Rio de Janeiro no século XXI. A gente pode trabalhar com reflorestamento por todo o interior, recuperando inclusive setores da agricultura que estão abandonados, fazer o Rio de Janeiro ser um estado que seja a grande capital climática do Brasil. Pra negociar diretamente acordos com redução de carbono com Alemanha, com Noruega, com Dinamarca, colocar o Rio de Janeiro no mundo, no século XXI, rompendo com esse atraso tão grande que tem hoje no Rio.

[Paulo Ganime]: Você falou bem da agência reguladora, a Agenersa. E eu peço para você, eleitor que está assistindo a gente procurar: "Conselheiro da Agenersa indicado pelo Cláudio Castro, em menos de um mês, foi preso por envolvimento com jogo do bicho". Isso mesmo, como é que você vai querer que a agência reguladora que controla gás e saneamento, dois temas superimportantes para o meio ambiente, para o desenvolvimento econômico, para melhorar a sua vida, ele coloca um cara que não era preparado tecnicamente, e ainda era envolvido com o jogo do bicho. Esse é o governo do Cláudio Castro, que a gente tem que resolver e tirar do governo, do poder. Outra coisa importante, eu sou responsável, participo de um projeto muito importante para criar no Rio de Janeiro o hub de inovação, um polo de inovação na área de energia e energia renovável, aproveitando do óleo e gás também, mas das energias renováveis, para que o Rio de Janeiro tenha startups, inovação, e a gente está trabalhando nisso com várias instituições importantes para que o Rio de Janeiro se torne. Esse projeto é junto com a metodologia da MIT, uma universidade dos Estados Unidos que está ajudando a gente nisso. E a gente tem que falar do desenvolvimento econômico, focado no meio ambiente. O meio ambiente também tem que falar das reservas naturais, e do turismo. O Rio tem um potencial turístico enorme, do Norte Fluminense ao Sul Fluminense, e com a preservação ambiental e o uso responsável das nossas reservas, a gente pode desenvolver muito o Estado do Rio de Janeiro, e hoje é o dia do turismo e o dia do—

[Ana Paula Araújo]: Obrigada, candidato. Fim do segundo bloco do debate. Nós voltamos daqui a pouco com nova rodada de perguntas com tema livre. Até já!

  • Terceiro bloco:

[Ana Paula Araújo]: Estamos de volta com o debate pra governador do Rio de Janeiro. Nesse terceiro bloco, o tema é livre, cada candidato faz a pergunta que quiser. Na ordem determinada por sorteio, quem abre essa rodada agora é Rodrigo Neves, candidato, por favor, o senhor escolhe perguntar pra quem?

[Rodrigo Neves]: Cláudio Castro.

[Ana Paula Araújo]: 30 segundos.

[rodrigo neves]: Cláudio, a situação do transporte do Rio é caótica. As pessoas estão sofrendo muito no Rio de Janeiro. Seja com a SuperVia, seja com as barcas, seja com o metrô. Por que as coisas não estão andando no sistema de transporte no Rio de Janeiro? Acho que é a oportunidade pra você esclarecer à população do estado.

[Cláudio Castro]: Rodrigo, queria te agradecer a pergunta. Muito importante a gente relembrar que eu só tô à frente do estado há dois anos. E nesses dois anos, quase um ano e meio com pandemia. Inclusive, o Brasil, ele foi um dos poucos países, certamente o único de dimensões continentais, que não ajudou o transporte em nada. Nós já conseguimos resolver a questão do ônibus interestadual, porque nós temos hoje um desequilíbrio enorme em todos os modais. Já conseguimos resolver a questão dos ônibus interestaduais, não tá perfeito, mas já começou a melhorar. A questão do metrô também fizemos um bom acordo. Agora, a SuperVia, depois de a gente ter travado uma grande batalha com eles, lembrando que esse concessionário, no Japão, é considerado o melhor concessionário do mundo. E que aqui, por causa de uma concessão feita há mais de 15 anos, é uma concessão que realmente vem se arrastando. Nós já fizemos um acordo com eles, já começaram as primeiras... os primeiros investimentos na manutenção e na operação, aterramento de cabo e tanto outros, e a gente precisa, sim, continuar evoluindo. Não à toa, Rodrigo, eu licito até o fim do ano o metrô até Nova Iguaçu. O metrô vai chegar até Nova Iguaçu. Essa semana agora já deve começar a obra do Muvi, que é o corredor expresso de São Gonçalo. Ou seja, o meu governo tem tratado o transporte com responsabilidade, com prioridade. A questão das barcas já tá tendo a modelagem com a UFRJ e a gente vai, com certeza, fazer uma grande concessão.

[Rodrigo Neves]: Cláudio, você tá, de fato, há quatro anos com seu parceiro Witzel, que você traiu. E nesses quatro anos, nada foi feito pra melhorar o sistema de transporte no Rio. Meu amigo, minha amiga que tá sofrendo na zona oeste, tá sofrendo em Santa Cruz, em Bangu, em Campo Grande, meus amigos da baixada que estão assistindo esse debate, é absolutamente inaceitável o descaso da SuperVia e do governo Cláudio Castro com a situação dos trens do Rio de Janeiro. O estado é incapaz sequer de garantir a segurança das estações. Eu quero dizer a você da zona oeste, meu amigo, minha amiga da baixada, nós vamos retomar os trens expressos em todos os horários no ramal de Japeri-Santa Cruz. Agora, Cláudio, uma outra coisa também que me chama atenção é que nesses quatro anos, vocês não resolveram o problema da Estação da Gávea. Como é que pode o governo ser incapaz de resolver um problema razoavelmente simples da Estação da Gávea? Eu quero dizer também aos moradores de Itaboraí, de São Gonçalo e da minha querida Niterói: nós que sofremos com engarrafamento diário da Ponte Rio-Niterói e da Niterói-Manilha, nós vamos tirar do papel, assim como eu tirei aquele túnel que liga a zona sul à região oceânica de Niterói, nós vamos tirar a linha três do metrô do papel pra gente definitivamente garantir transporte de qualidade, de qualidade, confortável, pra Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.

[Cláudio Castro]: Olha, Rodrigo, de engarrafamento você entende bem, até porque a cidade de Niterói, durante a sua gestão, foi uma das cidades mais engarrafadas do Brasil, e você, em oito anos, não conseguiu resolver. Mas enfim, nós já estamos trabalhando. A 22 de maio agora também já começa a obra, você de Itaboraí, a gente tá investindo no estado inteiro. São mais de 880 quilômetros de RJ sendo reformados. Não sou eu que tô falando, não. Você que mora no estado do Rio tá vendo. Mais de dez mil quilômetros de estradas vicinais. Todas as reuniões que eu fui com os empresários, eles falam: "Finalmente. Estradas que não tinham obra nunca". Falou-se aqui em Teresópolis, a famosa Terê-Fri, Teresópolis-Friburgo, tinha mais de 20 anos que não tinha obra, e nós estamos cuidando. Outro modal importante que ninguém fala é o teleférico do Alemão. Nós estamos retomando as estações. A primeira estação já ficou pronta hoje. Nós estamos reformando, e ano que vem vamos entregar o teleférico de Alemão. Gente, transporte é mobilidade. A gente tá fazendo mobilidade. A questão da Estação Gávea, o problema não é do Governo do Estado. Tem uma proibição do Tribunal de Contas e da Justiça. Nós já fizemos duas licitações pra tentar fazer o projeto pra pelo menos tirar aquela água, e as licitações eram desertas porque ninguém queria entrar num negócio que não tenha segurança jurídica. Então nós já estamos fazendo o diálogo com o Tribunal de Contas, com o Ministério Público e com a Justiça. Já estamos achando a solução, e muito em breve a gente vai tirar aquela água de lá, fazer as fundações. O governo tem que ser coisa séria. A gente tem trabalhado pelo transporte de uma forma séria. Eu não tenho dúvida que você vai começar a ver, e eu digo: dia 30 de novembro, nós temos um encontro marcado com a SuperVia, que é a próxima renovação. Eu garanto aqui pra você: se não tiver a coisa avançado, melhorado, tomaremos uma decisão enérgica, porque aqui a gente dialoga, a gente respeita contrato. Mas sobretudo, a gente olha pra quem mais importa, que é você, cidadão, e você, cidadã.

