Má escolha do PT em Salvador favorece o PSOL, diz candidato à prefeitura

O candidato do PSOL à Prefeitura de Salvador, Kleber Rosa, afirmou que o apoio do PT a um candidato conservador e ligado à direita dá espaço para o crescimento de seu partido nas próximas eleições. Ele foi entrevistado nesta quinta-feira (20), em sabatina realizada pelo UOL e pela Folha de S. Paulo.

O que aconteceu

Rosa criticou o apoio do PT ao vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Júnior deve entrar na disputa em uma aliança formada por dez partidos da base do governador petista Jerônimo Rodrigues. O candidato do PSOL considera a escolha equivocada e acredita que a decisão favorece o seu partido.

Essa escolha que o campo governista, dirigido pelo PT, fez abre um espaço onde o PSOL agora tem possibilidades e melhores condições para se apresentar ao povo tendo uma atenção melhor. Acho que temos de fato, neste momento, as condições para nos apresentar de forma mais clara e isso vai terminar resultando no nosso crescimento, na nossa densidade política em Salvador. Kleber Rosa, em sabatina UOL/Folha de S.Paulo

Para Kleber Rosa, o pré-candidato do MDB não tem legitimidade para representar o campo da esquerda. Ele relembrou a participação do vice-governador em episódios como o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e a oposição à eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Onde estava Geraldo Júnior em 2016, quando houve o golpe contra a Dilma? Onde estava o MDB, onde estava (o ex-ministro da Integração Nacional) Geddel Vieira Lima? Onde estava o seu grupo político? Estava arquitetando o golpe ao lado do (ex-deputado federal) Eduardo Cunha e do (ex-presidente) Michel Temer. Tanto que depois conquistaram, inclusive, ministérios no governo de Temer. Onde estava Geraldo Júnior e o MDB em 2018 quando todo o campo progressista desse país, quando todas as esquerdas e as pessoas comprometidas com a democracia estavam lutando para não permitir que (o ex-presidente) Jair Bolsonaro ganhasse a eleição?

O pré-candidato do PSOL afirma que uma das principais tarefas, neste momento, é evitar a polarização na capital baiana. Rosa diz que o seu partido reivindica a legitimidade da representação do campo popular, da esquerda e dos movimentos sociais.

Não permitimos, até aqui, que essa suposta polarização entre os dois candidatos representados por máquinas governistas prevalecesse. Temos incidido no debate pré-eleitoral, temos pautado o debate, temos ocupado espaço na mídia e no tecido social que está voltado para esse processo. Então, acho que a gente tem sucesso até aqui, tem garantido visibilidade e conseguido se colocar.

Kleber Rosa é cientista social, ativista do movimento negro e atual coordenador-geral da Fetrab (Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia). Ele participou da disputa eleitoral para o governo estadual, mas foi derrotado ainda no primeiro turno, com 0,59% dos votos.

A sabatina com o pré-candidato do PSOL foi conduzida pelo jornalista Diego Sarza, com as participações dos repórteres André Santana, do UOL e João Pedro Pitombo, da Folha. Nesta sexta-feira (21), o entrevistado será o atual prefeito de Salvador e pré-candidato do União, Bruno Reis. O vice-governador da Bahia, pré-candidato do MDB, Geraldo Junior, também foi convidado, mas não confirmou sua participação.

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O ciclo de sabatinas será realizado com os principais candidatos de 17 cidades do país. A série de entrevistas foi iniciada na semana passada com pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte: o atual prefeito Fuad Noman (PSD-MG) e o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

As sabatinas são realizadas sempre ao vivo, com transmissão pela Internet nos sites e nos perfis das redes sociais do UOL e da Folha de S. Paulo.

Veja a íntegra da sabatina:

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