Reinaldo: Alckmin na campanha de Boulos reproduz a 'frente antifascistoide'

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) acertou ao caminhar ao lado de Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, disse o colunista Reinaldo Azevedo no Olha Aqui! desta quarta (23).

Em uma primeira agenda juntos, já no segundo turno da disputa, os dois dividiram um sanduíche de pernil num bar da região central da cidade. Ex-rivais, eles já haviam trocado farpas no passado.

Eu acho notável e correto [o apoio de Alckmin a Boulos].

O mundo realmente mudou, há uma outra situação aí hoje. O Brasil não tinha uma direita fascista com chances de chegar ao poder. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo destacou que a aliança visa a defesa da democracia contra a extrema direita.

Muitas pessoas que se alinharam durante o bolsonarismo, nesse pós-bolsonarismo, nesse pós-golpe, se alinharam em defesa da democracia. 'Ah, agora a defesa da democracia justifica qualquer coisa?'. Não, não justifica qualquer coisa, justifica a defesa da democracia.

Você ter uma aliança política para evitar o avanço de teses fascistoides, de teses autoritárias, de teses que, na prática cotidiana, corroem a democracia, é uma questão de responsabilidade. Não adianta ficar estampando frase de Boulos contra Alckmin, frase de Alckmin contra Boulos. (...)

O próprio Bolsonaro força, e o bolsonarismo e aqueles que estão com eles forçam essa adesão. Há aqueles que entendem que, diante disso, uma aliança com o campo progressista, com o campo da esquerda, com o PT, é aceitável, é correto, é necessário. Então fizeram isso. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

Reinaldo disse que Alckmin mostra compromisso e exemplo, diferente de sua correligionária Tabata Amaral, que concorreu também à Prefeitura de São Paulo.

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A Tabata que, em tese, tem uma raiz de pensamento de esquerda —deixando claro que eu não acho, eu acho que ela tem uma posição de centro-direita e se prepara para ser uma liderança de centro-direita— disse: 'Eu voto em Boulos, mas campanha não'.

Quando se diz 'eu voto, mas campanha não', no fim das contas, você está dizendo: 'A minha preferência pessoal pode até ser o Boulos, mas, para mim, qualquer um que vença está bom'.

O Alckmin, que não tem uma raiz de esquerda, aderiu a um partido de centro-esquerda já na vida madura, mas não é essa a matriz do pensamento dele. Ele entendeu, já quando aceitou a condição de vice de Lula, que havia um mal maior. Fez essa opção corajosa porque entende que há um mal em curso. (...) E eu acho que é uma questão de imposição ética.
Reinaldo Azevedo, colunista do UOL

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