[Ana Paula Araújo]: Agora é o próprio candidato Cláudio Castro quem segue com a palavra, sua vez de perguntar a quem, candidato?

[Cláudio Castro]: Queria continuar dialogando com o candidato Rodrigo Neves. Candidato, nós todos sabemos que a educação é um grande desafio, sobretudo pós-pandemia, que a educação ficou realmente muito prejudicada, até pela impossibilidade dos alunos de irem à escola, e eu sei que isso é um tema muito caro para o senhor e queria que o senhor discorresse um pouco sobre o seu projeto educacional para o Rio de Janeiro.

[Rodrigo Neves]: Cláudio, a educação é o caminho para o desenvolvimento do país e do Estado. Eu fiz em Niterói uma construção recorde de escolas, municipalizamos e reconstruímos os CIEPS que estavam abandonados pelo Governo do Estado. Eram cinco CIEPS, abandonados pelo estado, e nós vamos retomar esse projeto, porque o PDT 12, meu amigo, minha amiga, que está nos assistindo, já fez muito pela baixada, já fez muito pela Zona Oeste, por São Gonçalo. Já fez muito pela educação. Nós construímos o melhor projeto educacional da história deste país e do Estado do Rio de Janeiro, que foram os Centros Integrados de Educação Pública. Me corta o coração, gente, quando a gente vê que quase um milhão de jovens que não estudam ou não trabalham no Estado do Rio de Janeiro, dos 2 milhões e 500 mil jovens, a imensa maioria de jovens pobres das favelas da Cidade do Rio de Janeiro, da periferia da Região Metropolitana, e que muitas vezes se desencaminham porque o Estado é incapaz de garantir aquilo que eu vou garantir, a partir do início do próximo ano: Nós vamos retomar todos os CIEPS que estão abandonados no Estado Rio de Janeiro e vamos garantir que o garoto, que o menino estude durante a manhã o ensino de matemática, de português, de ciências, e, na parte da tarde, ele possa desenvolver as suas potencialidades com algum tipo de curso técnico profissionalizante. Nós vamos oferecer um conjunto de cursos técnicos profissionalizantes, e o garoto vai ficar no ensino técnico e no ensino em tempo integral, nos Centros Integrados de Educação Pública, que nós vamos resgatar e recuperar no Estado do Rio de Janeiro.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Cláudio Castro]: Olha, Rodrigo, é óbvio que a educação não está como a gente quer, mas a gente começou a avançar. Nós inclusive já subimos seis posições do Ideb. Fiz a maior recomposição do Brasil para os servidores da Educação. Dei quatro auxílios tecnológicos, reajustamos vale-transporte, reajustamos vale-alimentação. No dia de hoje, gente, eu estou reformando 150 escolas. As FAETECs foram 11 novas abertas. Estamos construindo quase 25 escolas hoje, fizemos um projeto chamado MÃE: Mulheres em Apoio à Educação. Eu contratei cinco mil mulheres para que elas fizessem essa busca ativa do aluno, e não só isso, mas também ajudasse dentro da jornada deles na escola. E também as escolas vocacionadas. Nós temos que ter escolas vocacionadas. Por exemplo, Rodrigo, eu já entreguei 16 CIEPS, agora em formato de ETEC. O que é ETEC? Os CIEPS 100% tecnológicos. E até o fim deste ano vão ser 50. Ano que vem o Estado do Rio de Janeiro começa com 50 ETECs. E isso é o trabalho na prática. Valorizando o servidor, fazendo uma escola de qualidade. E eu queria fazer um compromisso aqui que ano que vem nós implantaremos o piso nacional do magistério no Rio de Janeiro no primeiro ano. Foi a Saúde no segundo; segurança no terceiro; educação.

[Rodrigo Neves]: Cláudio, fala a verdade pras pessoas, Cláudio. Meu amigo, minha amiga, você tem um neto, tem um filho que provavelmente tá sofrendo com a falta de professores na rede estadual, com a falta de merenda, com a falta de material didático. Quando você fala que recuperou 12 CIEPs, eu fico absolutamente escandalizado. Porque o Darcy Ribeiro e o Brizola construíram mais de 500 CIEPs no estado do Rio de Janeiro. Veja, outro dia eu estive lá no Portão do Rosa, em Jardim Catarina, em São Gonçalo, CIEPs completamente abandonados, destruídos, sem nenhuma criança dentro da escola. Eu quero garantir a você, minha amiga, meu amigo que tá me assistindo: nós temos a legitimidade pra falar nos CIEPs. O PDT fez muito pelos que mais precisam e pela educação no estado do Rio de Janeiro. Se não tivessem abandonado os CIEPs que o Brizola e o Darcy Ribeiro construíram, nós não teríamos perdido tantos jovens pra criminalidade nos últimos anos no estado do Rio de Janeiro. A minha prioridade vai ser emprego e renda e educação. Nós vamos retomar todos os CIEPs que estão abandonados, combinando, garantindo o ensino em tempo integral combinando o ensino da grade curricular normal do ensino médio com o ensino técnico profissionalizante. Meu amigo, minha amiga, eu já fiz isso em Niterói, porque em Niterói eu não deixei nenhum abandonado. Eu reconstruí todos os CIEPs que estavam abandonados. Agora eu quero dizer também pra você mãe trabalhadora das favelas do Rio de Janeiro, da baixada, da zona oeste, meu amigo, minha amiga, em Niterói eu coloquei todas as crianças em creche em horário integral. A partir do início do próximo ano, vocês vão ter um governador com compromisso popular. Nós vamos fazer parceria com os municípios e garantir que nos próximos quatro anos, todas as crianças estejam em creche em horário integral. Porque isso é importante pras crianças, mas também é muito importante pras famílias, pras mães trabalhadoras. Porque a mulher não consegue se manter no emprego, ou não consegue o emprego porque, muitas das vezes, a creche funciona em horário parcial. Nós vamos criar creches em horário integral no Rio de Janeiro.

[Ana Paula Araújo]: Obrigada, candidato, agora o candidato Paulo Ganime quem faz a pergunta necessariamente ao candidato Marcelo Freixo.

[Paulo Ganime]: Segurança pública é um dos maiores do problema do Rio de Janeiro hoje, e no Rio de Janeiro, no centro do Rio, aumentou em 30% o roubo de rua entre junho de 2021 e junho de 2022. Furto de celular, crescimento de 126%. Redução de prisões, 17%. Dados do ISP, Instituto de Segurança Pública, mostram que tiveram alta em 2022 de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2021 no estado do Rio de Janeiro, furtos a transeuntes, frutos de aparelhos de celular, furtos em coletivo e também aumento muito grande de tráfico e milícia. Proposta de segurança pública, Marcelo Freixo.

[Marcelo Freixo]: Obrigado, Ganime, esse é um tema decisivo, e a gente não pode participar de um debate sem falar sobre ele. Eu... Você sabe muito bem, eu presidi a CPI das milícias em 2008, que foi uma CPI que marcou a história do parlamento do Rio de Janeiro. O Rodrigo era deputado comigo naquela época. A gente colocou nessa CPI 240 líderes milicianos presos. Então a gente enfrentou o crime no parlamento como muito governador não teve coragem de enfrentar. E a gente fez também a CPI do tráfico de armas e tráfico de munição, enfrentando o tráfico de drogas porque as armas e as drogas não são produzidas nas favelas nem nas periferias do Rio de Janeiro. Pena que os governos não conseguiram, esses diversos governadores presos não conseguiram efetivar o que o relatório fazia como proposta. E você tem razão, o aumento das milícias e do tráfico é assustador. Mas é mais do que isso. Um celular é roubado a cada 12 minutos no Rio de Janeiro. Isso é muito impressionante. Você pode falar: "Isso é menor". É, mas o roubo do celular hoje, Ganime, gera, por exemplo, extorsão. Ele gera, por exemplo, crime nas contas bancárias. Ele gera uma série de outros crimes oriundo da falta de segurança das pessoas nas ruas. Segurança pública são dois braços. Um braço é a polícia bem treinada, equipada e valorizada pra botar bandido na cadeia. O outro braço é investimento social nas áreas pobres, e é o que a gente vai fazer com o Projeto Prosperidade. Investimento grande em esporte, em formação adequada pras mães, pros idosos, fazer integração com as escolas, ocupação de território é a grande saída pro Rio de Janeiro.

