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Só incompetente não ia querer apoio de Lula, diz pré-candidato em Curitiba

Eduardo Baszczyn

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/07/2024 15h34

O candidato do PSB à Prefeitura de Curitiba, Luciano Ducci, elogiou o desempenho do governo federal e afirmou que apenas um prefeito "incompetente" rejeitaria o apoio do presidente Lula (PT).

O que aconteceu

Luciano Ducci destacou a importância da presença do governo federal para se fazer uma boa gestão. Ele reiterou que pretende ser o candidato do presidente Lula em Curitiba e criticou quem rejeita o seu apoio.

A presença do presidente Lula, a importância que tem o governo federal dentro da nossa coligação, é a garantia e a certeza para os projetos que nós temos para a cidade, que são projetos audaciosos, projetos de infraestrutura urbana importantes e investimentos na área social. A presença do governo federal é muito forte para suporte a essas propostas
Luciano Ducci (PSB), em sabatina UOL/Folha

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O pré-candidato disse não temer uma possível perda de votos entre os eleitores mais conservadores da capital paranaense. Para ele, a presença do presidente da República em seu palanque não seria um problema, mas "uma solução".

Luciano Ducci afirmou que, hoje, não votaria pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como fez em 2016. Ele falou, porém, que não se arrepende de sua posição no passado e justificou seu voto favorável com o cenário e as várias conjunturas políticas da época.

Durante a sabatina, o deputado federal criticou o que chamou de "exageros" da operação Lava Jato. Na opinião dele, apesar de pontos positivos —observados principalmente no início do processo— faltou transparência durante os trabalhos.

Acho que a operação Lava Jato deveria ter sido conduzida num processo mais íntegro, mais transparente, fazendo com que quem realmente cometeu abusos, quem cometeu corrupção fosse penalizado, e não fazendo questões combinadas como foram feitas dentro do processo

Críticas ao governador

O pré-candidato criticou a política de privatizações do governo de Ratinho Júnior (PSD). Como exemplos, destacou a venda da Copel (Companhia Paranaense de Energia) —que, em 2022, passou a ter um regime de gestão misto, sem o governo como acionista principal. Ele também se mostrou contrário à privatização de setores da educação municipal.

As propostas

Ducci prometeu reimplantar a tarifa domingueira no transporte coletivo de Curitiba —que, com o bilhete a R$ 6, tem o valor mais alto do país. Mas ele não especificou o quanto de redução seria aplicado aos domingos. Disse que a tarifa zero é possível de ser aplicada, mas que o processo envolve "várias leis nacionais para que aconteça".

O pré-candidato quer dar uma atenção especial ao metrô na capital paranaense. "Vou pegar o projeto, colocar debaixo do braço e vou levar para o presidente Lula para ver se ele ajuda. Porque eu não consigo pensar Curitiba daqui 30, 40 anos, sem metrô. Já estamos atrasados 100 anos em relação a Buenos Aires, e esperar mais 50 anos para poder começar a pensar em metrô em Curitiba é um desperdício total", afirmou.

Em sondagem divulgada pela Paraná Pesquisas, Luciano Ducci aparece com 14,9% das intenções de voto. Ele disputa o segundo lugar na corrida eleitoral com Ney Leprevost (União Brasil), com 13,6%; Roberto Requião (Mobiliza), que tem 12,4%; e Beto Richa (PSDB), com 10,1%. O vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) lidera, até o momento, com 24,1% das intenções de voto.

Ex-prefeito, Luciano Ducci tenta voltar ao cargo após três mandatos como deputado. Ele é formado em medicina e já atuou como servidor público na capital paranaense.

Ducci entrou na carreira política em 2002, como deputado estadual. Dois anos depois, foi eleito vice-prefeito de Curitiba. Tornou-se prefeito em 2010, com a saída do à época titular, Beto Richa (PSDB), que deixou o cargo para disputar as eleições para o governo do Paraná. Em 2014, se elegeu para a Câmara dos Deputados, sendo reeleito duas vezes.

Sabatinas UOL e Folha

A sabatina foi conduzida por Diego Sarza, com participação dos jornalistas Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, e Catarina Scortecci, da Folha de S. Paulo. Eles também entrevistaram, nesta semana, o pré-candidato do União Brasil, Ney Leprevost e o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

A série de sabatinas está ouvindo pré-candidatos de 18 cidades do país. As entrevistas são sempre ao vivo, com transmissão pela Internet, nos sites e nos perfis das redes sociais do UOL e da Folha de S. Paulo.

Já participaram da série pré-candidatos de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e Rogério Correia (PT); Salvador, Bruno Reis (União Brasil) e Kleber Rosa (PSOL); de Porto Alegre, Thiago Duarte (União Brasil) e Maria do Rosário (PT); Recife, João Campos (PSB), Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD). Em São Paulo, passaram pelas sabatinas o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), o pré-candidato do PRTB, Pablo Marçal, Guilherme Boulos, do PSOL e o pré-candidato do PSDB, José Luiz Datena. Nesta sexta (19), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) fechou o ciclo de entrevistas na capital paulista.

As candidaturas devem ser oficializadas até o dia 5 de agosto. É a data limite, definida pela Justiça Eleitoral, para as convenções partidárias. As eleições municipais ocorrem em 6 de outubro, com segundo turno marcado para o dia 27.

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