10 prefeitos de capitais são reeleitos no 1º turno

Dez prefeitos de capitais foram reeleitos já no primeiro turno neste domingo (6). Em 2020, foram seis.

O que aconteceu

Isso representa quase a metade dos 20 que concorreram. Outros seis passaram para o segundo turno e apenas quatro já foram derrotados nesta etapa.

Não houve muitas surpresas. Candidatos como Bruno Reis (União Brasil), em Salvador, e João Campos (PSB), no Recife, indicavam vitória já na primeira etapa durante toda a corrida eleitoral.

Quatro já foram derrotados. Com baixas popularidades, Dr. Pessoa (PRD), Edmilson Rodrigues (PSOL) e José Sarto (PDT) não foram nem para o segundo turno em Teresina, Belém e Fortaleza, respectivamente.

Dos cinco que assumiram no meio do mandato, só Rogério Cruz (SD), de Goiânia, já deixou o pleito. Adriane Lopes (PP), em Campo Grande, Fuad Noman (PSD), em Belo Horizonte, Ricardo Nunes, em São Paulo, ainda tentam vencer no dia 27. Topázio Neto (PSD) foi reeleito em Florianópolis.

Outros três prefeitos foram ao segundo turno: Cícero Lucena (PP), em João Pessoa, David Almeida (Avante), em Manaus, e Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre. Dos seis que não concorreram à reeleição, nenhum já fez o sucessor.

Quem já se reelegeu

Dr. Furlan (MDB), em Macapá, foi o mais bem-sucedido deles, com 85% dos votos. Seu caminho já estava pavimentado desde o fim de julho, quando o seu principal adversário, o jornalista Josiel Alcolumbre (União), irmão do senador Davi Alcolumbre (União-AP), desistiu do pleito. Na disputa, ele deixou para trás ainda a candidata do PL, Aline Gurgel, e Paulo Lemos (PSOL), ex-secretário do governador Clécio Luís (Solidariedade) e nome de Lula na cidade.

Arthur Henrique (MDB) também venceu com folga em Boa Vista. Apoiador de Bolsonaro, teve 75% dos votos. Em segundo lugar ficou a deputada estadual Catarina Guerra (União), nome do governador Antonio Denarium (PP), que briga na Justiça para não ter o mandato cassado por abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

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Com 78%, Bruno Reis não teve problemas em Salvador. Governada pelo União (antes DEM) desde 2013 e sem nunca ter eleito um partido de esquerda, a capital baiana é um reduto conservador em um estado comandado pelo PT desde 2007. Tanto que o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do ex-governador e ministro Rui Costa (PT) alçaram o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) para enfrentar o prefeito, mas ele ficou atrás de Kleber Rosa (PSOL).

Em outra capital nordestina de voto conservador, Maceió reelegeu JHC (PL) com 82%. Eleito em 2020 pelo PSB, o prefeito migrou para o PL em 2022, depois que o partido se associou a Lula, e se aproximou cada vez mais do bolsonarismo. Ele derrotou o deputado Rafael Brito (MDB), nome da família Calheiros e do governador Paulo Dantas (MDB).

Recife também reelegeu João Campos, como esperado, com quase 80%. Filho e neto dos ex-governadores Eduardo Campos (PSB) e Miguel Arraes (PSB), respectivamente, o prefeito se aproximou de Lula, de quem ganhou apoio nesta eleição — em 2020, o presidente estava com a prima Marília Arraes (então PT, hoje Solidariedade). Ele derrotou o ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL).

No Rio, Paes também derrotou um membro do alto escalão do governo Bolsonaro. Também com apoio de Lula, o peessedista teve 60% dos votos, contra 30% do ex-diretor-geral da PF Alexandre Ramagem (PL), nome do governador Cláudio Castro (PL).

Lorenzo Pazolini (Republicanos) se reelegeu em Vitória sem nenhum grande padrinho político. Com candidatos próprios do PT e do PL, o governador Renato Casagrande (PSB) ainda conseguiu dar uma forcinha para o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que foi subindo nas pesquisas, mas o prefeito fechou as urnas com 56%.