[Paulo Ganime]: Marcelo Freixo, o atual governador, ele colocou dentro do CEPERJ, do escândalo do CEPERJ, o pai de um traficante. O pai de consideração de um traficante. A gente viu a filha do Fernandinho Beira-Mar pedindo apoio político para essa eleição, para ele. Isso está nos jornais. Não sou eu que estou falando, está noticiado nos jornais, tem vídeo dela pedindo apoio político para ele. A gente sempre soube que o senhor não gostava de defender a Polícia, mas agora a gente sabe também que o atual governador está lá comungado com o tráfico de drogas, segundo o que está nos jornais, não sou eu que estou falando. Outra coisa importante, Marcelo Freixo, eu quero muito valorizar os nossos heróis, os nossos pensionistas, nossos veteranos, aqueles que ficaram sequelados em batalha, garantindo a paridade e a integralidade, coisa que o governador não garantiu. Ele não deu isso para eles. Criou algo que nunca teve na história do Rio de Janeiro, uma distorção entre os veteranos pensionistas e os da ativa. Outra coisa importante também, a gente precisa rever a escala, que é desumana, da Polícia Militar, daqueles que trabalham 24 horas em pé e, depois, têm pouco tempo de folga. Esse é um compromisso meu, que está no meu plano de governo. Vocês podem entrar lá no meu plano de governo. Valorizar também a Polícia Civil, também os agentes, hoje, polícia penal, antigos agentes penitenciários. E a gente tem que rever também a questão de concurso público. Fazer concurso público todo ano, com calendário que eu vou colocar à disposição em janeiro de 2023.

[Marcelo Freixo]: Olha, Ganime, o tema da Segurança Pública é muito sério, ele mexe com uma sociedade, e é assunto no mundo inteiro, a gente não pode brincar com isso. Deixa eu te falar uma coisa, eu tive um irmão assassinado por bandido. Um irmão de pai e mãe, de 34 anos, que deixou duas filhas pequenas. Eu sei o que é um bandido acabar com uma família. Eu vi meu pai e minha mãe enterrar meu irmão. E nem por isso eu me tornei um cara violento, um fascista ou alguém contra a polícia. Muito pelo contrário. Eu sempre tive trabalho com diversos policiais. Falo aqui do coronel Pinheiro Neto, falo do coronel Robson e tantos outros policiais civis, policiais penais que estão juntos comigo, construindo um plano de modernização da Polícia para valorizar essa Polícia. Eu quero dizer uma coisa para vocês, no meu governo tai ter operação policial, vai ter operação policial, vai ter combate ao crime. Como eu sempre fiz na minha vida. Porque eu sei o que é uma família ser destroçada por bandidos e pelo crime. Mas vai ter respeito aos moradores, vai ter respeito à cidade, vai ter respeito às pessoas e vai ter respeito aos policiais, que não podem mais continuar sendo usados por determinados políticos. A gente vai modernizar a Polícia e vai fazer a integração com projetos sociais importantes, e retomar território para fazer com que a segurança pública seja um projeto de Estado, e não um projeto eleitoreiro, é isso que a gente vai mudar completamente. Hoje a gente não tem a Polícia Civil sequer com um colete para cada um. Hoje a gente tem uma Polícia Civil que recebe doze reais com um tíquete refeição, e eu quero me dirigir a você, que é aposentado e pensionista da Polícia Militar, da Polícia Civil ou da Polícia Penal. Eu vou dar equiparação a vocês, vou tratar vocês com respeito, vou equiparar e vou fazer essa restauração de abandono que foi completamente feita pelo governo atual. Então, a gente vai olhar para a Segurança Pública, Ganime, com o respeito e a seriedade que a sociedade merece, com investimento nessa polícia. Eu vou resgatar a Bolsa Formação. O policial que quiser fazer a formação dele qualificada em algum assunto, ele vai receber 800 reais e vai ser qualificado para isso. Isso já era previsto? no governo Lula. A gente vai voltar a governar esse país. A gente tem muitos projetos para fazer, e esse policial que qualificar a sua ação, isso vai contar na sua promoção, a promoção do policial vai ter mais responsabilidade, vai ter mais transparência. Segurança Pública é coisa séria. Nós vamos enfrentar o crime, vamos fazer a sociedade inteira se sentir mais segura.

[Ana Paula Araújo]: O candidato Cláudio Castro foi citado pelo candidato Paulo Ganime e pediu direito de resposta e foi concedido. Candidato, o senhor tem um minuto.

[Cláudio Castro]: Gente, vamos entender o que é segurança pública? Segurança pública, nós tínhamos o segundo pior salário do Brasil. Hoje nós temos o terceiro melhor salário do Brasil. Nós tínhamos uma polícia que não tinha equipamento, eu entreguei em dezembro do ano passado, inclusive um ex-correlegionário do Ganime estava lá comigo, o maior centro de treinamento policial do Brasil. A polícia civil, eu montei pra ela um prédio inteiro pra investigação e inteligência. Você, policial civil, você, policial militar, sabe a valorização que foi feita. A Segurança presente é uma empresa base, são 42 hoje, a polícia tá próxima do cidadão. Fiz concurso pra Polícia Civil. A gente comprou agora 35 drones pra gente poder usar a inteligência na polícia a cada dia mais. Estamos reabrindo todos os IMLs, isso é política pública de verdade pra segurança. E não quem tenta enganar você. Tem gente que faz, e tem gente que só fala e tenta te enganar.

[Ana Paula Araújo]: Agora o candidato Marcelo Freixo quem faz a pergunta ao candidato Paulo Ganime. Tema livre, candidato.

[Marcelo Freixo]: Ganime, vamos falar de educação. O governo Cláudio Castro, o secretário de educação do governo Cláudio Castro é um corretor de imóveis. Nada contra os corretores de imóveis, mas secretário de educação não entende nada de educação. Ele, em cinco dias, concedeu a saída de 50 milhões da educação para o CEPERJ, pra pagar o bolsa bandido e pra pagar funcionário fantasma. O que você acha disso e quais suas propostas pra educação diante desse escândalo que a gente tem no governo atual, de dinheiro da educação ir pra pagar bandido?

[Paulo Ganime]: Candidato Marcelo Freixo, acho que é importante, além do caso que você mencionou, que é uma vergonha, citar que no governo Cláudio Castro tiveram quatro secretários de educação. Um deles, inclusive, foi preso. Então não é possível que a gente tenha uma melhoria na educação sem uma continuidade no projeto de educação. Sem gente competente, técnica pra fazer um programa, pra melhorar a educação do estado do Rio de Janeiro. É isso que eu vou fazer no meu governo. Vou colocar pessoas técnicas, competentes, aqueles que entendem do assunto, e não aqueles que são indicações políticas pra agradar grupos políticos, grupos políticos esses que estão no governo do estado do Rio de Janeiro há décadas, e estão colocando o Rio de Janeiro cada vez mais no buraco. Mas em termos de indicadores, também precisa lembrar: a gente tem aí 80 mil alunos que abandonaram as escolas na rede estadual no ano passado por falta de perspectiva. Não tinham sonhos, não tinham visão de futuro dentro da educação do estado do Rio de Janeiro hoje, que a gente precisa mudar isso também. O Rio de Janeiro é o pior da região sudeste no índice da educação básica. Pior da região sudeste. É pior da região sudeste também na taxa de desemprego. As duas coisas estão conectadas. É claro que a gente sabe muito bem que sem educação, as pessoas não têm trabalho, não têm emprego, não têm futuro pros seus filhos. No meu governo, a gente pretende garantir ajuda pros municípios pra cuidar das criancinhas, desde o ensino fundamental. Na verdade, desde a creche. Aumentar o número vagas em creche em parceria, o estado do Rio de Janeiro com os municípios, com instituições sem fins lucrativos e também com a iniciativa privada. Pra mãe, pro pai poder ir pro trabalho tranquilo sabendo que o filho vai ser bem tratado, vai ser bem cuidado. A gente vai garantir também repasse de imposto pro município que investir em educação. O quer dizer isso? O município que... o prefeito que investir em educação, ele vai ser recompensado, vai poder gastar mais em educação e em outros temas também. É o estado facilitando a vida do prefeito do município que quiser investir em educação. Educação em tempo integral. Tema importantíssimo. Além da creche, também quando a gente chegar na fase mais avançada da educação daquelas crianças, elas também vão poder ficar na escola ou em uma instituição, trabalhar com empreendedorismo social, algo superimportante, que funciona muito bem. Eu destinei recursos de emendas parlamentares do meu mandato para algumas instituições que ajudam muitas mães a conseguirem trabalhar com tranquilidade.

