Boulos mira Nunes no 1º dia: 'Seu vice é um coronel que não gosta de pobre'
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) começou a campanha eleitoral em frente à sua casa, na zona sul da cidade, e criticou o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e seu candidato a vice, coronel Mello Araújo (PL).
O que aconteceu
"Do outro lado, tem o time dos privilegiados, do Bolsonaro, o time que tem como vice um coronel que não gosta de pobre", afirmou. "Nossos adversários têm a máquina, têm dinheiro e usam de fake news. Aqui é o time que representa a periferia e a justiça social, é o time do Lula, que tem a Marta como vice."
Boulos começou o dia em um café da manhã na sua casa, no Campo Limpo, zona sul, com a vice Marta Suplicy (PT). O café da manhã estava marcado para as 8h, mas Marta chegou perto das 9h. Eles falaram com os jornalistas e seguiram para caminhada de cerca de 1 km.
Marta encerrou a caminhada antes do ponto final. Os dois pararam em uma padaria na Estrada do Campo Limpo, comeram bolo e falaram com apoiadores. A petista deixou o ato depois que entrou no estabelecimento.
A campanha do deputado tenta dar visibilidade a Marta na chapa. A gestão da petista na cidade teve boa aprovação na periferia, apesar de não ter conseguido a reeleição. O candidato do PSOL enfrenta o desafio de melhorar as intenções de voto entre eleitores de renda e escolarização mais baixas — ele perde para Nunes, segundo Datafolha.
Candidatos a vereadores da coligação e deputados participaram da caminhada. O marido de Marta, Márcio Toledo, e a companheira de Boulos, Natália Szermeta, estavam no ato. "Ninguém consegue nada sozinho. Vamos ter que eleger a maior bancada de vereadores progressistas da história da cidade de São Paulo", disse Boulos no carro de som.
No discurso para militantes, Boulos voltou acenar ao eleitorado da periferia. "São Paulo terá o primeiro prefeito que mora na periferia", disse. "Vamos dialogar com todos os setores de São Paulo, vamos para o centro e, no fim da tarde, vamos para Itaquera, na zona leste. Essa é uma candidatura que tem um posicionamento firme de defender o povo da periferias, a inverter prioridades na cidade de São Paulo, trazer o orçamento para as regiões que são mais carentes."
Agora começa o jogo de verdade, até aqui foi treino, agora vai começar a campanha para valer vamos ter oportunidade de apresentar nossas propostas para a cidade de São Paulo, juntando o trabalho de especialistas que fizemos durante meses, as experiências do governo da Marta que fez CEUs, fez bilhete único, que tem um legado nessa cidade. O que vai estar em jogo nessa eleição é se São Paulo está contente com a situação que está ou se São Paulo quer mudar.
Guilherme Boulos, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL
Tensão entre Boulos e Marçal
Boulos e Pablo Marçal, candidato à prefeitura pelo PRTB, protagonizaram momentos de tensão e troca de xingamentos na quarta-feira (14). Em debate organizado pelo Estadão/Terra/Faap, o empresário exibiu uma carteira de trabalho para o deputado com a intenção, segundo o ex-coach, de "exorcizar" o adversário. Ao tentar tirar o objeto das mãos de Marçal, o candidato do PSOL deu um tapa na carteira.
Questionado sobre o comportamento de Marçal em debates, Boulos classificou o comportamento de Marçal no debate como "tentativa de rebaixamento". "O que eu ouvi lamentavelmente, nos dois debates que tiveram até aqui, foi uma tentativa de rebaixamento, de uso de mentiras para poder evitar propostas. Eu vou seguir nos debates apresentando propostas para o povo de São Paulo", afirmou.
O candidato do PSOL disse ainda que "não cairia num jogo rebaixado". "[Jogo de] quem quer fazer da eleição um vale tudo, de quem quer rolar na lama. Não é isso que nós vamos fazer. Eu e a Marta não estamos fazendo essa campanha para eles."
O presidente Lula (PT) aconselhou Boulos a não responder nem questionar Marçal em debates. "O trabalho que o Boulos tem que fazer é não dar importância para esse cidadão daquele tipo, não tem nem que fazer pergunta nem responder pergunta para ele. os debates estão ficando deteriorados porque deteriorados estão os candidatos", disse ele em uma entrevista, sem citar o nome do candidato do PRTB à prefeitura.
Lula criticou o uso das redes sociais para disseminar notícias falsas durante a campanha eleitoral. "As pessoas não dão mais importância a argumento, dão mais importância às bobagens que se fala numa rede social, que de social não tem nada, é uma rede digital, onde predomina a mentira, a maldade, as fake news. Esses caras não tem dois minutos de argumento para discutir um problema sociais."
Os adversários fazem agenda na região central, em horários próximos. Marçal tem caminhada marcada às 12h na rua 25 de Março. Às 12h30, Boulos inicia no Theatro Municipal uma volta pelas ruas do entorno.
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