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Lula e Fernández se encontram e se abraçam após eleição: 'Que alegria!'

Do UOL, em São Paulo

31/10/2022 14h22Atualizada em 31/10/2022 17h38

Menos de 24 horas após a vitória nas urnas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve seu primeiro encontro como presidente eleito do Brasil com um chefe de Estado estrangeiro. Ele se reuniu nesta segunda-feira (31) com Alberto Fernández, presidente da Argentina e amigo de longa data, que chegou pela manhã a São Paulo.

"Todo meu amor, minha admiração e meu respeito, querido companheiro", escreveu o argentino em uma publicação nas redes sociais.

O post é acompanhado de um vídeo do momento em que os dois se encontraram. Fernández e Lula se abraçam, e o argentino diz ao brasileiro: "Presidente! Que alegria vê-lo!".

Fernández é amigo de longa data de Lula, tendo até viajado a Curitiba em 2019, antes mesmo de ser eleito presidente da Argentina, para visitar o brasileiro na prisão.

Nas redes sociais, Lula também celebrou o encontro com Fernández.

"Encontro hoje com o amigo Alberto Fernández. A nação argentina é um país irmão e fico feliz de retomarmos a amizade. Vamos reforçar nossa cooperação para um futuro melhor para nossos povos", publicou.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, informou que conversou com Lula por telefone para dar os parabéns pela vitória. O líder chileno disse que o resultado da eleição representa "uma alegria para a América Latina e para o mundo".

"Trabalharemos juntos para estreitar as relações entre nossos países e trabalhar em conjunto pelo bem-estar dos nossos povos", escreveu no Twitter.

Resultado das eleições. A vitória de Lula foi confirmada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pouco antes das 20h de domingo (30). Numericamente, o petista teve a maior votação da história, com mais de 60,3 milhões de votos recebidos — 50,9% dos votos válidos. O recorde anterior era dele mesmo, em 2006, com 58,2 milhões de votos.

Fernández foi um dos primeiros chefes de Estado a cumprimentar Lula pelo resultado das eleições.

"Parabéns, Lula! Sua vitória abre um novo tempo para a história da América Latina. Um tempo de esperança e de futuro que começa hoje mesmo. Por aqui, você tem um companheiro com quem trabalhar e sonhar alto com a vida dos nossos povos", publicou o presidente argentino.

Segundo a campanha de Lula, ligaram para o presidente eleito outras lideranças estrangeiras, como Olaf Scholz, da Alemanha; o presidente francês, Emmanuel Macron; António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, de Portugal; Miguel Díaz-Canel, de Cuba; e António Guterres, secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

Há pouco, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também disse ter falado com Lula para parabenizá-lo pela vitória.

"Acabo de falar ao telefone com o novo presidente do Brasil, Lula. Mandei meus parabéns, desejando-lhe sorte na sua nova etapa no governo e vontade de trabalhar em conjunto na luta contra a pobreza, a fome e as mudanças climáticas", disse.

Adversário de Lula, Jair Bolsonaro (PL) é o primeiro presidente em exercício a perder a reeleição, tendo conquistado 49,1% dos votos válidos (58,2 milhões). Como ainda não se manifestou sobre o resultado, ele já é o candidato derrotado que mais demorou a reconhecer a vitória do adversário em uma corrida presidencial.

Relação tensa. A relação entre Fernández e Bolsonaro é tensa, e ambos já trocaram farpas em diversas ocasiões. Nas eleições presidenciais argentinas, em 2019, Bolsonaro declarou publicamente apoio a Maurício Macri, adversário de Fernández. Depois, sugeriu que a Argentina estava se tornando a Venezuela por eleger um presidente de esquerda.

Bolsonaro também não compareceu à posse de Fernández, ainda em 2019.

Mais recentemente, o presidente brasileiro também foi criticado por demorar a se manifestar sobre o atentado contra a vice de Fernández, Cristina Kirchner. Quando questionado sobre o episódio, disse apenas "lamentar" o caso, mas que "mandou uma notinha".

"Mandei uma notinha, eu lamento. Agora, quando eu levei a facada teve gente que vibrou por aí. Lamento, já tem gente querendo botar na minha conta, já esse problema. E o agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso", declarou Bolsonaro.