[Marcelo freixo]: Obrigado, Ganime. Quero dizer para você, Ganime, que Educação para mim é um tema central, porque é um tema de vida, sou filho da escola pública. Seu Aroldo, meu pai, é inspetor de colégio público, e minha mãe, dona Lenice, foi a vida inteira secretária de colégio público. Sou filho escola pública e eu realizei um sonho na minha vida que foi ser professor. 50 milhões tirados da Educação para pagar a corrupção é um crime. Por isso está sendo investigado. Isso é muito sério, Ganime. Porque com 50 milhões a gente poderia comprar 40 mil tablets e resolveria em parte o fracasso que foi o governo Cláudio Castro durante a pandemia, no ensino, para nossas crianças. Nós tivemos nossas crianças, quem está em casa sabe disso, dois anos sem aprender nada. Esse dinheiro desviado compraria 40 mil tablets. Eu quero dizer para vocês que eu vou ter responsabilidade fiscal. Mas quero avisar a vocês, professores, que também vou ter responsabilidade pedagógica. Nós vamos pagar o piso nacional para os professores. Isso é fundamental. E é uma vergonha que o governo até hoje não tenha conseguido fazer isso. Nós vamos colocar os explicadores universitários, que eu vou pagar, com 36 milhões, com bem menos do que foi desviado, eu pagaria o explicador universitário, aquele que está se formando na universidade para dar aula para o seu filho, que ficou dois anos sem aprender nada na pandemia. A gente vai fazer a corrente integral, da primeira infância ao primeiro emprego, da creche à formação. Investimento em Educação é investimento no futuro, na vida, para que o seu filho volte a ter os olhos brilhando novamente.

[Paulo Ganime]: A gente tem que lembrar muito bem que o Brasil foi o país que mais demorou a voltar às aulas justamente porque aqueles políticos de esquerda defendiam que não poderiam os alunos voltarem às aulas, e a gente sabia que com protocolo certo, com as condições certas, era possível retomar as aulas mais cedo, e, com isso, também, garantir que a gente teria um déficit menor na educação no Rio de Janeiro, na pandemia. Então, isso é muito importante deixar claro, também, de quem foi parte da responsabilidade por todo esse problema na educação do Rio durante a pandemia. Agora, a gente tem que falar também de auxílio pedagógico e de formação para os professores das redes municipais. E a gente vai fazer isso, com o Governo do Estado, com os professores da rede pública estadual, com o CECIERJ, também com parcerias com os institutos federais que fazem um grande trabalho no interior. E outro ponto importantíssimo, a educação profissionalizante. Hoje falta emprego e renda, seja porque não tem empresa no Rio de Janeiro, por conta da violência, por conta da alta carga tributária, mas também porque os nossos jovens não têm formação. E a gente vai garantir essa formação, aumentando as vagas de cursos profissionalizantes. Aquele que você faz de um a seis meses e garante o emprego, uma empregabilidade. E gente vai ajudar aqueles que hoje, a gente vê muitos jovens trabalhando como motoboy, trabalhando com entrega de aplicativo, que gostariam de estar fazendo essa formação profissional, mas não podem porque eles precisam trabalhar, a gente vai fazer com que o fundo de combate à pobreza seja usado para auxiliar para combater a pobreza de verdade, dando bolsa para esses alunos poderem estudar com tranquilidade e terem um futuro melhor.

[Ana Paula Araújo]: Encerramos assim o terceiro bloco do nosso debate. No próximo, as perguntas serão com temas determinados por sorteio. A gente volta já, já.

  • Quarto bloco:

[Ana Paula Araújo]: Estamos de volta agora com o quarto bloco de perguntas entre candidatos ao governo do Rio, e teremos também aqui as considerações finais. Esse é mais um bloco de tema determinado, o tema eu vou sortear agora. E é tráfico e milícia. Seguindo o sorteio realizado na presença dos assessores, quem abre o bloco é Marcelo Freixo, a quem o senhor escolhe perguntar, candidato?

[Marcelo Freixo]: Finalmente ao Cláudio Castro.

[Ana Paula Araújo]: 30 segundos.

[Marcelo Freixo]: Cláudio, a gente acabou de ler um relatório com um aumento de quase 400% do domínio de milícias pelo estado do Rio de Janeiro. Né? E a gente sabe que todos se preocupam com isso, não tenho dúvida que você também. Mas a gente tem também o aumento de casos de estupros, a gente tem o aumento de casos de furto de celulares, e de tantos outros crimes acontecendo em várias cidades de formas diferentes, mas especificamente sobre o tráfico e sobre milícia, quais são as suas ações concretas?

[Cláudio Castro]: Olha, Freixo, contra as milícias, eu montei a maior força-tarefa de combate às milícias da história do Rio de Janeiro. Foram mais de 1.300 milicianos presos, e mais de dois bilhões e meio bloqueados deles através do Departamento de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil. Nunca se houve tanto combate à milícia, inclusive, a inteligência da Polícia Civil, e eu confio muito na Polícia Civil, ela contesta esses dados, inclusive ela diz que em 18 comunidades que eram completamente tomadas pela milícia, hoje a polícia já tá tendo que novamente combater o tráfico lá. Então as milícias têm sido muito combatidas, com combate que nunca foi feito na história, e o tráfico também. Inclusive, eu sou sempre alvo de crítica por causa das operações. A operação dessa semana demonstrou mais uma vez a força que a inteligência da Polícia Militar tem, e com certeza a polícia bem treinada, novos policiais como a gente tá fazendo, e também valorização do policial com inteligência, a gente vai conseguir continuar combatendo o tráfico e a milícia.

[Marcelo Freixo]: Olha, Cláudio, eu não tenho a menor dúvida que não há nenhum candidato aqui que possa ter algum interesse no avanço do tráfico e da milícia, mas fato é que quem tá assistindo a gente aqui sabe, os territórios estão completamente dominados no estado inteiro, há uma parcela enorme de territórios dominados pelo tráfico e pela milícia. E aí, Cláudio, é muito grave porque o seu chefe de polícia, o Alan Turnovsky, que foi a primeira pessoa que você escolheu, era uma pessoa muito importante no enfrentamento ao tráfico e à milícia. E o Alan Turnovsky foi preso, e ele está preso ainda, e a acusação é que ele pertence a uma organização criminosa. Então como é que o seu governo vai conseguir enfrentar tráfico e enfrentar milícia se a pessoa mais importante do seu governo no enfrentamento ao crime é preso por pertencer a uma organização criminosa, planejando matar alguém, segundo as escutas telefônicas, isso é noticiado, por dinheiro? É uma situação no Rio de Janeiro hoje muito grave. Meu pai me ensinou, Cláudio, que autoridade vem do exemplo. E aí é muito difícil uma Polícia Civil tão valiosa quanto a gente tem, com policiais extraordinários, você escolheu alguém pra chefiar a Polícia Civil que é presa. Então é difícil que esse resultado apareça. Então a gente precisa, eu queria que você falasse um pouco da prisão do seu chefe de polícia, o Alan Turnovsky. Você tentou evitar que eu pudesse falar sobre isso na propaganda e você perdeu. Eu vou continuar falando, e aqui você pode explicar melhor.

