Topo

Senador do MA diz que 'governo é maior que sociedade' no Brasil 'de cima'

Senador Roberto Rocha (PTB-MA) - Roque de Sá/Agência Senado
Senador Roberto Rocha (PTB-MA) Imagem: Roque de Sá/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 17h52Atualizada em 05/10/2022 18h04

Ao lado do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o senador Roberto Rocha (PTB-MA) disse que o "governo é maior que a sociedade" no "lado de cima" do Brasil, em referência direta ao Nordeste do país. A fala ocorreu após o encontro entre senadores eleitos e Bolsonaro para firmarem acordo de apoio no segundo turno.

Bolsonaro irá disputar o segundo turno das eleições no próximo dia 30 contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Nordeste foi responsável pela liderança de Lula no primeiro turno das eleições de 2022. A região deu ao petista 12,9 milhões de votos de vantagem em relação ao candidato à reeleição. O ex-presidente venceu em todos os estados nordestinos. Após o resultado, diversos comentários preconceituosos de bolsonaristas contra eleitores da região foram publicados nas redes sociais.

"Deixa o nosso Roberto Rocha falar rapidamente sobre o Nordeste", anunciou Bolsonaro após discursar aos jornalistas.

Eu vim porque acredito que o melhor para o Brasil está aqui entre nós. Nós temos dois Brasis: um Brasil da metade para baixo, cuja sociedade é maior que o governo, e o Brasil da metade para cima, onde o governo é maior que a sociedade. Nós tivemos um primeiro turno, no Nordeste, especialmente, [onde] vale muito a força dos políticos. Alguns lá chamam de vaqueiros, políticos locais que arrastam o eleitor para a urna. No segundo turno a gente não tem isso. A eleição é mais solteira. Senador Roberto Rocha

O senador declarou que "Bolsonaro não é candidato à eleição, ele é candidato à reeleição. No caso não é ele julgado, é a gestão que é julgada". O político ainda comentou sobre "divisões" do Brasil e que os debates entre os dois adversários devem ser diferente agora.

"Eu acho que o Brasil tem um terço de um lado, um terço do outro e um terço no meio, que é um terço mais pragmático, esse eleitor está querendo saber quem pode mais fazer por ele e eu não tenho dúvida que agora no segundo turno o debate vai ser de governo, de quem fez mais entrega, aquele discurso mais acido ficará de lado. E não tenho dúvida com o resultado das eleições em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, basta evoluir nesse um terço do meio, presidente."

No fim do discurso, Rocha ainda citou que não haverá segundo turno no Piauí e no Maranhão e isso pode ser tido como uma vantagem para Bolsonaro já que políticos locais não influenciarão os eleitores. Carlos Brandão (PSB) foi reeleito para o governo do Maranhão enquanto Rafael Fonteles (PT) foi eleito governador do Piauí.

"E o Nordeste, sobretudo estados como o meu, o Maranhão, que tem a maior pobreza do Brasil, o Piauí, ambos não tem mais segundo turno. Então, uma eleição solteira aonde vai valer a decisão do eleitor e não a decisão do político local. Eu vim aqui para dar esse recado, estou muito confiante no Brasil".

Bolsonaro vai focar na comunicação com Nordeste. A campanha do presidente vai focar o esforço de comunicação no Nordeste do país. A intenção é diminuir a desvantagem que o candidato teve na região em relação a Lula.

Considerando o percentual de votos, o Nordeste foi responsável por 10,96 pontos de vantagem de Lula em relação a Bolsonaro. É o dobro da diferença final entre os candidatos — 5,19 pontos.

Bolsonaro tenta fechar aliança com ACM Neto (União), candidato ao governador da Bahia — o maior colégio eleitoral da região, com 11,3 milhões de votos. ACM Neto disputa o segundo turno com Jerônimo Rodrigues (PT). No estado, Lula teve 69,73% dos votos; o presidente ficou com 24,31%.

*Com Felipe Pereira, do UOL, em São Paulo