Conteúdo publicado há 22 dias

Sakamoto: Marçal prova ser bolsonarista raiz com banana à Justiça Eleitoral

Pablo Marçal (PRTB) mostrou seguir os passos de Jair Bolsonaro não só por repetir estratégias de campanha do ex-presidente em sua candidatura à prefeitura de São Paulo, mas também por cometer crimes em série e ignorar as regras da Justiça Eleitoral, analisou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (20).

O Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão da candidatura de Marçal por suspeita de abuso de poder econômico por pagar a seguidores pelo compartilhamento de vídeos em redes sociais. Caso seja condenado, o candidato do PRTB ficará inelegível por oito anos.

Marçal só faz isso porque uma porta já foi aberta por outra pessoa antes. Jair Bolsonaro escancarou e arrombou as portas desse fazer e, agora, seus herdeiros simbólicos ou políticos se utilizam disso.

Marçal prova ser bolsonarista raiz ao cometer crimes eleitorais em série e dar uma banana para a Justiça Eleitoral. A maior prova de que ele é fruto do bolsonarismo é que ele bota o pé na porta da Justiça Eleitoral contando que ela opere dentro da institucionalidade, que muitas vezes é lenta, infelizmente.

Sabendo como funcionam os meandros e a construção de argumento, Marçal acaba ignorando decisão judicial e faz de novo, contando que, se ganhar a eleição ficará mais difícil para a Justiça Eleitoral impugnar sua candidatura com milhões de votos.

Ele bebe onde Bolsonaro fez e dá sequência. Isso mostra para que servem as regras eleitorais, que deveriam evitar que este tipo de comportamento criminoso influencie as eleições. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para Sakamoto, está claro que Marçal cometeu irregularidades, embora o candidato do PRTB negue as acusações - porém, há gravações nas quais ele mesmo admitiu a prática ilegal.

Marçal inunda a internet com esses recortes. Tudo o que ele fala tem milhões de visualizações e impacto junto às pessoas. Marçal passa a ser alguém conhecido utilizando essa rede de pessoas que precisam de dinheiro e fazem isso para ele.

A campanha está autorizada a ir à rua agora. Antes disso, não podia fazer este tipo de promoção. Na prática, Marçal pegou um grupo de pessoas e fez o equivalente a botar um anúncio no jornal ou em um intervalo comercial, ou colocar um carro de som falando do candidato pelas ruas, Só que isso tudo são elementos antigos. No caso dos recortes, é uma forma nova e esperta, mas ilegal. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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Análise: Se eleito, Marçal pode ser cassado por abuso de poder econômico

Caso vença a eleição para a prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) pode ser cassado se for comprovada a acusação de que cometeu abuso de poder econômico durante sua pré-campanha, explicou a advogada eleitoral Juliana Bertholdi.

Certamente podemos falar de abuso de poder econômico na pré-campanha. Já temos decisão do Tribunal Superior Eleitoral quanto a isso. Também pode se tratar de propagando eleitoral em meio proscrito, realizada de forma antecipada. Há uma série de questões que podem ser trabalhadas dentro dessa questão.

A principal é o abuso de poder econômico, que pode levar à cassação. Há chance de a campanha ser suspensa agora? Não vejo isso. A postura da Justiça Eleitoral é deixar as pessoas concorrer e receber votos; isso faz parte da democracia. Ao final, ela verificará o que foi investigado e, eventualmente, pode haver uma cassação desse candidato, se eleito. Juliana Bertholdi, advogada eleitoral

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