[Cláudio Castro]: Freixo, falar em propaganda, a sua campanha é a mais suja da história do Rio de Janeiro. Não falo por causa de sua causa, não, mas é porque você foi condenado pela Justiça: 16 condenações. Nunca teve uma campanha na história do Rio de Janeiro com 16 condenações porque mentiu. Não fui eu, não, gente, foi o Tribunal Regional Eleitoral que condenou a campanha do Freixo. E aí eu concordo, é uma condenação eleitoral, mas a campanha dele pode ter certeza de que é mais suja da história do Rio. Quando eu contratei o Allan Turnowski? O Allan Turnowski, gente, é um dos delegados mais respeitados da história da Polícia Civil. Não havia absolutamente nada que desabonasse ele. Ainda mais, Freixo, eu queria fazer uma fala aqui para o policial. A Polícia Civil é uma instituição bicentenária, com homens e mulheres sérios, que não tem governador, não tem secretário, não tem ninguém que vai instrumentalizar a Polícia, gente. Os resultados da Polícia Civil estão aí. O combate à milícia, o combate ao tráfico, todos combates têm sido feitos. Eu tenho orgulho da minha Polícia Civil. E garanto, a minha Polícia Civil, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é impossível que qualquer um consiga instrumentalizá-la. E por isso a gente tem feito uma Polícia Civil cada dia mais preparada, uma Polícia Civil valorizada. Hoje, os sindicatos sabem como foi a comercial séria com eles. Tiramos dos piores salários do Brasil para os melhores salários do Brasil. Fizemos concurso para a Polícia Civil, e eu fico muito feliz de a gente poder cada dia estar valorizando mais.

[Ana Paula Araújo]: Ok, Obrigada, candidato. Foi então sua tréplica. E o candidato Marcelo Freixo pediu direito de resposta. Foi concedido. Candidato, o senhor tem um minuto.

[Marcelo Freixo]: Obrigado, Ana. Cláudio, deixa eu explicar uma coisa, quando você fala de uma campanha, na campanha eleitoral, a sua campanha está fazendo isso, faz ataques, a minha também faz denúncias, nós ganhamos algumas ações e perdemos outras. Isso é comum em uma campanha. Por exemplo, eu falei com o governo do Rio de Janeiro é uma máfia, e você entrou na Justiça e perdeu, a Justiça disse que eu posso dizer que é uma máfia. Você disse que entrou na Justiça para que eu não pudesse falar do Allan Turnowski, e você perdeu também. Outras você ganhou. Isso é na ação na Justiça. Mas eu quero te contar uma coisa importante: você sabe quem teve uma postura muito semelhante à sua comigo? Eu fui o primeiro a denunciar o Sérgio Cabral, o primeiro. Em 2010, eu denunciei o Sérgio Cabral. Na época, o Sérgio Cabral entrou com uma ação, ele ganhou algum direito de resposta, igualzinho a você. O Sérgio Cabral fez a mesma coisa. Com o tempo, eu acabei ganhando razão; e eu torço, Cláudio, para que o seu destino não seja parecido com o do Sérgio Cabral, porque as semelhanças são muito grandes.

[Ana Paula Araújo]: Agora foi o candidato Cláudio Castro quem pediu direito de resposta. Foi concedido, candidato.

[Cláudio castro]: Freixo, mais uma vez você está mentindo, e o seguinte, vou botar agora na minha rede social e no meu site a proibição que ele teve. Eu não tive nenhuma condenação de propaganda nessa campanha porque eu fiz uma campanha limpa. Quem teve 16 condenações? Gente, nunca teve isso antes na história do Rio de Janeiro. E sabe o que é a condenação, gente? Quando a pessoa tenta te enganar. Quando a pessoa tenta mentir para você. Da mesma forma que ela era contra os valores cristãos e agora vai à igreja, da mesma forma que era a favor das drogas, e agora diz que é contra. Da mesma forma que fez projeto de casa para fazer aborto, e agora diz que não vai fazer mais. A gente tem que saber o seguinte, quem é o Freixo? Freixo, você defendeu um monte de coisas que te levaram a uma trajetória que agora você simplesmente as nega e mente na televisão. Vamos fazer uma campanha limpa, gente, como a gente está fazendo de propostas e olhando como sua vida vai melhorar.

[Ana Paula Araújo]: Foi feito mais um pedido de direito de resposta, agora mais uma vez pelo candidato Marcelo Freixo, candidato, foi concedido, um minuto, mas eu peço, por favor, que os candidatos, em respeito ao público, evitem as ofensas pessoais.

[Marcelo Freixo]: Eu quero dizer que isso não é pessoal, Cláudio. Realmente não é pessoal. Mas a gente precisa trazer a verdade. Quando eu falo pra você que o ex-governador Sérgio Cabral, eu denunciei Sérgio Cabral em 2010. O Cabral foi preso seis anos depois. Em 2010, eu subi no plenário da Alerj, eu fui pras minhas redes sociais e fiz a denúncia. O Cabral na época reclamou, disse que eu não estava falando a verdade, ganhou direito de resposta, ganhou direito de resposta, mas seis anos depois o Cabral foi preso. E eu tô te alertando. Cuidado. Porque pode estar algo semelhante acontecendo hoje no Rio de Janeiro. E isso não é pessoal, porque eu não quero que o Rio de Janeiro continue tendo governadores presos. Por isso que eu tô pedindo pra que você que tá assistindo a gente nesse momento vote no 40. Pra interromper essa corrente do mal. E eu quero terminar com uma frase: vale a pena ser honesto. É isso que tá em jogo. Vale a pena ser honesto no Rio de Janeiro. O seu voto precisa cortar esta história trágica de governadores presos.

[Ana Paula Araújo]: O candidato Cláudio Castro pediu mais um direito de resposta, dessa vez foi negado, candidato, vamos seguir, agora é a vez do candidato Paulo Ganime fazer a pergunta. Candidato, o tema é educação. A quem o senhor escolhe perguntar?

[Paulo Ganime]: Fazer a pergunta pro deputado Marcelo Freixo sobre educação. Marcelo Freixo. Marcelo Freixo, voltando a esse tema, que é um tema importante pro Rio de Janeiro, em que a gente tem aí um déficit de professores na rede estadual de sete mil professores, né? São 21 mil crianças hoje aguardando vagas nas creches no estado do Rio de Janeiro. A gente tem hoje uma carência também, mais um vez, de formação pros nossos jovens, que não querem mais continuar porque eles não têm esperança no futuro dentro do Rio de Janeiro. Eu quero retomar esse tema da educação também pra repetir mais uma vez, secretário de educação do governo Cláudio Castro preso. Importante falar isso.

[Ana Paula Araújo]: Ok.

[Marcelo Freixo]: Você tem toda razão, e obrigado por trazer o tema da educação novamente que a gente precisa aprofundar. Ganime, uma das coisas que eu tô propondo no programa da gente, eu falo isso porque eu conheço a sala de aula. Eu fiquei 20 anos como professor. E algo que eu falei anteriormente, Ganime, a coisa que eu mais tenho orgulho na vida e que mais me deixa feliz é quando eu tô andando na rua e vem alguém e me dá um abraço e fala assim: "Você foi meu professor". Isso é sinal de que tudo o que a gente fez na vida valeu a pena. Porque ser professor foi um sonho que eu realizei na minha vida. Eu conheço a sala de aula. E quero dizer, Ganime, que eu vou propor aos prefeitos de todo estado um projeto chamado Idade Certa. Isso é decisivo pra gente. É decisivo pro processo de aprendizagem. A gente tem que fazer a criança ser alfabetizada na idade certa. A grande responsabilidade disso é do prefeito, mas o governador, ele não pode se omitir dessa responsabilidade. Então a gente tem que fazer um convênio, a gente tem que fazer um projeto de parceria com as prefeituras pra alfabetizar na idade certa e acompanhar a idade certa de cada aluno. A gente precisa investir também na gestão das escolas. Na direção das escolas, que precisa ser democrática e precisa ser eficiente. A gente precisa fazer um processo de qualificação dos professores, de formação permanente, de investimento nessas escolas. Hoje, o governo investe sequer os 25%, sequer. Porque é lei, é o mínimo que se tem que investir é os 25% da receita, o governo atual não investe nem o mínimo, nem os 25, e tem dinheiro da educação pra gente fazer esse investimento. E tem outros projetos que eu vou continuar falando, mas quero continuar te ouvindo.

