Bolsonaro mantém silêncio após perder para Lula e vai para o Planalto
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, sem falar com a imprensa às 9h30 de hoje. Ele continua em silêncio 19 horas depois da derrota na corrida presidencial - a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi proclamada 19h57 de domingo.
O isolamento voluntário é tamanho que no domingo à noite Bolsonaro se recusou a receber aliados.
Às 11h, o presidente estava no Palácio do Planalto, onde chegou por volta das 9h45. Até agora, não há previsão de um pronunciamento. A situação vai na contramão da informação inicial da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), feita logo depois do fechamento das urnas, de que o presidente falaria.
Enquanto ele não se manifesta, estradas são fechadas pelo menos 11 estados e no Distrito Federal.
O silêncio em reconhecer o resultado nas eleições torna Bolsonaro o candidato derrotado que mais demorou para falar depois de uma derrota.
Veja os horários que os derrotados se manifestaram no mesmo dia da eleição:
- 2018 - Fernando Haddad (PT) 20h19
- 2014 - Aécio Neves (PSDB) 21h36
- 2010 - José Serra (PSDB) 22h40
- 2006 - Geraldo Alckmin (PSDB) 20h22
- 2002 - José Serra (PSDB) 21h10
Reunião logo cedo com aliados. Bolsonaro recebeu os aliados mais próximos logo no começo da manhã no Palácio da Alvorada. O senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) entrou no local às 7h35. Meia hora antes, o ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, chegou.
O último a aparecer foi o general Braga Netto (PL), que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Ele entrou no Alvorada às 9h04 e meia hora mais tarde a comitiva do presidente saiu em comboio de quatro carros.
A imprensa gritou para Bolsonaro parar, mas os veículos passaram rápidos e com as janelas fechadas.
Apagou a luz e foi dormir. O silêncio do presidente ocorre depois de vários comunicados da Secom que não se confirmaram.
A primeira informação e de que Bolsonaro se manifestaria entre 17h e 18h de ontem. Isto não ocorreu e a previsão seguinte era de que ele provavelmente falaria.
A imprensa fez plantão, mas às 22h03 ficou claro que o presidente não falaria. Nesta hora, as luzes do Palácio da Alvorada foram desligadas.
Ministros e aliados que foram ao local tiveram de dar meia volta ao receber a informação de que o presidente tinha ido dormir.
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