Em São Luís, Eduardo Braide (PSD) viveu situação semelhante. A capital maranhense é a única em que PT e PL se coligaram, em torno do deputado Duarte Júnior (PSB), correligionário do governador Carlos Brandão (PSB), e Bolsonaro partiu para o apoio ao Dr. Yglésio (PRTB). Braide derrotou todos com 70%.

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Tião Bocalom (PL) passou raspando em Rio Branco. Apoiado pelo governador Gladson Cameli (PP), ele deixou para trás o ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), antigo petista, com 54% dos votos.

Quem vai ao segundo turno

Cícero Lucena (PP) não garantiu a reeleição em João Pessoa. Líder nas pesquisas, o prefeito, hoje aliado do governador João Azevêdo (PSB), viu sua mulher, Lauremília, ser presa pela Polícia Federal no último sábado (28) por suspeita de aliciamento violento de eleitores. Ela só foi solta na terça (1º), mediante uso de tornozeleira eletrônica. Ele vai ao segundo turno contra o ex-ministro bolsonarista Marcelo Queiroga (PL).

David Almeida (Avante) tenta a reeleição em Manaus contra o deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL). O ex-deputado Marcelo Ramos (PT) acabou em quinto.

Quem já saiu

Com a rejeição mais alta entre os candidatos, Dr. Pessoa não conseguiu emplacar a reeleição nem com o apoio de Bolsonaro e acabou com 2% dos votos. O ex-prefeito Silvio Mendes (União) foi eleito em primeiro turno. O deputado estadual Fábio Novo (PT), nome do governador Rafael Fonteles (PT) e do ex-governador e ministro Wellington Dias (PT), ficou em segundo.

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Edmilson Rodrigues passou por situação semelhante em Belém. Com baixa popularidade, nem o apoio de Lula bastou. Ele acabou com menos de 10% dos votos, superado pelo deputado estadual Igor Normando (MDB), nome do governador Helder Barbalho (MDB), e pelo deputado Éder Mauro (PL).

Além de popularidade baixa, José Sarto (PDT) enfrentou um problema de racha no seu grupo político. Eleito em 2020 por meio da união PT-PDT, o prefeito viu sua base esfacelar com a cisão entre os irmãos Gomes e de Ciro Gomes (PDT) com os petistas locais. Além do bolsonarismo, que levou o deputado André Fernandes (PL) ao segundo turno, ele teve de enfrentar ainda os ex-aliados, chefiados pelo ex-governador e ministro Camilo Santana (PT) e Lula. Acabou em terceiro, com 11,7% dos votos.

Rogério Cruz assumiu Goiânia já em janeiro de 2021, após a morte de Maguito Vilela (MDB) de covid-19, mas nunca conseguiu arrebanhar seu capital político. Ele amargou a sexta colocação, com apenas 3%. O ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) e o ex-deputado Sandro Mabel (União), bancado pelo governador Ronaldo Caiado (União), seguiram para o segundo turno.

Ninguém fez sucessor

Só seis prefeitos já foram reeleitos em 2020, por isso não disputaram o pleito. Até então, nenhum fez sucessor. Em Porto Velho, Hildon Chaves (União) viu a ex-deputada Mariana Carvalho (União), ir ao segundo turno contra o ex-deputado Léo Moraes (Podemos).

Em Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) também colocou seu ex-secretário Luiz Roberto (PDT) no segundo turno. Ele enfrenta a vereadora bolsonarista Emília Correa (PL).

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Dois já queimaram a largada. Em Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) também não conseguiu emplacar o empresário Domingos Kennedy (MDB) e, em Palmas, Cínthia Ribeiro (PSDB) não alavancou o deputado estadual Júnior Geo (PSDB).

Já Rafael Greca (PSD) garantiu Eduardo Pimentel (PSD), seu vice-prefeito nos dois mandatos, para o segundo turno em Curitiba. Apoiado também pelo governador Ratinho Júnior (PSD), Pimentel passou em primeiro e enfrentará a jornalista Cristina Graeml (PMB) —nesta reta final, ela recebeu apoio informal de Bolsonaro, que oficialmente compõe a chapa de Pimentel.

O deputado Paulinho Freire (União), nome do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) em Natal, também passou. Ele enfrenta com a deputada Natália Bonavides (PT), que passou após uma disputa apertada.

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