[Paulo Ganime]: Marcelo Freixo, eu estudei na UERJ, e hoje a UERJ está sendo usada para empregar funcionários fantasmas mais uma vez. Não é só a CEPERJ, a UERJ também. Tanto que o Tribunal de Contas do Estado ordenou parar o pagamento porque tinha danos ao erário, suspeita de danos ao erário. É importante deixar muito claro, uma instituição superimportante para o Estado do Rio de Janeiro sendo usada mais um vez também para alimentar esquemas de funcionários fantasmas. Isso não sou eu que estou dizendo, é o Tribunal de Contas do Estado. Então é importante deixar isso muito claro, e a gente está vendo aqui um candidato a governador pedindo mais um vez tempo de resposta, mas provavelmente se for dado, ele não vai responder à pergunta, porque a última vez que deu para algo que eu falei, ele falou de outra coisa, é importante deixar isso claro também. Agora, é muito importante a gente contratar novos professores por conta do déficit da educação. Então, eu vou fazer um calendário anual. Todos os anos a gente vai saber quando a pessoa vai poder fazer um concurso público, para todas as vagas no sistema público do Rio de Janeiro. Isso é importante porque isso garante tanto para o servidor público tranquilidade, para ter recomposição do quadro, para que ele não fique sobrecarregado. Isso serve também para aqueles que querem fazer concurso público por dom, porque querem servir à população, eles possam se programar. Isso garante também estabilidade econômica e financeira para o Estado, tanto no início como também na saída desses profissionais ao longo do tempo. Então é muito importante deixar claro para a gente melhorar a educação.

[Marcelo Freixo]: Você tem toda a razão, Ganime. E a gente viveu dois anos de uma crise muito profunda, a gente falava isso no bloco anterior. Foram dois anos onde as nossas crianças não aprenderam absolutamente nada. A gente precisa recuperar o tempo perdido, porque se nós não fizermos nada e fingirmos que a partir de agora a educação segue, como se nada tivesse acontecido, são dois anos que você pode perder uma geração inteira. Você que é avó, você que é avô, você que é pai, você que é mãe, que passou esses dois anos sem ver seu filho aprender nada, sabe do que eu estou dizendo, sabe dessa agonia. É muito lamentável porque, há pouco tempo, em uma entrevista aqui, na própria Tv Globo, o governador disse que não contratou professores porque estava na época da pandemia, e na época da pandemia não precisava de professor. Olha o tamanho do equívoco e do absurdo dito por um governador, em um momento de pandemia, quando mais precisavam de educador. Precisava de tablet, de internet. O Rio de Janeiro foi o estado do Sudeste que teve o pior desempenho do ensino on-line, pior do que Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais. É uma geração inteira que a gente acaba comprometendo, Ganime. Eu acho que a gente precisa fazer essa escola integral, essa corrente de tempo integral, que vai da primeira infância até o primeiro emprego, ela precisa ser também em parceria com os prefeitos. Tem razão o candidato Rodrigo quando fala que a creche precisa ser um direito fundamental de um projeto educacional. Porque quando você fala da creche, você está falando do direito da mulher, direito da mãe, que sem essa creche de tempo integral, em um horário mais adequado, você não consegue fazer com que essa mulher possa estar no mercado de trabalho. Agora, hoje, a gente precisa olhar para essas escolas de tempo integral e dizer o seguinte: olha, você que está em casa, vai ter café da manhã, vai ter almoço, vai ter café da tarde, e a criança só sai de banho tomado depois de ter jantado. Isso é o mínimo que uma escola tem que ter. A escola tem que dialogar com a vida e com a esperança, a escola tem que ser um lugar que mude o lugar onde ela está, o território inteiro. A escola pode abrir as suas portas para que o pai e a mãe possam também fazer um curso, por exemplo, de alfabetização de adultos. A escola pode abrir suas portas nos finais de semana para que eventos culturais aconteçam. A cultura tem que estar perto da escola. A escola tem que mudar a vida das crianças, a escola tem que ser um lugar de esperança, e é assim que a gente tem que olhar para o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro tem que ser o lugar do sonhos, da possibilitar de realizar sonhos. Eu realizei o meu de ser professor, tive que trabalhar demais para isso. Eu quero que o seu filho possa realizar o sonho dele. Para isso, a escola tem que ter qualidade, e o professor tem que ser valorizado.

[Ana Paula Araújo]: candidato Cláudio Castro pediu direito de resposta por causa da fala do candidato Paulo Ganime, e foi negado, candidato. Agora é a vez do candidato Rodrigo Neves fazer a pergunta, necessariamente, ao candidato Paulo Ganime, e o tema é "Trabalho para jovens".

[Rodrigo Neves]: Ganime, nós representamos partidos diferentes, mas como tem que ser toda democracia, nós nos respeitamos. Eu queria dizer a você que te respeito como político e como homem, e acho que sua história de superação é um exemplo também para muitos jovens. Agora, eu queria saber qual é a sua proposta para garantir oportunidade para esses milhares de jovens que hoje, no Rio de Janeiro, infelizmente, não têm tido acesso à educação, ao emprego, ao trabalho e à renda?

[Paulo Ganime]: Rodrigo, eu vou aproveitar que você falou da minha história, eu acho que é importante as pessoas que estão me conhecendo aqui hoje pela primeira vez me conhecerem um pouco melhor, né? Eu nasci com deficiência, uma deficiência que é visível e notória. Ao longo da minha vida, eu fiz mais de 15 cirurgias. Graças à minha família, minha mãe, professora de matemática, meu pai, dentista e também professor de odonto da UF, eu tive condições de estar aqui hoje, tive uma educação muito boa, uma saúde, graças aos profissionais de saúde e aos profissionais de educação, eu pude fazer duas faculdades ao mesmo tempo. Fiz Engenharia no CEFET e fiz Economia na UERJ. Depois disso, ingressei no mercado de trabalho graças à minha formação técnica, profissional, uma formação adequada que minha família pôde me dar. E é justamente essa formação que eu quero dar pra todos os jovens do Rio de Janeiro. Uma formação adequada. Desde lá, de criancinha, quando eles estão começando a aprender, se alfabetizar, ajudando os municípios a fazerem isso, garantindo formação didática, professores mais preparados e capacitados. Eu dou o exemplo de Natividade, lá no noroeste do Rio de Janeiro, que eu visitei essa cidade, como todos os outros 92 municípios, e eles fizeram um programa muito legal, que eles deram um salto gigantesco no Ideb. Eles contrataram, da iniciativa privada, uma metodologia que formou os professores. Mas eu quero fazer isso com o estado fazendo isso pros municípios do Rio de Janeiro, através de parcerias público-privada também, com institutos federais, com a UERJ, com as universidades federais que tem aqui no Rio de Janeiro, e a gente pode fazer isso, qualificando os nossos professores, e depois, quando as crianças chegarem ali no ensino médio, na fase adulta, terem formação profissional. Seja em moda, seja em costura, seja em eletrônica, em mecânica, instrumentos musicais, trabalhar com a indústria criativa. O Rio de Janeiro tem potencial gigantesco pra indústria criativa que é mal explorado. A gente pode ter cinema, produções de novelas, de teatro, tudo aqui no Rio de Janeiro, formando os nossos jovens em toda a cadeia produtiva, assim como também na formação do turismo, aproveitando o potencial de cada região do estado do Rio de Janeiro. Eu rodei todos os municípios, Rodrigo, e eu conheço cada região, e eu sei que cada região tem seu potencial, e a gente tem que formar o jovem pra aquela realidade daquela região pra garantir que ele vai ter empregabilidade. E a gente precisa que esse jovem tenha condição de estudar. Por isso que eu falei na resposta anterior que a gente vai precisar usar os fundos de combate à pobreza, que são seis bilhões de reais por ano, pra ajudar esses jovens a poder estudar sem precisar trabalhar, e assim ele vai ter um futuro muito melhor.

[Ana Paula Araújo]: Sua réplica.

