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Comício com Bolsonaro faz apelo por devolução de celulares 'perdidos'

18.out.2022 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) em comício em São Gonçalo (RJ) - Lola Ferreira/UOL
18.out.2022 - O presidente Jair Bolsonaro (PL) em comício em São Gonçalo (RJ) Imagem: Lola Ferreira/UOL

Do UOL, no Rio

18/10/2022 15h44

O comício do presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Gonçalo (RJ) terminou com uma busca por celulares e carteiras "perdidos" no Campo do Atacadão, onde ele reuniu centenas de apoiadores. "Quem encontrou um celular?", repetia o locutor, dando diferentes descrições de aparelhos a cada vez que um novo apoiador comunicava a perda.

A orientação era para levar ao palco os objetos encontrados sem dono. Um celular foi entregue, e o apresentador falou: "Se fosse no evento do Lula, botavam no bolso e ia embora". No entanto, a essa altura, o campo já estava vazio —no local, somente apoiadores em busca de seus celulares perto do palco e alguns outros se encaminhando para a saída.

O evento em São Gonçalo foi organizado pelo prefeito da cidade, Capitão Nelson (PL), com apoio do seu filho, Douglas Ruas (PL), o segundo deputado estadual mais votado do RJ.

Em discurso hoje ao lado de Bolsonaro, o prefeito sugeriu que, à época que atuava como policial militar, suspeitos que resistiam à prisão eram mortos.

Aqueles que queriam ser presos, a gente prendia. Aqueles que não queriam, infelizmente, pegavam a charrete do além."
Capitão Nelson sobre seus tempos no 7º Batalhão de Polícia Militar

O município é tido como crucial para o segundo turno, já que é o terceiro maior colégio eleitoral do estado. No primeiro turno, Bolsonaro ficou à frente de Lula por 37 mil votos —ou oito pontos percentuais.

18.out.2022 - Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) procuravam celulares "perdidos" quando o local do comício já estava esvaziado em São Gonçalo (RJ) - Lola Ferreira/UOL - Lola Ferreira/UOL
18.out.2022 - Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) procuravam celulares "perdidos" quando o local do comício já estava esvaziado em São Gonçalo (RJ)
Imagem: Lola Ferreira/UOL

Associação mentirosa sobre o 'CPX'. Em seu discurso, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do presidente, voltou a mentir sobre a sigla "CPX" —que se refere ao termo "complexo"— e tentou associá-la mais uma vez ao tráfico de drogas em favelas do Rio.

Na semana passada, Lula visitou o Complexo do Alemão, na zona norte carioca, e utilizou um boné com a sigla "CPX". A cena virou arma na mão de Bolsonaro, seus filhos e aliados, que passaram a associar o acrônimo a uma gíria de grupos criminosos —fato que é inverídico.

"O presidente Bolsonaro é aquele que fecha com morador, aquele que fecha com o trabalhador, não é aquele que fecha com traficante de drogas. O boné que ele bota na cabeça é o do Brasil, não é o do CPX."

Flávio também puxou coro contra a TV Globo, emissora que recebe ataques sistemáticos do pai desde que ele foi eleito presidente, em 2018.

O público do ato reagiu com gritos de "Globo lixo" no momento em que um helicóptero da emissora sobrevoava o local.

Críticas a Maricá. Também no comício, o deputado estadual eleito Douglas Ruas (PL) fez críticas ao município vizinho a São Gonçalo. Administrado por Fabiano Horta (PT) e considerado um reduto petista, Maricá (RJ) deu mais votos a Bolsonaro do que a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com uma vantagem de quase 3.000 votos —ou dois pontos percentuais.

"O povo de Maricá deu um grito de liberdade. Quem está sendo governado pelo PT, não quer o PT lá", disse Ruas.