Raquel Landim

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Ação não deve tirar Marçal da eleição, mas pode abortar carreira política

A ação movida pelo PSB não deve tirar o candidato Pablo Marçal da campanha para a prefeitura de São Paulo, mas pode abortar precocemente sua carreira política. Essa é a avaliação de advogados especializados em direito eleitoral e até de representantes de adversários.

O Ministério Público Eleitoral se manifestou a favor de uma liminar para suspender a candidatura de Marçal por suspeita de abuso de poder econômico ao pagar seguidores para compartilhar vídeos.

A coluna conversou com seis fontes diferentes sobre o assunto e a análise é praticamente unânime: a ação movida pelo PSB reúne evidências robustas, mas o pedido de suspensão liminar da candidatura fere um princípio básico da Justiça Eleitoral.

A lei eleitoral costuma garantir candidaturas que estão sub judice para evitar que os candidatos fiquem de fora da urna e depois sejam inocentados nos processos. Portanto, é mais provável que o juiz negue a liminar e mantenha a candidatura de Marçal.

A percepção dos advogados também é que o caso de Marçal não será julgado antes das eleições de outubro.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) pode até avaliar com mais rapidez o assunto, mas provavelmente o candidato vai recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), adiando o desfecho.

Segundo apurou a coluna, o PSB pretende entrar com nova ação sobre o mesmo tema, a fim de solicitar que a Justiça impeça Marçal de seguir pagando os seguidores para impulsionar sua candidatura. O MP não faz esse pleito ao juiz.

O mérito da causa, no entanto, é robusto para praticamente todos os especialistas ouvidos pela reportagem. Eles consideram que há muitas evidências de que Marçal seguiu o mesmo roteiro de influenciador: seguiu pagando pessoas para impulsionar suas mensagens.

Se isso ficar comprovado, configura abuso de poder econômico. Na avaliação dos advogados, o maior risco que Marçal corre neste momento é o de ficar inelegível após o pleito de outubro por oito anos.

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Caso saía vitorioso da disputa, teria seu mandato de prefeito cassado. Se perder, sua carreira de político acabaria abortada precocemente, já que ele nunca teve cargo eletivo.

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