[Rodrigo Neves]: Olha, Ganime, eu não tenho dúvida que nós precisamos fazer um grande pacto pela juventude no Rio de Janeiro porque, infelizmente, nós temos hoje quase um milhão de jovens, dois milhões e 500 mil jovens sem trabalhar e sem estudar no Rio de Janeiro. Eu fiz em Niterói vários projetos pra garantir que o jovem continuasse na escola. Fiz o programa Poupança Escola, onde o jovem, a cada ano concluído no ensino médio, sobretudo o jovem mais pobre, tinha acesso a uma poupança que a própria prefeitura garantia a ele, e foi um incentivo pra que esses jovens mais pobres pudessem continuar frequentando a escola. Eu vou fazer um programa de Poupança Escola no estado do Rio de Janeiro. Um outro programa que eu fiz foi a criação de frentes de oportunidade pra juventude nas favelas. E os jovens participaram de programas de reflorestamento, e, ao mesmo tempo, a prefeitura apoiava esse jovem pra ele desenvolver programas de capacitação profissional em parceria com o SENAI. Nós vamos fazer isso no estado. Eu fico muito indignado, até perplexo, quando eu vejo aqui essa briga do Cláudio Castro e do Freixo diante dessa realidade dramática onde as pessoas esperavam de nós aqui nesse debate a apresentação de soluções. O Freixo que tem como vice o Cesar Maia, que fez a aprovação automática e que acabou com a educação na cidade do Rio, assim como acabou com a saúde, onde teve uma intervenção federal na Secretaria de Saúde da gestão do Cesar Maia.

[Ana Paula Araújo]: Ok.

[Paulo Ganime]: A aprovação automática realmente é uma vergonha, prejudicou muito a educação do Rio de Janeiro. A gente precisa também falar de referências. Muitos jovens hoje que até têm acesso à educação, preferem ir para o crime, preferem ir para as drogas, preferem ir para a milícia, não trabalhar, não estudar, porque falta referência hoje no Rio de Janeiro, e a gente precisa mudar essas referências. Primeiro, a gente tem que dar referência através de um governo limpo, ético, íntegro. Como é que uma mãe, um pai vai falar para o jovem: Olha, estude, meu filho, trabalhe porque isso que dá dignidade para o homem, quando ele vê cinco governadores presos, ele vê vários secretários presos, deputados presos, prefeitos presos, a gente precisa retomar a seriedade do Rio de Janeiro, a credibilidade, a confiança, para dar essas referências também para os jovens. O esporte é uma forma de dar referência, a cultura, o instrumento musical é uma forma de dar referência. A religião é uma forma de dar essa referência. A gente precisa retomar essas referências com trabalho sério, e o principal líder político do estado do Rio de Janeiro, que é o governador, ele precisa também ser esse exemplo, essa referência, com uma carreira sólida, correta, um passado ilibado, e não um passado de envolvimento em corrupção. Por isso é muito importante, na hora da escolha do governo, também escolher aquele que vai colocar as pessoas certas nos lugares certos. Governador certo e secretário certos.

[Ana Paula Araújo]: O candidato Cláudio Castro pediu direito de resposta. Agora está sendo analisado, candidato. Enquanto isso, sua vez de fazer a pergunta ao candidato Rodrigo Neves. E o tema é presídios. 30 segundos.

[Cláudio Castro]: Rodrigo, nós temos hoje uma população carcerária de 43 mil pessoas. Nós sabemos que isso é um problema, que ao longo dos últimos anos ele foi simplesmente deixado de lado. Eu queria saber quais são as suas propostas para que a gente possa combater essa gestão dos presídios e, principalmente, da superpopulação carcerária.

[Rodrigo Neves]: Olha, Cláudio, a questão carcerária no Brasil é resultado evidentemente da crise que o país está vivendo e da crise que o estado do Rio está vivendo. A população carcerária do Brasil subiu de 200 para um milhão de pessoas em todo o país. Da mesma forma, no Rio de Janeiro, com quase 60, 70 mil pessoas. As pessoas precisam do apoio do Estado, no sistema carcerário, para que elas possam se ressocializar, e não tenho dúvida que esse tipo de programa pode fazer muito a diferença, porque evidentemente a gente precisa ter estratégia de segurança, a gente precisa ter investimento em polícia, em polícia como eu fiz em Niterói, apoiando a polícia de proximidade, investir em inteligência para que a gente possa ter vigilância nas ruas, uma polícia bem treinada que faça a vigilância nas ruas. Agora, evidentemente, se você prender as pessoas que estão cometendo crimes, e têm evidentemente que ser presos, você tem ao mesmo tempo que garantir que essa pessoa, através da assistência no sistema carcerário, possa não repetir aquele crime e se reinserir na sociedade.

[Cláudio Castro]: Rodrigo, em primeiro lugar, eu queria dizer do orgulho de eu ter cumprido uma promessa aqui pela primeira vez na história do Rio, à frente da Secretaria de Administração Penitenciária, a um policial penal, que é a Maria Rosa, inclusive a primeira mulher à frente de uma secretaria de administração penitenciária, que me orgulha muito, da minha querida Maria Rosa, ela é um orgulho para a SEAP, que também tem a lei orgânica aprovada, que é um marco da polícia penal, e também o reajuste de mais de 20%. No meu programa, Rodrigo... investimento de 150 milhões de reais na construção de cinco novas unidades de média complexidade fabris, ou seja, para que esse preso possa ser útil, ele possa trabalhar, que as fábricas possam instalar serviços lá, esse apenado possa sim se ressocializar e ele possa diminuir a pena trabalhando. Hoje a CEDAE já faz projeto com apenados, acho que a gente tem que olhar isso, porque não adianta só prender, tem que fazer com que ele trabalhe, inclusive o meu compromisso é acabar com as quentinhas, nós já estamos construindo cozinhas para que esse preso, ele trabalhe, ele cozinhe, a gente acabe com essa máfia que sempre foram as quentinhas no Rio de Janeiro.

[Rodrigo Neves]: Cláudio, eu fiz, como prefeito, uma parceria com Conselho Nacional de Justiça, o CNJ, e nós desenvolvemos um projeto — foi o primeiro projeto desse tipo no Estado do Rio de Janeiro —, o Escritório Social, e através desse Escritório Social nós prestamos assistência, orientação para essas famílias dessas pessoas e garantimos a ressocialização dessas pessoas. Nós conseguimos construir nessa campanha a melhor aliança que nós poderíamos ter para disputar o Governo do Estado, diferente do Freixo, que tem o Cesar Maia como vice, o Cesar Maia que ele acusou a vida toda de ter abandonado a saúde, de ter abandonado a educação do município do Rio; diferente do próprio Cláudio, que tem um vice que ninguém conhece, que é muito ligado à família Picciani, nós temos um vice-governador que é um ex-presidente da OAB, que eu quero aqui publicamente agradecer ao Felipe Santa Cruz por sua dignidade, por sua atuação à frente da OAB e pelo fato de estar me ajudando, como o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, a construir esse projeto para o Estado do Rio de Janeiro. A nossa aliança é a aliança que vai permitir não apenas à gente vencer a eleição, porque o Freixo perde em todas as simulações de segundo turno, segundo todas as pesquisas têm mostrado nas últimas semanas, mas, mais do que vencer a eleição, essa aliança, ela é a aliança que reúne as melhores tradições de boa gestão pública do Rio de Janeiro: a tradição do PDT em Niterói, que fez da cidade a melhor em qualidade de vida no Estado do Rio de Janeiro e a sexta do Brasil, e a tradição da boa gestão aqui do prefeito Eduardo Paes, que tem figuras extraordinárias como Renan Ferreirinha, que foi Secretário da Educação, o Daniel Soranz, que foi o Secretário da Saúde, o Calero, que foi o Secretário de Integridade, enfim, um time de primeira que vai estar compondo o meu governo a partir do início do próximo ano. E eu queria também aqui transmitir a vocês, mulheres, uma palavra diante de tanto sofrimento que as mulheres têm sofrido nos últimos anos no Brasil. No meu governo em Niterói, mais de 80% dos cargos e do orçamento da Prefeitura de Niterói, como um exemplo, eram comandados pelas mulheres. Eu quero assumir aqui um compromisso: nós vamos implantar programas de combate à violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro a partir do início do próximo ano, mas pelo menos 50% dos cargos do primeiro escalão do meu governo serão comandados por mulheres, porque não é possível que em 17 milhões de habitantes a gente não tenha tanta gente competente, tantas mulheres que podem fazer a diferença no governo.

