Topo

Lula cita compra de Viagra pelo Exército, e Bolsonaro pergunta: 'Você usa?'

Do UOL, em São Paulo, no Rio e em Brasília*

28/10/2022 23h03Atualizada em 28/10/2022 23h45

Candidato do PT ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relembrou hoje o episódio da compra de Viagra por parte do Exército brasileiro —remédio comumente utilizado no combate à disfunção erétil— para criticar o adversário, o atual governante e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

Na réplica do debate da TV Globo, o último antes do segundo turno, Bolsonaro disse que o medicamento também serve para "tratamento de próstata" e debochou: "Você usa?".

O tema surgiu quando Lula questionou Bolsonaro sobre a compara de "35 mil caixas de Viagra para dar para as Forças Armadas". "Explica por quê. Se o povo não tem sequer fraldão geriátrico para as pessoas mais velhas, de idade, que você retirou", declarou Lula no debate.

"Já expliquei. O Viagra é usado para tratamento de próstata. Você usa Viagra?", rebateu o candidato à reeleição.

Em abril deste ano, dados do portal da Transparência e do painel de preços do governo, compilados pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), apontaram que as Forças Armadas aprovaram pregões para comprar 35.320 comprimidos de Viagra.

Oito processos de compra foram aprovados desde 2020, e ainda estavam em vigor neste ano. Nos processos, o medicamento aparece com o nome genérico Sildenafila, nas dosagens de 25 mg e 50 mg. A maior parte dos medicamentos é destinado à Marinha, com 28.320 comprimidos; mas o Exército (5 mil comprimidos) e a Aeronáutica (2 mil comprimidos) também são atendidos.

Além de combater a disfunção erétil, o composto é usado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar, doença rara que faz com que a pressão arterial nos pulmões seja mais alta e que é mais comum em mulheres.

Além do Viagra e do botox, o UOL noticiou sobre um gasto de aproximadamente R$ 3,5 milhões em compras de próteses penianas infláveis pelo Exército brasileiro. Ao todo, foram adquiridas 60 próteses, variando de 10 a 25 centímetros, em três pregões diferentes. Todos foram homologados no ano passado.

Em resposta ao UOL, na época, o Exército e a Marinha disseram que os medicamentos são para tratar hipertensão arterial pulmonar, doença rara que acomete mais mulheres que homens. Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que apenas três próteses foram adquiridas em 2021.

*Em São Paulo: Ana Paula Bimbati, Gilvan Marques, Isabella Cavalcante, Rafael Neves e Wanderley Preite Sobrinho
No Rio: Carla Araújo, Felipe Pereira, Lola Ferreira e Lucas Borges Teixeira
Em Brasília: Camila Turtelli, Gabriela Vinhal e Hanrrikson Andrade