Papel e rio seco: por que demorou tanto para acabar a apuração das eleições

A apuração dos votos nestas eleições só foi concluída na manhã desta terça-feira (4). Isso ocorreu porque houve problemas em uma seção eleitoral do Amazonas. Uma urna na cidade de Coari, a 450 km de Manaus, teve de ser substituída por cédulas. Depois, houve dificuldades no transporte dos votos em papel, que teve de ser feito em barco.

Localizada em um canavial na zona rural, Coari está a 450 km de Manaus, e é de difícil acesso. A urna de lona, onde ficaram os votos de papel, demorou para chegar à sede do município, onde os votos são contados.

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O transporte só é possível por via aérea ou fluvial. Quando o TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) soube da situação, acionou as Forças Armadas, mas não era mais possível fazer o transporte aéreo porque já era noite — o que tornaria um voo no local muito arriscado.

Na manhã desta segunda-feira (3), a urna seguiu para a Justiça Eleitoral do Amazonas em um barco. O rio, que está com baixo nível por causa das secas na região, tornou o trajeto ainda mais demorado.

Desde as 9 horas da manhã desta segunda-feira, a apuração de votos no Brasil estava em 99,99% — por causa dos problemas no Amazonas. Os 100% só foram atingidos no fim da manhã.

O Amazonas teve 7.454 seções eleitorais, que foram divididas em 60 zonas. Treze ficaram localizadas na capital, Manaus. As outras 47 foram distribuídas entre os municípios do interior. No exterior, os votos em nove seções também demoraram a ser contabilizados.

Com 100% dos votos apurados, o primeiro turno finaliza com 48,43% dos votos para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e 43,20% para Jair Messias Bolsonaro (PL). Ambos disputarão o segundo turno das eleições em 30 de outubro.