[Ana Paula Araújo]: O último pedido de direito de resposta do candidato Cláudio Castro foi negado. A partir de agora, cada candidato terá um minuto e 40 segundos para deixar sua mensagem aos eleitores. A ordem também foi definida anteriormente em sorteio com a presença de representantes dos candidatos. O primeiro é Paulo Ganime. Por favor, suas considerações finais.

[Paulo Ganime]: Eleitor, essa é a reta final, momento decisivo para você escolher o seu voto. Eu nasci com deficiência física, mas não com deficiência de moral, de caráter, que a gente vê aqui hoje em vários desses candidatos. Eu quero muito mudar o Rio de Janeiro. Eu quero ter a chance que a minha família me deu quando eu nasci, com saúde, educação de qualidade. Eu pude fazer duas faculdades, eu trabalhei 15 anos em grandes empresas, gerenciei equipes no mundo todo, e hoje fui eleito três vezes seguidas o melhor deputado federal do Rio de Janeiro. Eu quero trazer essa experiência de gestão, experiência como deputado federal, que entende da política e sabe entregar resultado, para o Governo do Rio de Janeiro, com muito caráter, competência técnica, colocando as pessoas certas nos lugares certos. Eu quero que você retome a confiança não só no seu governador, mas nos seus secretários, confiança no Estado do Rio de Janeiro, no serviço público do Estado. E você, servidor público, volte a confiar, saber que tem um governador que vai te respeitar, que vai te valorizar, que vai garantir condições de trabalho adequadas para você trabalhar e prestar bons serviços públicos para o Rio de Janeiro, para a população tão sofrida do nosso Estado. Eu estou cansado de ver tanta promessa e tantas histórias mentirosas desses que estão governando o Rio de Janeiro nas últimas décadas. Todos que estão aqui estão ligados, de alguma forma, a esses grupos políticos. Eles defendem presos, ou já foram presos, ou estão ligados diretamente com presos, ou até mesmo vão ser presos muito em breve. A gente pode mudar isso. Eu quero a retomada do Rio de Janeiro, eu quero que você confie em mim e a gente confie que o Rio de Janeiro pode ter uma história diferente. Vote 30, Paulo Ganime governador.

[Ana Paula Araújo]: Agora a vez do candidato Marcelo Freixo.

[Marcelo Freixo]: Obrigado, Ana, agradecendo a TV Globo pelo debate, demais candidatos. Quero agradecer fundamentalmente a você, que está em casa até essa hora, assistindo esse debate para decidir o seu voto. Quero agradecer a minha família; sem ela, eu não estaria aqui até agora. Minha mulher Antônia, os meus filhos João, Isadora, aos filhos que a vida me deu, Lourenço e Yolanda; agradecer meu irmão Guilherme e a minha mãe, essa figura tão extraordinária, dona Alenice, que foi minha primeira aluna, uma pessoa que eu fui ajudar a voltar para a escola e educar é um gesto de amor. É assim que eu quero governar o Rio: como um gesto de amor, de cuidado às pessoas. Quero agradecer ao meu vice, Cesar Maia, uma pessoa honrada, que deve ser tratada com respeito depois de tudo o que fez no Rio de Janeiro. Quero agradecer ao presidente Lula a confiança de me apoiar no Rio de Janeiro e saber que a gente vai ganhar a eleição do Rio para governar junto com você, Lula, e colocar esse Brasil de pé. E quero a você, que está assistindo até essa hora, lembrar de uma frase que eu já disse aqui: vale a pena ser honesto. Na hora de votar, na hora de votar no 40 para governador, pense nisso: vale a pena ser honesto. E vote com consciência também para os deputados estaduais e para os deputados federais. Não desperdice seu voto, vote com esperança. Na hora de votar, pense no seu filho, pense em uma pessoa que você ama para que esse Rio de Janeiro possa ficar melhor. Vale a pena ser honesto, e é isso que tem que conduzir a vida da gente. A minha vida foi marcada por trabalho e honestidade. Quem trabalha e é honesto tem que crescer na vida, e é para isso que eu peço o seu voto no 40.

[Ana Paula Araújo]: Agora as considerações finais do candidato Rodrigo Neves.

[Rodrigo Neves]: Olha, Ana Paula, eu queria agradecer a você pela mediação do debate, especialmente a todos vocês que estão nos assistindo. No domingo é eleição para governador, gente. O Rio vive a pior crise da sua história. As famílias estão sofrendo com o desemprego, com o descaso com a saúde, com o abandono da educação, com a insegurança nas ruas e até com a fome. O Cláudio Castro, na sua propaganda, vem dizendo que a vida está melhorando, mas você aí em casa sabe que nunca foi tão difícil, tão duro sobreviver e viver no Estado do Rio de Janeiro. A necessidade de mudança é urgência, meus amigos e amigas, mas mudar com o Freixo, que nunca teve qualquer tipo de experiência administrativa, é um risco que o Rio de Janeiro não pode correr. Eu sou um homem realizado. Eu sou casado há mais de 27 anos com a minha esposa, a Fernanda, tenho três filhos, e Deus concedeu uma bênção na minha vida que é a Manuela, minha netinha. Eu quero dizer a vocês que, aos 36 anos, eu fui eleito prefeito da minha cidade. Sofri uma grave crise em 2012. Eu fui reeleito, elegi meu sucessor e saí da Prefeitura de Niterói com mais de 80% de aprovação e fazendo de Niterói, com a população de Niterói, a melhor cidade em qualidade de vida. É essa boa gestão que eu quero levar para o estado, para levar qualidade de vida para o nosso povo. Por isso, no próximo domingo, eu peço a cada um de vocês: vote com confiança, que o Rio vai mudar para fazer um governo para o povo. Vote no 12.

[Ana Paula Araújo]: Hora das considerações finais agora do candidato Cláudio Castro.

[Cláudio Castro]: Em primeiro lugar, queria agradecer, Ana Paula, em nome— em seu nome, Ana Paula, queria agradecer toda a Rede Globo por esse debate, pela sua brilhante mediação. Queria agradecer aos candidatos, queria agradecer a Analine, que é minha esposa e que tem sido o meu suporte e minha parceira nesses dois anos à frente. Queria agradecer ao João e à Duda, que tantas vezes ligaram para mim com saudade do papai, mas eu digo, crianças: vocês vão ver que, no futuro, valeu a pena. Queria dizer que você pode até não me conhecer bem, mas quando Petrópolis precisou, eu fui o primeiro a chegar. Quando Angra precisou, eu estava lá. Quando Paraty precisou, eu estava lá, e assim foi no dia de Natal, pessoal de Caxias, eu estava lá. Nova Iguaçu também, Mesquita também. Você, que tem participado dos programas sociais do estado, está vendo a coisa acontecer. Eu me lembro da dona Maria, que chorou quando eu fui na casa dela, e que falou que eu não tinha ideia do bem que eu estava fazendo, e eu só estava fazendo o meu trabalho. Um estado que, no primeiro ano, tinha dez bi de déficit; no segundo, 20 bi de déficit, e que eu coloquei as contas em dia. Eu tive as contas aprovadas pelo Tribunal de Contas. Tudo o que todo mundo diz que vai fazer aqui é porque eu botei a casa em ordem, e é essa casa em ordem que eu queria continuar investindo para você. Você do interior está vendo as obras. Eu estou sendo abraçado pelo estado inteiro, porque o investimento voltou, e o Restaurante Popular está aí para provar isso. Domingo é 22 Cláudio Castro e 22 Jair Messias Bolsonaro para a gente mudar esse país.

[Ana Paula Araújo]: Candidatos, muito obrigada, nós encerramos assim o debate com candidatos a governador do Estado do Rio de Janeiro, agradecemos aos candidatos aqui presentes e também a sua audiência, e nós continuaremos a acompanhar os últimos momentos das campanhas. Na próxima quinta-feira, logo depois de Pantanal, a Globo traz para você o debate com candidatos à Presidência da República. E no domingo, 02 de outubro, nossas equipes estarão nas ruas para levar para você a melhor cobertura das eleições. Uma boa noite e um bom voto no domingo.