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Bahia: Jerônimo confirma favoritismo e mantém maior hegemonia do PT no país

Carlos Madeiro

Colunista do UOL

30/10/2022 19h32Atualizada em 30/10/2022 21h53

O ex-secretário de Educação Jerônimo Rodrigues (PT), de 53 anos, foi eleito neste domingo (30) o novo governador da Bahia, consolidando a hegemonia do PT no estado. Ele recebeu 52,79% dos votos válidos. Seu adversário, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), teve 47,21% dos votos.

Até agora, já são 16 anos ininterruptos do partido no poder. Desde 2006, é a quinta eleição seguida que o PT vence na Bahia.

O candidato derrotado, ACM Neto, é herdeiro de uma das famílias políticas mais tradicionais do Brasil: seu avô Antônio Carlos Magalhães foi três vezes governador da Bahia, além de ter sido eleito duas vezes senador pelo mesmo estado, e chefiou a Bahia antes do PT.

Desconhecido de grande parte do eleitorado no início da campanha, o petista foi crescendo nas pesquisas, impulsionado pelo apoio do governador Rui Costa (PT), do senador Jaques Wagner (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Jerônimo largou bem atrás no primeiro turno. A dificuldade se justifica pela demora na definição de seu nome pela legenda. Ele só foi escolhido pelo PT após a desistência de Jaques Wagner.

Apesar disso, por muito pouco não conseguiu vencer a eleição já no primeiro turno, quando teve 49,45% dos votos válidos.

Com a vitória de Jerônimo, o PT manteve os quatro governos que havia conquistado em 2018: além da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.

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Em julho, com Lula e Rui Costa (à dir.), em cortejo em Salvador, Bahia
Imagem: Reprodução/Ricardo Stuckert/Twitter Lula

Quem é Jerônimo?

Jerônimo Rodrigues é um estreante na política e nunca tinha disputado cargos eletivos. Ele vai assumir a cadeira no dia 1º de janeiro de 2023, passada pelo aliado Rui Costa.

Nascido em Aiquara, a 400 km de Salvador, é agrônomo e foi professor da Universidade Estadual de Feira de Santana.

Começou a atuar no governo do estado em 2007, na gestão Jaques Wagner, quando foi convidado para ser assessor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia. Em 2010, integrou a equipe da Secretaria de Planejamento.

Entre 2011 e 2014, atuou em Brasília no governo Dilma Rousseff (PT) como secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, secretário Nacional do Desenvolvimento Territorial, secretário-executivo do Programa Pró Territórios/Cumbre Ibero-Americana e assessor especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário.

Em 2018, coordenou a campanha de Rui Costa, quando este foi reeleito com 75,5% dos votos. Foi então seu secretário da Educação, cargo que ocupou até sair para concorrer como governador.